APS 1 SEMESTRE UNIP
Por: Carlos Eduardo Ozório • 3/12/2018 • Trabalho acadêmico • 1.444 Palavras (6 Páginas) • 309 Visualizações
Exposição das idéias - Teorias
“Conhece-te a ti mesmo”, isto é, torna-te consciente de tua ignorância, a famosa frase que resume toda a doutrina de Sócrates. Amante da peculiaridade e singularidade do ser humano, era defensor da liberdade total de pensamentos e ideias e a justiça deveria estar presente em todos os atos complexos da raça humana.
Seu processo de pensamento filosófico buscava que seus interlocutores aceitassem a sua ignorância diante dos assuntos a eles deparados sem considerar os costumes e dogmas impostos, assim elaborando suas próprias ideias e conceitos trazendo-lhes a liberdade e a noção que é realmente necessária a vida do homem, o conhecimento verdadeiro, a ciência mediante a razão.
Esse processo de pensamento foi chamado de Maiêutica de Sócrates, do grego – arte de trazer à luz, onde fazia a comparação com o trabalho de sua mãe que auxiliava nos partos do corpo e ele nos partos da alma, pois cabia ao mestre tirar da mente do discípulo uma doutrina ao invés de impô-la, pela razão imanente e constitutiva do espirito humano, a qual é um valor universal.
Sócrates queria elevar a alma humana ao nível supremo, onde apenas as virtudes do amor, do bem, do belo e do justo deviam ser buscados e, para alcança-los, via a moral e a ética as bases para tal feito, ao contrário dos sofistas, que ensinavam uma forma geral da filosofia que compreendia uma série de conhecimentos não abordados pela escola regular como: física, geometria, medicina, astronomia, artes, filosofia em si e retorica, sendo eles, muitas vezes ditos sem nenhuma verdade, pois eles procuravam convencer o locutor rapidamente daquilo que estavam discursando, contrapondo-se totalmente a maiêutica de Sócrates.
O pensador considerava que sua missão era expor a ignorância dos outros quanto a verdadeira natureza dessas virtudes e era conhecido por constranger todos que não as levavam em conta ao revelar a confusão implícita em seus pensamentos morais. Iniciava sua abordagem fazendo a seus interlocutores uma pergunta como: “o que é coragem? ” ou “ o que é amor? ” e passava a observar as limitações das respostas.
Esse grande filosofo é considerado o fundador da ciência em geral, principalmente da moral e da ética, pois a interioridade do saber é a certeza da própria razão, usada para organizar racionalmente a própria vida, porém ter consciência de si era ter consciência de sua própria ignorância, por isso a necessidade de supera-la através da ciência, entretanto Sócrates achou apenas a forma conceptual da ciência, não seu conteúdo.
Os sofistas concluíram que insistindo no perpetuo fluxo das coisas e na variabilidade extrema das impressões sensitivas determinadas pelos indivíduos que de continuo se transformam pela impossibilidade absoluta e objetiva do saber, provando-se contraria após a descoberta do verdadeiro objeto da ciência, por Sócrates.
Esse objeto não é a sensível ou o particular, é o conceito que se exprime pela definição, o inteligível. Essa ideia geral é obtida por meio de um processo dialético que consiste em comparar vários indivíduos da mesma espécie, eliminar todas as diferenças individuais e as qualidades que poderiam mutar e deixar apenas o elemento comum, estável, permanente, a natureza, essência de seus pensamentos e comportamentos, foi chamado de indução.
Sendo esse o procedimento lógico para realizar o conhecimento verdadeiro da ciência moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade e virtude. Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva eopinião comum, sendo estes criticados, superados, subindo até a razão e não descendo a animalidade, como pregava os sofistas. Era concreto que Sócrates levava a importância da razão para a ação moral até aquele intelectualismo que, identificado conhecimento e virtude, bem como ignorância e vicio, tornava impossível o livre arbítrio.
Como a teoria socrática carece de uma especificação lógica precisa, afora a teoria geral de que a ciência está nos conceitos, assim a ética socrática carece de um conteúdo racional, pela ausência de uma metafisica. Se o fim do homem for o bem, realizando-se o bem mediante a virtude, e a virtude mediante o conhecimento.
Em relação a ética, sua principal tese era a de que a integridade moral é a sua própria recompensa, ele dizia que fazer o mal prejudica muito mais aquele que dissemina do que aquele que é atingido, pois a verdadeira vida consiste em pureza de alma, apesar de situações extremamente ruins que possam vir a ocorrer.
Praticamente, na exposição polemica e didática destas ideias, Sócrates adotava sempre o diálogo que revestia uma dupla forma, seja ela conforme tratava um adversário a se confrontar ou a um discípulo a se instruir. Quando se tratava na maneira de confrontar seu adversário assumia ne forma mais humilde e educada daquele que aprende e se aproveitava para perguntar diversas vezes até seu adversário presunçoso tornar evidente as contradições em seu discurso e admitir, humilhado, sua ignorância. Chamou de ironias socráticas.
Agora, tratando-se de um discípulo, que em diversos casos era o adversário vencido, o atacava ainda mais com perguntas, fazendo o discípulo, por meio de indução, elaborar casos particulares e concretos, um conceito, uma definição geral do assunto em questão.
Todos esses novos conceitos propostos levaram a um abalo nos alicerces da filosofia, definiu para sempre o verdadeiro objeto da ciência, a ética uniu pela primeira vez e com fortes laços a ciência dos costumes especulativos que foram passados para frente através de seus discípulos que aprenderam nas diversas escola criadas por Sócrates, alguns até mesmo criaram seus próprios detrimentos, mas todos, apesar de características bem distintas, concordam que a sabedoria e o maior bem do homem. A escola socrática de maior sucesso foi a platônica que seguiu com o conceito socrático e culminou com Aristóteles.
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