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A Padronização na formação de profissionais

Por:   •  12/8/2018  •  Ensaio  •  870 Palavras (4 Páginas)  •  272 Visualizações

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COLMEIA DE ENGENHEIROS: A padronização na formação de profissionais

Rodrigo Pacheco

Acadêmico de Engenharia de Produção

INTRODUÇÃO

Este breve ensaio aborda uma perspectiva do papel do engenheiro na sociedade de classes, bem como, busca fomentar a discussão sobre a ética e atuação do profissional recém-formado, frente ao sistema pré-estabelecido, haja vista, que cada vez mais se acentuam as diferenças entre as classes sociais devido as disparidade de ganhos entre o eixo dos trabalhadores e dos proprietários, auxiliado pelo capitalismo desenfreado.

CONTEXTUALIZAÇÃO ACADÊMICA E HISTÓRICA

As universidades deságuam no mercado de trabalho, a cada ano, um número maior de novos profissionais, nos quais a ideia de manutenção do sistema de econômico atual é incubada de forma inconsciente desde o início da vida acadêmica. Dentre esses, uma área de conhecimento forma profissionais que influenciam diretamente nos processos produtivos, a engenharia, cuja formação é voltada para a resolução de problemas e invenção de soluções tecnológicas para desenvolver a sociedade, mas não foca nas disciplinas humanas e sociais, tornando o engenheiro um grande analisador e um empreendedor parcial.

Frente a isso, o crescimento famigerado das diversas indústrias, que normalmente pertencem a holdings comuns entre si, domina o cenário internacional e concentra em poucas pessoas a mesma renda que uma grande maioria (OXFAM, 2017), causando assim, um grande impacto na sociedade, acentuando a desigualdade, a violação de direitos e o abandono das comunidades e organizações locais, por conseguinte, criando problemas sociais que necessitam a intervenção de profissionais capacitados a resolver problemas.

Adaptou-se o sistema antigo de escravidão para um modelo de neocolonialismo, onde mudou o cenário, a matéria prima e a mão de obra, mas o sistema de extração de recursos continua a mesma. Antes, se retiravam das terras os insumos, agora, extraem-se das pessoas o que elas podem dar e após são abandonadas a esmo. Nesse contexto, uma prova disso é o estudo que informa que 174 empreendimentos controlam 40% da economia mundial (VITALI, GLATTFELDER, BATTISTON; 2011).

Juntando isso ao vivenciado, sempre se constatou a presença da engenharia atuando do lado tecnológico e produtivo, em outras palavras, do lado das empresas, do lado mais favorecido, antepondo-se ao proletariado e, focando-se, assim, no reforço do sistema capitalista já inserido na sociedade e maximizando a diferença nas relações de classe, como cita Noble (1977).

Estimam-se alguns motivos para que o vínculo entre a engenharia e as organizações seja duradouro, dentre eles os mais óbvios, a obsessão por controle, pois os engenheiros querem um ambiente totalmente controlado com o mínimo possível de erros, já a corporação busca o controle quase que militar dos trabalhadores; também existe a busca de status, a distinção entre ser o “superior ao outro” que é comum aos dois, haja vista a procura dos cursos nas universidades, nos quais muitos dos profissionais almejam o salário e o status, e no mundo corporativo vemos a ampla concorrência do mercado que é ranqueada constantemente para que o público saiba qual é a melhor.

DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE MUDANÇA

No mundo atual, a informação não tem mais barreiras e a mudança é assunto recorrente em todos os setores das nossas vidas. A cada segundo, vê-se a quebra de paradigmas e construção de novos e mais uteis conceitos. Dentro das próprias instituições de ensino, estudam-se novas maneiras de realizar operações nas várias profissões, novos modos de aplicar o que é estudado. Numa conceituada escola de engenharia, Ollin College of Engineering, são aplicados os conceitos de formação por competência e desenvolvimento ao invés de somente por conhecimento, inovando no modo de se formar os engenheiros com vivências na área, possibilitando, dessa forma, aos profissionais terem contato com os problemas sociais antes mesmo do início de sua vida profissional (KALENA, 2014).

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