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Artigo Sobre o Solo de Santos

Por:   •  1/10/2018  •  Artigo  •  1.545 Palavras (7 Páginas)  •  448 Visualizações

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SOLO DE SANTOS

SANTOS SOIL

Analice Piamolini [1]
André Luis Lowe
 [2]

Eron Oldoni Martini [3] 

Fernando Henrique Herber [4]

Maycon Andre de Almeida [5]

RESUMO: A cidade de Santos é considerada a segunda pior em titulo de solo para construções de edifícios, essa característica pode ser observada por qualquer pessoa, devido aos seus prédios inclinados, este afundamento das estruturas se da por conta do inchaço de edifícios na orla Santista e por seu solo ter uma faixa de argila mole. O tema deste artigo são as características do solo de Santos, os principais problemas e suas soluções.

PALAVRAS-CHAVE: Recalque, tensão, solo, afundamento e fundação.

1.  INTRODUÇÃO

A cidade de Santos recebe cerca de 1,5 milhão de turistas por ano e chama muita atenção devido aos seus prédios inclinados, a Baixada Santista sempre ofereceu desafios para a engenharia nacional, seja na construção de estradas, ferrovias e outros que permitissem a travessia ou nas edificações civis e industriais.

A principal preocupação dos engenheiros brasileiros está no entendimento das argilas marinhas, que estão presentes em toda a planície costeira santista. Estas geram alguns problemas como aumento nos custos dos materiais de construção, a necessidade de executar fundações profundas e outros fatores. Para o presente artigo será abordado as características e principais problemas do solo de Santos, bem como as possíveis soluções para estes problemas.

2. PRINCIPAIS PROBLEMAS DO SOLO DA CIDADE DE SANTOS

O recalque dos edifícios pode ser explicado devido ao tipo de perfil do solo do lugar, por ser uma área litorânea e com grande parte de seus prédios terem sido construídas sobre um antigo manguezal.

A imagem 01 representa o perfil geotécnico sintético da orla da praia.

[pic 1]

Figura 1: Perfil Geotécnico sintético da orla praiana (Fonte: Adaptada de Teixeira (1994) por Massad (2003).

Podemos notar que a composição do solo é de areia fina e argila mole, tendo a rocha em alta profundidade, na primeira camada temos a areia fina com cerca de 8 a 12m de profundidade, esta possui uma tensão de 250 a 300 kPa, já a argila mole, segunda camada, possui cerca de 20 a 40 metros de profundidade e possui baixíssima resistência a esforços solicitantes, na sequencia pode ou não haver outra camada de areia fina, esta varia de acordo com a região, já a rocha local encontrasse em altíssima profundidade.

As primeiras construções eram apoiadas em fundações de 1,5 a 2,0 metros de profundidade, o que no inicio deu estabilidade as mesmas, devido a estarem apoiadas somente na primeira camada, porem com o passar dos anos inúmeros edifícios foram sendo construídos ao redor da orla, o que gerou uma enorme tensão no solo e fez com que a sua próxima camada, que é composta de argila mole, se deformasse fazendo com que as estruturas de fundações baixassem até 120cm, gerando então uma inclinação nos prédios.

Conforme podemos observar na Figura 02, muitos edifícios sofreram recalque em sentidos contrários um ao outro, isso se da devido aos maiores esforços das estruturas, de ambos os edifícios, estarem concentradas na mesma região, que também se torna a região com maior concentração de argila mole e faz com que os prédios afundem.

[pic 2]

Figura 02: Recalque em sentidos contrários (Fonte: Google imagens)

Entre as décadas de 40 e 70, Santos teve um constante crescimento imobiliário, ocupando assim quase toda a orla por grandes construções. Como já mencionado anteriormente, o solo de santos possui uma camada de areia medianamente compactada, fato que levou os construtores da década de 40, executar edifícios de 10 ou mais pavimentos em fundação direta.

De acordo com Teixeira (1994), por volta dos anos 50 já sabiam que obras edificadas com fundações diretas poderiam sofrer recalques devido à presença de camadas de argila marinha, porem na época havia algumas limitações para se executar fundações profundas, pois o que se tinha no mercado eram apenas estacas franki, tubulões pneumáticos e estacas pré-moldadas, as quais eram soluções inviáveis para o solo de Santos, pois tais processos não atravessariam a primeira camada de areia compactada. Mesmo quando se contou com recursos técnicos pra executar tais processos, empreendedores imobiliários julgaram como economicamente inviável o uso dessas fundações. Com o intuito de minimizar as consequências dos recalques, tentou alertar as autoridades competentes a limitar as edificações em 10 pavimentos, porém em contradição, o mercado imobiliário elevou o número de pavimentos para 18.

Os recalques excessivos além de uma poluição visual, o desaprumo acarreta em uma má funcionalidade dos edifícios, tais como, a perda da prumada de elevadores, dificultando o funcionamento dos mesmos, as fissuras nos revestimento e alvenarias, as deformação das paredes, perda do esquadro dos fechamentos, os desnivelamento dos pisos e etc.

3. SOLUÇÕES

Com o custo reduzido das fundações profundas, quando comparado com a década 40, a grande maioria dos novos empreendimentos está utilizando este método. Como a execução desse tipo de fundação deve atravessar camadas de argila mole para se alcaçar o solo resistente, atualmente as soluções mais utilizadas em Santos são, estaca escavada de grande diâmentro com uso de lama bentonitica ou polímero, estacas raiz e perfil metálico com uso de martelo hidráulico (com a finalidade de dimunuir a vibração no terreno).

Foram estudadas soluções para a estabilização dos recalques e nivelamento dos edifícios, que envolvessem eficiência na execução e custo acessível ao moradores dos edifícios, como veremos a seguir.

3.1. Sangria de areia sob sapatas

Consiste em retirar a areia localizada sob as sapatas do lado menos recalcado do edifício para que ele se alinhe sozinho. É um método mais econômico, porém em geral não apresenta bons resultados na estabilização dos recalques, pois com a retirada da areia, criaram-se vazios debaixo das sapatas, posteriormente havendo necessidade de preencher estes vazios com argamassa, mostrando que o edifício havia mantido seu recalque original.

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