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A História da água como fonte de despejo de dejetos e resíduos

Por:   •  13/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.333 Palavras (10 Páginas)  •  194 Visualizações

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  1. Introdução

Erechim, também conhecida como “Capital da Amizade”, é um município localizado na região norte do estado do Rio Grande do Sul. Considerado um polo na região do Alto Uruguai, conta segundo o IBGE (2016) com uma população estimada de mais de 102 mil habitantes, contabilizada no último censo e ainda de acordo com o mesmo com uma dimensão territorial de 430,668 km². Representa um marco na questão brasileira de planejamento urbano e teve seu estilo baseado em cidades como Washington e Paris, mas recentemente o traçado foi alterado para conter a demanda populacional e a fim de ordenação urbana, sendo o município formado por 30 bairros de diferentes faixas econômicas e populacionais, detendo a população anteriormente descrita. As atividades que mais giram a economia são as do setor industrial, o setor secundário toma uma percentagem de destaque na arrecadação de verbas e o setor primário aparece de forma pouco representada, mas de grande importância com cerca de 2520 pequenos produtores (Prefeitura Municipal de Erechim, 2011).

A cidade dispõe de um grande aparato de recursos hídricos, abrangendo diversos rios e cursos d’água que a atravessam. Os habitantes fazem uso da água para atividades como irrigação e consumo próprio. O abastecimento de água na cidade é feito através da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e a coleta do esgoto é responsabilidade da prefeitura municipal. Nota-se atualmente uma crescente preocupação das políticas públicas devido às más condições ambientais de rios e a baixa qualidade das águas na região, fator devido à depredação das águas com dejetos, efluentes e resíduos sólidos. O poder público desenvolve atividades em conjunto com ONG’s e outras empresas privadas no intuito de realizar a retirada da sujeira para amenizar a contaminação do mesmo.

O objetivo do presente trabalho é abordar a temática da bacia hidrográfica da região, mais especificamente de Erechim e apontar os problemas que norteiam a questão da poluição dos cursos d’água no município, bem como apontar alguns mecanismos para serem implementados com o pressuposto de amenizar as questões sociais, ambientais e econômicas advinda da problemática apontada.

  1. Hidrografia

O município de Erechim é composto por diversos cursos da água, os quais são originados pelo rio Erechim , Passo Fundo, Várzea e Apuaê, esses pequenos cursos da água conectam-se com a Bacia do Rio Uruguai. A rede hídrica de Erechim é abastecida pelos rios Dourado, Leãozinho, Suzana, Ligeirinho, Cravo, Campo, Tigre e o Lajeado Henrique.

A extensão dos rios que compõe a formação hídrica de Erechim corresponde a 618,83km, representando uma densidade de drenagem do município aproximadamente de 14,18m/ha. O padrão de drenagem para o município de Erechim é o dendrítico (arborescente) que se assemelha a tronco e galhos de uma árvore, de densidade média, pertencente ao grupo das zonas de erosão de desenvolvimento livre, em áreas com relevo de moderado até acentuado, estando mais ligados à morfologia do terreno do que a sua estrutura geológica (ANDERSON & VERSTAPEN, 1982; CHRISTOFOLETTI, 1980 apud PLANO AMBIENTAL MUNICIPAL, 2006).

Levando em consideração o relevo, os rios são caracterizados por conter diversas rupturas. Ainda, o regime de chuvas é subtropical pluvial, ocorrendo duas cheias durante o ano: no outono e na primavera. Além disso, o período de vazante é nos meses de janeiro, fevereiro, março e no inverno no período de julho à agosto.

A bacia do Rio Tigre é a mais abrangente no território de Erechim, apenas um terço do seu curso não possui canalização, o restante está canalizado, sendo utilizado para as atividades urbanas, as quais geram um impacto negativo em relação a poluição, pois recebem o lançamento de esgoto sem tratamento e de resíduos sólidos.

3.        Qualidade da água

Na história da água como fonte de despejo de dejetos e resíduos, o monitoramento da mesma é um fator muito relevante para determinar a qualidade, buscando atender as necessidades ambientais, sócio-econômicas e legislativas.

Quando se trata de monitoramento de qualidade da água, as análises físico- químicas são as mais utilizadas. Porém, se esse tipo de avaliação for feita distante do ponto de origem do poluente, as medições físico-químicas não serão capazes de detectar informações concretas sobre o ecossistema.

Entretanto, a utilização de indicadores biológicos para o monitoramento dos rios mostra alterações limnológicas, as quais não são detectadas apenas por avaliações físico-químicas. Os bioindicadores dão resultados concretos sofre os efeitos ocasionados por todas as substâncias existentes na água. Alguns grupos usados como bioindicadores são os peixes, algas e macroinvertebrados bentônicos.

De acordo com Kõning. R., em sua pesquisa feita na cidade de Erechim, em três pontos de amostragem no rio Tigre, mostrou que a maior quantidade de sólidos suspensos no rio, é responsável pelo aumento da turbidez da água, podendo ocasionar na redução da penetração da luz solar, a qual é essencial para a produção da fotossíntese.

Além disso, o estudo mostrou como a degradação ambiental, proveniente das atividades urbanas e agrícolas, prejudicou a proliferação dos grupos de macroinvertebrados, gerando consequências negativas para a qualidade hídrica.

4.        Principais causas da poluição

•        Descarte de Resíduos

Gerado em todas as atividades humanas os resíduos tem uma grande importância por sua elevada produção e pelos problemas de sua destinação final. No Brasil, 76% do material descartado é abandonado a céu aberto permitindo a contaminação dos recursos hídricos e do solo.

Em Erechim, uma das principais causas da poluição dos rios é o descarte irregular de resíduos sólidos. Em 2015, a Prefeitura de Erechim, através da secretaria de Meio Ambiente realizou um mutirão de limpeza no Rio Tigre onde foram retirados cerca de 26 toneladas de lixo.

 Esse descarte inadequado acaba comprometendo a qualidade da água por serem fontes de compostos orgânicos voláteis, solventes e metais pesados. Além disso, a decomposição da matéria orgânica presente no lixo resulta na formação do chorume, que pode contaminar o solo e as águas superficiais ou subterrâneas pela contaminação do lençol freático.

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