A razão discursiva: dedução, indução e abdução
Por: Lenize Amorim Gularte • 28/2/2016 • Trabalho acadêmico • 2.152 Palavras (9 Páginas) • 5.952 Visualizações
A razão discursiva: dedução, indução e abdução
Em nosso entendimento a intuição é a compreensão de uma verdade, de um objeto, de um fato ao decorrer de um processo de conhecimento, sendo este chegando ou partindo dela, levando-nos a razão discursiva ou raciocínio. Nela a razão capta todas as relações que constituem a realidade e verdade.
Já o raciocínio diferencia-se da intuição, é o tipo de conhecimento que necessita e realiza-se por meio de provas e verdades demonstradas que estão em constante investigação buscando seu maior conhecimento e entendimento. É um conjunto de atos intelectuais ligados uns aos outros.
Analisando pela história do caçador que ao sair pela manhã no mato, depara-se com um ambiente onde lhe passa que naquele local, de véspera choveu, vê rastros de pegadas, o capim amassado, a carcaça de um animal a pouco devorado, o silêncio que paira no ar sem o som dos pássaros e animais sempre existentes ali.
Na mente do caçador se passa a suposição para aquela visão que ele acabará de ter, que naquela local possa ter passado uma onça, ou que a mesma ainda encontra-se nos arredores. Usando ele as experiências já vividas, tem opções de que atitude tomar, se deve enfrenta-la caso ela surja, tem a consciência de que caminhos seguir caso não tenha condições de caçá-la, armadilhas para atrai-la e maneiras de também prevenir a espécie conservando-a viva.
O caçador tem a opção de analisar ainda mais a situação, tomar outras atitudes e conferir se realmente foi um felino que passou por ali, percorrer trilhas e seguir pegadas, verificar o tipo de animal que foi devorado fazer uma série de análises para aquele momento.
Partindo ele de vários pontos, indícios e suposições para raciocinar e chegar a uma só conclusão, tomando assim sua decisão. Assim chegamos ao raciocínio empírico e prático, que surge através das experiências já vividas, evidências observando as hipóteses e teorias assemelhando-se a intuição sensível ou empírica, caracterizada pela individualidade do sujeito e do objeto de conhecimento. Quando o raciocínio, porém é feito de forma que a individualidade psicológica do sujeito e singularidade do objeto são substituídas por critérios de generalidade e do objeto damos formação a dedução, a indução e a abdução.
A dedução
Em análise as explicações podemos entender que para chegarmos a dedução é necessário explorar verdades antes conhecidas seja por experiências, intuição observação. Nela partimos que através da verdade já obtida aplicamos aos casos particulares iguais, baseando-nos em princípios verdadeiros e procedimentos corretos. Nós temos posse dos fatos e organizando-os em uma linha de pensamento deduzimos novas e verdadeiras conclusões baseadas nas definições anteriores do objeto ou em uma teoria já existente.
Costuma-se representar a dedução pela fórmula abaixo:
Todos os X são Y(definição ou teoria geral); A é X(caso particular); Portanto A é Y(dedução).
Exemplo:
Se todos os gansos são brancos; E se irei receber um ganso enviado por um colega; Logo, este ganso é branco.
Todos os metais (x) são bons condutores de eletricidade (y);
O mercúrio (A) é um metal (x);
Portanto, o mercúrio (A) é bom condutor de eletricidade (y).
Na dedução, a conclusão apenas explicita ou reformula o que já havia sido dito pelas premissas. O raciocínio dedutivo objetiva tornar explícito o conteúdo das premissas.
A indução
Na indução vemos que é feito um caminho oposto, realiza um caminho exatamente contrário ao da dedução, é mais do que uma mera aplicação de uma regra geral é um caso particular. Na indução a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão, mas apenas apoia a verdade desta. A definição ou a teoria são obtidas no ponto final do percurso. E a razão também oferece um conjunto de regras precisas para guiar a indução se tais regras não forem respeitadas, a indução será considerada falsa.
Como todo raciocínio, a indução consiste em substituir uma hipótese por uma conclusão.
Exemplo:
Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal... Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo... e Carlos são homens. Logo, (todos) os homens são mortais.
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