A Vazão e Perda de Agua
Por: Jade Nobrega • 30/12/2018 • Trabalho acadêmico • 3.639 Palavras (15 Páginas) • 200 Visualizações
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HIDRÁULICA
Novembro/2018
1 INTRODUÇÃO
O controle de vazão e perdas em sistemas de distribuição de água são as principais atividades que uma empresa de saneamento básico realiza, pois o seu controle está relacionado diretamente com a receita e a despesa da empresa no caso do controle das perdas, e da experiência do usuário em relação ao controle de vazão, sem contar que cada vez mais, vemos a água como um recurso cada vez mais escasso, o que torna ainda mais importante um bom controle de perdas.
No abastecimento de sistemas públicos, as perdas de água acontecem por fatores físico, que representa a parcela que foi perdida devido a vazamentos no sistema ou relacionado a sua utilização, e por questões não físicas, que representam a água que é consumida e não é medida, por causa tanto de imprecisão e falhas nos hidrômetros como também ligações clandestinas ou não cadastradas. Fato é que essa quantidade de água perdido ou utilizado incorretamente representa uma perda de faturamento, já que esse indicador é relacionado entre o volume disponibilizado e o volume faturado.
Para realizar o controle de vazão, é necessário realizar um dimensionamento correto das tubulações, levando em consideração distâncias percorridas, população, demanda, mananciais disponíveis, horários de pico, entre outros. Mas, principalmente, o dimensionamento de vazão se resume na pressão necessária para levar determinado volume de água a determinando local com uma vazão dentro do necessário.
1.1 DISTRITOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE
Os distritos de medição e controle (DMC's), são limites de controle com pouco alcances, advêm partir das divisões dos setores de abastecimento de água. A partir dos DMC's é possível verificar o gerenciamento das pressões e vazões nestas áreas de menor abarcamento, visando reduzir as perdas de água que ocorrem nos sistemas de distribuição.
1.2 PERDAS EM SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
Vendo do ponto de vista operacional, as perdas de água podem ser divididas em perdas reais e perdas aparentes. As perdas reais é o volume de água produzido que não alcança ao consumidor final devido à acontecimento de vazamentos nos diferentes pontos do sistema de abastecimento, como reservatórios, adutoras, redes e ramais. As perdas aparentes correspondem ao volume de água consumido, porém não medido, decorrente de fatores como erros de medição nos hidrômetros, fraudes, ligações clandestinas e falhas no cadastro comercial, sendo que nesses casos a água é efetivamente consumida, mas não é faturada (FREITAS, 2010).
Segundo relatório do Banco Mundial, elaborado por Kingdom et al. (2006), o volume global de perdas de água é significativo. Cada ano, mais de 32 bilhões de m3 de água tratada são perdidos por vazamentos nos sistemas de distribuição, ou seja, entre 40 e 50% de toda a água produzida no mundo é perdida através de vazamentos. Um suplementar de 16 bilhões de m³ por ano não são entregues aos clientes, mas não são usados. Uma perspectiva do custo total anual para as empresas de saneamento, devido essas perdas, é da ordem de 20 bilhões de dólares anuais.
Farley (2008), mostra a gestão de perdas de água não como uma necessidade pontual, mas como uma atividade onde há a necessidade de um compromisso de longo prazo e envolvimento de diversas áreas da engenharia e órgãos do setor, bem como a junção entre processos em uma companhia de saneamento, onde todos tem que ser envolvidos, para que a informação seja viável a todos. Trata-se de um processo difícil, como custos financeiras e aceitação dos clientes, e não apenas a solução de um problema pontual, mas é uma questão unida à gestão de ativos, operação, atendimento ao cliente, aporte de recursos e outros fatores, conforme demonstrado na figura 1.
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Figura 2 - Integração necessária para redução de perdas de água
Fonte: FARLEY (2008)
A junção desses sistemas é totalmente efetiva para redução de perdas de água. Usualmente as empresas de saneamento possua uma única área responsável pela redução de perdas de água, o que se mostrou ineficiente, pois são necessárias diversas ações, com o envolvimento de praticamente todas as áreas da empresa, para se obter a redução de perdas.
Podemos observar que os diversos itens citados são necessários e estão inter-relacionados, como por exemplo, na gestão da infraestrutura, onde há a necessidade de substituição de redes, ramais, hidrômetros, etc., deve haver uma gestão eficiente, onde devem ser previstos
recursos financeiros para atender esses itens ao longo do tempo (devido aos altos custos), nas questões de operação e manutenção dos sistemas é necessário uma equipe bem qualificada e com conhecimento profundo do sistema de abastecimento, de forma a identificar problemas como vazamentos e falta de água com a maior brevidade possível, os sistemas de informações são necessários para suporte das ações comerciais, operacionais e aferição das informações dos usuarios, entre outras diversas atividades que são necessárias para se obter resultados eficazes na redução dessas perdas.
1.3 SETORIZAÇÃO
Tendo em vista o grande viés da distribuição de água é melhor a divisão dos setores menores, tais como: captação, tratamento, adução, reservação e distribuição, permite analisar individualmente cada componente do sistema e definir ações que proporcionem uma gestão mais adequada (GOMES, 2011).
Da mesma forma, o sistema de distribuição de água é dividido em sistemas menores, chamados setores, que delimitam diversas áreas de abastecimento, geralmente a partir de reservatórios, ou em alguns casos, a partir de derivações em marcha de adutoras.
Segundo Yoshimoto et al. (1998), o setor de abastecimento é deliberado pela área abastecida por um reservatório de distribuição, destinado a ajustar as vazões e diminuir as grandes diferenças das pressões na linha de distribuição. Através da implantação de reservatórios, que podem ser elevados, apoiados, enterrados ou semienterrados, é viável criar setores, de forma para evitar pressões excessivas nas redes e atender os pontos mais desfavoráveis, ou seja, os pontos mais distantes ou de cota mais elevada.
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