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ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA DE ARGAMASSAS COM INCORPORAÇÃO DE VIDRO RECICLADO MOÍDO

Por:   •  16/2/2021  •  Trabalho acadêmico  •  4.147 Palavras (17 Páginas)  •  129 Visualizações

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Revista ESO Engenharia e Tecnologia

ANÁLISE DE VIABILIDADE TÉCNICA DE ARGAMASSAS COM INCORPORAÇÃO DE VIDRO RECICLADO MOÍDO

Faculdade do Centro Leste, Rod. ES – 010, km 6, S/N, Manguinhos, Serra - ES

 

Resumo

Questões relacionadas ao cuidado e preservação do meio ambiente são recorrentes, principalmente no que tange a produção e destinação final de resíduos sólidos. Dentre esses resíduos sólidos destaca-se o vidro, um material amplamente utilizado, porém não biodegradável. Carece de reutilização, reciclagem e principalmente descarte correto a fim de não contribuir como agravante à poluição do meio ambiente. Visando uma questão sustentável o objetivo desta pesquisa foi atribuir uma nova forma de se utilizar o vidro no âmbito da construção civil. Para isso foi verificada a viabilidade técnica de incorporação de vidro moído reciclado em substituição parcial ao agregado miúdo de amostras de argamassas de revestimento. Como método para verificação da viabilidade de utilização do vidro tomou-se como referência a ABNT NBR 13281, norma a qual define os requisitos mecânicos e reológicos que uma argamassa de revestimento deve atingir. Estes requisitos são caracterizados pelas três normas que especificam os métodos de ensaio e são: Resistência à compressão aos 28 dias ABNT NBR 13279; Capacidade de retenção de água ABNT NBR 13277 e Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado ABNT NBR 13278. Os resultados obtidos com a realização dos ensaios mostraram-se de acordo com as faixas impostas pela norma que rege este trabalho, e verificou-se que a adição de vidro contribuiu positivamente às amostras de argamassa. Apesar da conformidade dos resultados obtidos com as faixas impostas pela norma, são necessários novos estudos e novos ensaios haja vista que a ABNT NBR 13281 foi atualizada.

Palavras-chaves: Argamassa para Revestimento, Vidro reciclado Moído, Requisitos Mecânicos e Reológicos, Sustentabilidade.

1. INTRODUÇÃO

O avanço da atividade industrial, a melhoria das condições de vida, o crescente consumo de produtos com embalagens descartáveis e a ocupação dos grandes centros urbanos, tem aumentado a geração de resíduos sólidos no mundo, provocando uma séria preocupação ambiental [1].

Em meados de 1991 o destino do vidro no Brasil, era aproximadamente o seguinte: 15% era reciclado, 25% era despejado em lixões e os 60% restantes terminavam em aterros sanitários [2]. Atualmente, os índices de reciclagem aumentaram, permeando entre 40% e 50% [2]. No entanto, apesar desse aumento, toneladas deste material não biodegradável ainda são descartadas de maneira indevida, impactando o meio ambiente.

Dados mais recentes, do ano 2017, indicam quantidades e destinos de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) na região sudeste do país. Dentre esses observa-se que em 2017 dentre mais de 1600 múnicipios da região, foram gerados quase 106 mil t/dia de RSU. Deste valor, do que foi coletado, sabe-se que 75000 t/dia vão para aterros sanitários, 18000 t/dia são depositadas em aterros controlados,  11000 t/dia terminam em lixões e o restante não coletado é lançado em locais impróprios [3].

sugere-se que uma argamassa possa ser melhorada em sua trabalhabilidade, estabilidade de volume e capacidade de absorver deformações pela incorporação de alguns materiais alternativos, contribuindo para a produção de uma argamassa de menor custo [4].

Nesse contexto, este artigo tem como objetivo analisar o comportamento de amostras de argamassa para revestimento de paredes quando parte do agregado miúdo é substituído por vidro reciclado moído. Além disso busca-se atribuir um novo uso para o material vítreo, podendo reduzir os custos de confecção de argamassas além de melhorá-las em suas características. Não menos importante pretende-se contribuir com o meio ambiente de forma limpa e sustentável.

Para isso amostras de argamassa foram submetidas à ensaios determinados pela ABNT NBR 13281 [5], que estabelece os requisitos mecânicos e reológicos que devem ser alcançados por uma argamassa de revestimento.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste item são apresentadas as principais propriedades da argamassa e do vidro, além de pesquisa desenvolvidas que realizaram estudos semelhantes ao deste artigo, porém baseados em normas europeias [6].

2.1 Argamassa

Segundo a ABNT NBR 13281[5], argamassa é uma mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria. As argamassas utilizadas em obras para revestimento são comumente compostas de areia natural lavada, Cimento Portland (CP), cal hidratada e água.

Quanto a suas funções, segundo Recena[4] as argamassas, são consideradas como um elemento de um sistema e não isoladamente como um material, levando em consideração sua interação com o substrato (Vedação) e com o ambiente, e dentre suas funções primordiais destacam-se a impermeabilização do substrato, a garantia de regularização e um bom acabamento a superfície revestida, a absorção das deformações naturais às quais a estrutura está sujeita além de contribuir para o isolamento termoacústico.

Dependendo das proporções entre os constituintes da mistura e sua aplicação no revestimento, as argamassas recebem diferentes denominações: Chapisco é a camada de preparo da base, constituída de mistura de cimento, areia e aditivos, aplicada de forma contínua ou descontínua, com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento [4].

Emboço é a camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície da base, propiciando uma superfície que permita receber outra camada de reboco ou de revestimento decorativo como materiais cerâmicos, ou que se constitua no acabamento final [4].

Reboco é a camada de revestimento utilizada para o cobrimento do emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo como emassamento e pintura ou que se constitua no acabamento final [4]. 

Massa Única (emboço paulista) é o revestimento executado numa camada única, cumprindo as funções do emboço e reboco [4].

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