ARTIGO - O USO DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAME EM PROJETOS DE FACHADA E RETROFIT NO BRASIL
Por: Úrsula Andréa • 13/8/2017 • Trabalho acadêmico • 9.370 Palavras (38 Páginas) • 698 Visualizações
O Uso do Sistema Light Steel Frame em Projetos de Fachada e Retrofit no Brasil
ANASTÁCIO Úrsula A.1; TEIXEIRA Tamara L.2
RESUMO
A engenharia civil tem passado por uma restruturação em seu método de construção modernizando os meios de aplicações diferenciadas em seus projetos. Nesse sentido, um país que se encontra em crescente desenvolvimento, a sociedade busca a modernização e o conforto para desfrutar do ambiente no qual se encontram. Criam alternativas para requalificar as construções pré-existentes, com o intuito de renovar e reabilitar o antigo, sem mudar as características intrínsecas do projeto. Dessa forma, vale ressaltar, em primeira instância, a estrutura física do mesmo, o estado de conservação e o tempo de vida. Além desses fatores, outros pontos registrados foram garantir a sustentabilidade, eficiência no trabalho, garantir custos financeiros mais baixos e com investimentos técnicos / científicos. Este trabalho tem como objetivo estudar a eficiência do edifício com a aplicação do sistema Light Steel Frame em projetos de fachada e retrofit no Brasil. O estudo realizado foi predominantemente bibliográfico em prevalência de caráter qualitativo na busca de estudos em bases eletrônicas de dados e na busca manual em periódicos. Assim, ao se falar em sustentabilidade e eficiência na construção civil, o LSF tem sido considerado um sistema construtivo de menor impacto ambiental e na opção de pode melhorar a fachada da estrutura em aço, utilizando materiais específicos para obter um design moderno e garantir um bem retrofitado de qualidade.
Palavras-chave: Light Steel Frame. Construção civil. Retrofit. Fachada.
INTRODUÇÃO [1]
Atualmente, quando a construção civil precisa abordar novos caminhos para uma obra, fugindo da construção artesanal, destaca se o sistema Light Steel Frame (LSF) que utiliza a estrutura de aço galvanizado como base estrutural.
Para Pedroso et al (2014, p. 02): o sistema LSF etimologicamente significa a inclusão do "Light", traduzida para o português significa leve, que serve para expressar a estrutura de aço “Steel” que permite à edificação possuir o peso reduzido. A designação em inglês “Framing” é usada para, definir o esqueleto estrutural composto pelo aço e outros elementos que ligados entre si funcionam para suportar a obra.
De acordo com Freitas e Crasto (2006, apud Milian, Novello e Reis, 2011, p. 190) o Light Steel Frame (ou Framing), sendo um sistema construtivo de concepção racional conhecido mundialmente, tem como principal característica uma estrutura constituída por perfis conformados a frio de aço galvanizado, utilizando composição de painéis estruturais e não estruturais.
O sistema LSF surgiu nos Estados Unidos por volta do século XIX, com a “marcha para o Oeste” que foi um movimento em busca de conquista de território americano, gerando um grande aumento da população (PEDROSO ET AL, 2014, p. 04).
Com o aumento da exploração das florestas e consequentemente o aumento da madeira nas indústrias madeireiras, foram vetadas do desmatamento. Portanto, as indústrias passaram a utilizar madeira de baixo custo fazendo com que a qualidade caísse. Deste modo a madeira passou a ser substituída pelo aço, isto ocorreu em meados de 1980.
"Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o material em abundancia era o aço e a produção do mesmo obteve grandes avanços devido à guerra" (PEDROSO ET AL, 2014, p. 04).
Desde a década de 80, o aço passou a ocupar o seu espaço no mercado proporcionando o avanço na construção civil. Contudo, essa técnica por ser inovadora traz consigo paradigmas que estão sendo reestruturados e aceitos, até os dias atuais.
Para Pedroso et al (2014, p. 02), a utilização do aço no Brasil, teve início em 1998, sendo aplicados em residências, trazendo tendências tecnológicas no modo de construir de maneira diferenciada das tradicionais, atribuindo assim, grandes vantagens para o construtor e o consumidor, além de modernizar a edificação.
Como todo projeto necessita do esqueleto estrutural, dentre as escolhas mais utilizadas atualmente no Brasil é a construção em alvenaria, já que o sistema LSF está em processo de aceitação entre os profissionais e o cliente. Além da eficiência na sua estrutura, o baixo custo e a sustentabilidade serão primordiais no momento da escolha.
A técnica de construção LSF, por ser um sistema construtivo pré-fabricado tem prioridade na etapa do projeto para evitar imprevistos e retrabalhos, o que não é realidade na construção civil, explica que:
Na construção civil brasileira, não há um planejamento prévio e sistemático da execução da obra, ou seja, os projetos não contemplam o local de produção (canteiro de obras) e as sequências das atividades de construção, o que gera constantes imprevistos, culminando com frequentes interrupções do trabalho na obra (FARAH 2016, APUD VIVIAN E PALIARI, 2012, p. 102).
A construção brasileira vem se adaptando a tecnologia estrangeira. Entretanto, Thomaz (2001, apud Vivian e Paliari, 2012, p. 106) afirma que, a inserção de uma nova tecnologia não deve ser olhada com as mesmas condicionantes, nem pra a prática e educação dos sistemas antigos.
Com essa adaptação do aço no mercado brasileiro, a construção vem utilizando recursos que possam contribuir com a engenharia, uma delas é a Engenharia Simultânea (ES) que tem suas características acrescidas favoravelmente na utilização do sistema LSF.
Segundo Koskela (1992, apud Vivian e Paliari, 2012, p. 105), ES é uma estratégia articulada e voltada essencialmente para projetos, caracterizada por uma rigorosa análise dos requisitos iniciais que incorpora as restrições das fases subsequentes com controle sobre as possíveis mudanças que possam ocorrer durante a fase de execução.
Para Giudice, Ballisteri e Risitano (2009, apud Vivian e Paliari, 2012, p. 105), esse corrobora com a ES a possibilidade do processo que se encontra em desenvolvimento seja estruturado e administrado, essa ação se dá mediante a base nas atividades de integração do processo de projeto, de forma que inclua, de maneira geral, a implementação de novos métodos e técnicas e a reorganização das atividades de desenvolvimento do produto.
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