A Realização das Medidas Antropométricas

1. Realização das Medidas Antropométricas

Para realizar as medidas antropométricas algumas etapas devem ser seguidas:

• Definição de objetivos: É essencial determinar onde e para quê as medidas serão utilizadas. A partir disso, é definido o tipo de antropometria - estática ou dinâmica

 

• Definição das medidas: Para a realização das medidas é essencial a descrição dos pontos analisados: localização, direção e postura

• Escolha dos métodos de medição: Pode ser direto ou indireto. O direto utiliza réguas, trenas, fitas métricas, balanças, paquímetros, entre outras.

• Seleção da Amostra: Determina-se as características como: sexo, idade, biótipo e deficiências físicas.

• Medições: Realização de um roteiro para preenchimento de medidas e anotações referentes às medições.

• Planejamento de Experimento e Análises estatísticas: Na análise estatística é importante ressaltar algumas observações: geralmente, para a realização das medidas antropométricas, são desconsiderados os extremos inferior e superior, representados pelos 5% dos menores e dos maiores valores. Com isso, obtém-se um resultado que inclui 90% da população, que se encontra entre os extremos excluídos.

3.1 Critérios para aplicação de dados antropométricos

Para a indústria, sempre é mais lucrativo fabricar um único tipo de produto padronizado, reduzindo os custos. Entretanto, quando se pensa na segurança e conforto adaptações são cada vez mais frequentes, já que sua ausência pode resultar na queda da eficiência do produto, aumentando os custos industriais de forma indireta. Para essas adaptações existem cinco princípios:

1) Os projetos são dimensionados para a média da população: Esse princípio é usado principalmente em produtos de uso coletivo, como por exemplo bancos no ponto de ônibus.

2) Os projetos são dimensionados para um dos extremos da população: Emprega-se para alguns casos o extremo superior (percentil de 95%) e em outros o inferior (5%) em projetos nos quais medidas para a média da população não seriam satisfatórias como saídas de emergência (para o extremo superior) ou construção de painel de controle (extremo inferior).

3) Os projetos são dimensionados para faixas da população: Produtos fabricados em diversos tamanhos por serem um pouco mais específicos como camisetas (P, M e G) e calçados. Dessa forma, conseguem acomodar uma determinada parcela da população garantindo melhor qualidade.

4) Os projetos apresentam dimensões reguláveis: consistem em regulagens em algumas variáveis consideradas críticas para o desempenho visando conseguir se adaptar aos usuários. Muito frequentes em automóveis, os quais permitem regular a altura do assento, do encosto, do volante, etc.

5) Os projetos são adaptados ao indivíduo: Produtos com especificações importantíssimas para os indivíduos que os caracterizem com únicos e específicos. Como exemplo temos os aparelhos ortopédicos, que devem ser moldados de acordo com cada paciente.

4.2 As dimensões da cadeira

É muito comum encontrar pessoas que passam mais de 20 horas por dia nas posições sentada e deitada, por isso o assento vem chamando bastante a atenção dos ergonomistas. Um assento mal projetado pode provocar diversos problemas como estrangulamento da circulação sanguínea nas coxas e pernas, além de resultar na indisposição prejudicando a eficiência do trabalho.

No caso brasileiro, a altura mínima de regulagem seria de 37 cm, correspondendo à altura poplínea de 5% das mulheres. Entretanto as normas brasileiras (NBR 139628) recomendam a faixa de 42 a 50 cm resultando em uma regulagem de 8 cm, quando o ideal seria de 37 a 53 cm, ou seja, o dobro da faixa recomendada pela norma.

Existem seis princípios gerais sobre os assentos, derivados de diversos estudos anatômicos, fisiológicos e clínicos da postura sentada. Eles estabelecem os principais pontos a serem considerados no projeto e seleção de assentos.

1. As dimensões do assento devem ser adequadas às dimensões antropométricas do usuário

A dimensão antropométrica crítica é a altura poplínea (da parte inferior da coxa à sola do pé), que determina a altura do assento. Alturas erradas não permitem um apoio firme das tuberosidades isquiáticas (osso da bacia que são o contato direto do corpo com os assentos) a fim de transmitir o peso do corpo para o assento. A altura do assento deveria ser regulável entre o mínimo 35,1 cm e o máximo 48,0 cm (%5 das mulheres e 95% dos homens). Contudo, pode-se acrescentar mais 3 cm para a altura dos calçados (38,1 a 51,0 cm). A largura do assento deve ser adequada à largura torácica do usuário (cerca de 40 cm).