A MODELAGEM ORGANIZACIONAL COMO SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS DA FALTA DE QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE LABORAL
Por: Paloma Carramanho • 27/8/2022 • Trabalho acadêmico • 5.806 Palavras (24 Páginas) • 143 Visualizações
A MODELAGEM ORGANIZACIONAL COMO SOLUÇÃO PARA OS IMPACTOS DA FALTA DE QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE LABORAL
Mairon Rodrigues Carvalho (Universidade Federal do Amazonas)
maironcarvalho11@gmail.com
Paloma Pereira Carramanho (Universidade Federal do Amazonas)
palomacarramanho@gmail.com
A aplicação da modelagem organizacional em empresas referencia-se à falta de qualidade de vida no ambiente laboral que origina consequências negativas à produtividade e, principalmente, aos colaboradores, que têm seu bem-estar ameaçado. Derivado de constantes mudanças tecnológicas e alterações políticas e econômicas, este episódio retrata-se na necessidade de manter-se a competitividade do mercado, visando enfrentar obstáculos e atingir a qualidade total, remetendo à precarização do trabalho e às turbulências empresariais, devido os altos níveis de complexidade das atividades que exigem maiores qualificações e remunerações escassas. Com isso, o objetivo deste é apresentar de que maneira os estudos e aplicações de modelagem organizacional em função da qualidade de vida contribui, positivamente, nos casos de desestruturação no espaço laboral que afetam a qualidade de vida em decorrência da saúde mental, onde elencará-se riscos, consequências e formas de prevenção destas doenças ocupacionais, demonstrará-se meios e métodos de implantação e realizara-se um levantamento de dados demonstrativo entre duas empresas, nomeadas A e B. A abordagem da pesquisa é qualitativa e quantitativa, tendo em vista reconhecimento de percepções e o estudo de caso, além de dirigir-se ao objetivo descritivo e exploratório. Os resultados obtidos visam influenciar a implantação do modelo de gestão como solução.
Palavras-chaves: Modelagem organizacional; Qualidade de vida; Saúde mental; Bem-estar; Estudo de caso.
1. INTRODUÇÃO
O meio organizacional desde o crescimento desordenado na economia brasileira, da Industrialização e da estruturação do capitalismo, que para o filósofo escocês Adam Smith em A Riqueza das Nações (1776), consiste num sistema econômico baseado na legitimidade dos bens privados objetivando obtenção de lucros e acúmulo de capital, em união com inovações tecnológicas tem sido um dos espaços que mais geram doenças ocupacionais e prejudicam a saúde mental, afetando diretamente a qualidade de vida por seus reflexos negativos, pois trouxeram consigo diversas modificações a sociedade e nas relações de produtividade, onde durante e a partir do momento em questão, foi possível verificar e acompanhar alterações e elevações nas manifestações de sofrimento nos indivíduos. Este cenário, foi um alerta de Karl Marx, quando ele apresenta que este sistema, além de modificar constantemente as relações produtivas, visa, de modo contraditório, eliminar quaisquer tranquilidades, solidez e segurança da vida do proletariado. Este processo na vida do homem trabalhador direto, torna-se uma angústia constante e mantém-no sob ameaça frequente da perda de sua fonte de vida, devido ao desgaste sem freio das forças de trabalho e nas devastações da anarquia social (MARX, 1994, p.558, l.1, v. I).
Segundo Lírio (2018), devido ao contexto, temas como Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e Comprometimento Organizacional (CO) têm ganhado espaço nas discussões acadêmicas e empresariais. Ela apresenta a origem desta primeira através da preocupação com a competitividade global e pelo grande sucesso dos modelos e técnicas japonesas de gerenciamento da produtividade, na tentativa de unificar interesses empresariais com pessoais, aumentando motivação e engajamento e reduzindo conflitos. Além de apresentar o CO como uma condição psicológica sob critérios da relação indivíduo-organização, atrelando-se e influenciando diretamente sobre o desempenho do trabalhador.
Algeri (2018) propõe a modelagem de um repositório digital, conceituado pelo Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia (IBICT) como “sistemas de informação que armazenam, preservam, divulgam e dão acesso à produção intelectual de comunidades científicas”, de gerenciamento dos protocolos de saúde com intuito de fomentar uma cultura de gestão da informação e do conhecimento visando gerenciar e facilitar na criação de um modelo. Ou seja, o autor traz em sua revisão, métodos de aplicação que podem auxiliar uma demanda empresarial elevada com planejamento e execução, no intuito de resultados de melhoria, proposta esta não postas em prática, evidenciando os resultados de baixa gestão da saúde laboral.
Mediante a problemática, este estudo de caso, baseia-se na análise de duas empresas de segmento equivalente, que apresenta abordagem organizacional para enfrentar casos de enfermidades ocupacionais que deveu-se aos aumentos nos acontecimentos de escassa saúde mental nos ambientes de trabalho, onde os colaboradores são expostos a situações não adequadas e pré-definidas, sem prospecção de crescimento e/ou reconhecimento, além de assalariamento atípico, ou seja, é o que se denomina por precarização no campo organizacional, que segundo Antunes (2018) é um espaço de inseguranças, incertezas, perdas de direitos, além de flexibilidade e descontinuidade, gerando assim situações de desconforto, onde ficam propensos ao sofrimento no meio ocupacional, além de desgastes nas relações individuais e familiares, devido à redução de tolerância. Sendo, para isso, necessário que a finalidade ocupacional esteja envolvida com princípios de qualidade das condições de empregabilidade, além de atuação com procedimentos de bem-estar dos trabalhadores, pois para aplicabilidade eficaz desta modelagem é preciso reestruturar toda uma empresa, desde concepções comportamentais dos colaboradores a situações de cultura organizacional.
2. OBJETIVO GERAL E ESPECÍFICOS
Buscando contribuir para a clarificação do assunto e na influência da aplicação de uma solução para doenças ocupacionais, físicas ou psíquicas, o presente artigo, de estudo de caso, tem como objetivo geral apresentar estudo e aplicação de modelagens organizacionais, em função da qualidade de vida, no intuito de contribuir, positivamente, nos casos de saúde mental escassa, para o qual demonstrará-se resultados de organizações que aplicaram e divulgam os dados obtidos anualmente. Além disso, apresentará-se como objetivo específicos a conceitualização da modelagem organizacional, a definição de qualidade de vida, apontamento de doenças ocupacionais, análise de formas de prevenção, além da demonstração de meios e métodos de implantação para a redução das ocorrências de enfermidades.
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