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As Propriedades do Solo e Manuseio da Terra

Por:   •  16/7/2019  •  Resenha  •  2.289 Palavras (10 Páginas)  •  381 Visualizações

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PROPRIEDADES DO SOLO E MANUSEIO DA TERRA

  1. INTRODUÇÃO

O solo é um material mineral inconsolidado sobre a superfície da terra que por sua vez serve de meio natural para as plantas. É constituído por uma mistura de partículas sólidas de natureza mineral e orgânica, ar e água, formando um sistema trifásico, sólido, gasoso e líquido. A sua composição e a proporção de cada um dos seus elementos variam dentre os diversos tipos de solo. As suas propriedades físicas podem ser modificadas em função do manejo que lhe é aplicado, pois com a utilização de implementos agrícolas e o tráfego durante o preparo convencional do solo podem modificar essas propriedades. O conhecimento da sua classificação quanto ao seu tipo é importante para determinar o seu uso, já que o seu manejo diz respeito às diversas operações efetuadas para melhorar as suas condições, pois o correto sistema de plantio pode minimizar a movimentação do solo por exemplo. Sendo assim, os seus diferentes sistemas de manejo visam criar condições favoráveis ao desenvolvimento das culturas, porém o uso inadequado desses sistemas pode levar a modificação da sua estrutura, interferindo na sua densidade, porosidade, infiltração de água e no desenvolvimento das culturas, causando, por exemplo, a redução da produtividade. Nesse contexto, o objetivo dessa resenha é discorrer sobre as propriedades do solo e o manuseio da terra.

  1. ANÁLISE DO CONTEÚDO PROPOSTO

De acordo com a Embrapa (2006) e Jacomine (2009), o solo é constituído por partes sólida, líquida e gasosa, tridimensionais e dinâmicas, sendo uma reunião de corpos naturais. Os solos do nosso planeta são variados e seus tipos podem ser definidos por um conjunto único de horizontes e propriedades. A natureza das camadas de solo está intimamente relacionada com a natureza das condições ambientais em um local específico. Nesse contexto, um solo superficial característico que está em boas condições para o crescimento de plantas tem composição por volta de metade de material sólido (minerais em maior proporção e também componentes orgânicos) e metade dos seus poros preenchidos com diferentes proporções de água e ar. Carneiro (2009, p. 148) descreve que “No solo, existem diversas inter-relações entre os atributos físicos, químicos e biológicos que controlam os processos e os aspectos relacionados à sua variação no tempo e no espaço.”

Um solo em equilíbrio é capaz de exercer suas funções básicas ao propiciar a planta um crescimento saudável (ARAÚJO et al, 2007), nesse enquadramento, o solo tem outras funções ecológicas além de ser o principal meio para o crescimento vegetal, ele fornece o habitat para os diferentes tipos de organismos, atua como meio para obras de engenharia na construção civil, regula o abastecimento de água, modifica a atmosfera e recicla matérias-primas e produtos residuais. Geologicamente, define-se solo como o material resultante da decomposição das rochas pela ação de agentes de intemperismo (DNER, 1996), no entanto, os solos se formam a partir de materiais de origem que por sua vez variam de local a local e para se entender a sua concepção é necessário conhecer o seu primórdio (fonte), seus agentes de transporte e deposição bem como as reações do seu intemperismo. Já o seu desenvolvimento é dependente do clima, dos seus organismos que por sua vez tem atuação sobre os materiais de origem no decorrer do tempo, bem como das ações transformadoras do relevo. Dessa maneira, esses principais fatores criadores do solo definem o tipo de solo que ira se formar em uma determinada área. Nesse cenário, o ser humano é um dos organismos que mais intervêm na formação do solo, pois pode ser um agente de modificação ou destruição já que um manejo inadequado pode produzir erosão do solo, por exemplo. Para Barros (2013) a interferência antrópica nos sistemas naturais causa desequilíbrio ambiental e conseqüentemente afeta os atributos do solo, provocando redução da fertilidade e alteração da estrutura do mesmo, dificultando ainda a ação da fauna do solo.

Os processos gerais de formação do solo são: adição, remoção, transformação e translocação, que resultam na formação dos seus horizontes. O processo de formação do solo ocorre de forma muito lenta, enquanto que a degradação do mesmo vem ocorrendo em um ritmo acelerado, por meio de práticas inadequadas no uso e manejo, desse modo, tem se tornado cada vez mais importante e urgente se implantar boas práticas agrícolas para seu manejo e conservação (BARRIOS et al., 2011). Os corpos de solo são dinâmicos e continuam a se desenvolver e a se transformar de acordo com seus processos de diferenciação de horizontes, que pode ser inicial em alguns solos ou estar em estagio avançado em outros. O conhecimento dos principais fatores que formam o solo bem como dos processos de formação deles permitem saber antecipadamente a natureza dos corpos de solo que pode ser descoberto em alguma área específica. Logo, o exame das propriedades do horizonte de um perfil de solo in situ possibilita o conhecimento das condições climáticas, biológicas e geológicas. Desse modo, a caracterização dos horizontes do perfil possibilita reconhecer um indivíduo solo que por sua vez pode ser classificado. Dessa forma, o Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos – SIBCS (EMBRAPA, 2006) estabelecem 13 ordens, são elas: cambissolos, argissolos, espodossolos, chernossolos, gleissolos, luvissolos, latossolos, neossolos, nitossolos, organossolos, planossolos, plintossolos e vertissolos.

A importância prática de se entender o comportamento físico do solo está associada ao seu uso e manejo apropriado, ou seja, orientar a irrigação, a drenagem, o preparo e a conservação de solo e da água. Nesse contexto, sabe-se que a estrutura física do solo que é muito complexa por natureza, inclui superfícies sólidas, poros e interfaces que possibilitam o aparecimento de diversos processos químicos, físicos e biológicos. Dessa maneira, esses processos citados exercem influência sobre o crescimento das plantas, a hidrologia, o manejo ambiental e as obras de construção civil. O homem pode exercer certo controle sobre o arranjo das partículas dentro da estrutura do solo (agregado) e estabilidade delas, a exemplo do cultivo na agricultura e do tráfego, já que se podem evitar danos aos solos nessas áreas ao se planejar corretamente seu uso. Outro exemplo é o crescimento de plantas sob o solo, que podem criar resíduos orgânicos que podem regressar ao solo e assim acabar por minimizar o dano do solo devido a sua movimentação. Nesse âmbito, a adequada seleção de espécies de plantas, os manejos de fatores químicos, físicos e biológicos bem como a rotação de culturas podem colaborar para assegurar a manutenção das qualidades físicas do solo.

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