A ÉTICA NA ENGENHARIA: RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL

Vanessa Aparecida Alves de lima, ao elaborar o artigo “A ética na engenharia: Responsabilidade social e ambiental” estabelece seu objetivo de discutir a respeito da formação de engenheiros na perspectiva ética, evidenciando que a mesma está presente, sobremaneira, nessa área de conhecimento e atuação, através da consciência e atitudes de responsabilidade social e ambiental.

Como primeira constatação é importante pontuar que a autora foi muito feliz ao, já no início de seu trabalho, apresentar-nos às definições dos termos ética e moral, especificando, inclusive, que as concepções adotadas são oriundas da Psicologia Moral, que tem suas bases na epistemologia genética de Jean Piaget e no Brasil é defendida por Yves de La Taille, psicólogo e livre docente da Universidade de São Paulo (USP).

Após situar o leitor sobre os conceitos básicos e centrais do texto, a autora expõe, no decorrer de seu trabalho, a importância da aplicação de tais conceitos na formação e atividade profissional do engenheiro, devido ao fato de esta profissão não se restringir apenas à área das exatas, dado a ampliação do leque de competências e habilidades transversais ligadas à comunicação e gestão de projetos.

A leitura desse trabalho é, contundentemente, prazerosa. De uma maneira geral, concordo com as questões abordadas no trabalho, em especial o posicionamento da autora a respeito da necessidade da contemplação dos aspectos éticos e morais nos currículos de todas as engenharias ofertadas por instituições brasileiras. No entanto, uma infeliz realidade, nesse contexto, evidencia-se na circunstância de que essas discussões e essa formação, muitas vezes, têm sido menosprezadas por diversos estabelecimentos de ensino, em detrimento da formação técnico científica, que é considerada por muitos o único aspecto importante para a formação do “bom engenheiro”.

Contudo, após a análise do exposto, do Código de Ética dos Engenheiros, do desenho das condições ambientais, das relações sociais e da globalização eu concordo que esse tipo de formação não pode, em hipótese alguma, ser desconsiderada.