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As Universidades e o Empreendedorismo

Por:   •  30/5/2019  •  Dissertação  •  1.327 Palavras (6 Páginas)  •  224 Visualizações

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  1. As Universidades e o Empreendedorismo dos Engenheiros Civis

Segundo Nose e Rebelatto (2001), o mundo globalizado atual está exigindo cada vez mais das empresas que estão no mercado e, consequentemente, os profissionais precisam se adequar ao novo cenário onde as competências exigidas tornam-se cada vez mais elevadas. O engenheiro, em especial, segundo esses autores, precisa ter conhecimento em diversas áreas tais como: administração, marketing, finanças, psicologia do trabalho, trabalho em grupo, liderança de pessoas e muitas outras que precisam ser modeladas com o passar do tempo.

Para Ferreira (2003), o papel da universidade deve ser reconfigurado para não apresentar um saber empacotado, adestrador, e sim que apresente um conceito de reflexão e criatividade para situar os alunos como cidadãos responsáveis e atuantes.

Segundo Molina e Junior (2014), o ensino tradicional aplicado nas faculdades de Engenharia Civil não está sendo suficiente para a formação do engenheiro civil, e é necessário que haja matérias que tragam o aluno para mais próximo da realidade vivenciada nas obras.

Para Araújo e Lezana (2000), o engenheiro civil muitas vezes monta sua própria empresa e passa a lidar com situações para as quais não está preparado, pois os ensinamentos que foram passados na universidade não foram suficientes para abranger todo conhecimento necessário para administrar um negócio.

A formação do engenheiro depende do desenvolvimento das características empreendedoras para atender as exigências do mercado. O empreendedorismo no ensino é uma filosofia que permeia todos os conteúdos, permitindo a interação entre a teoria e a prática. (ARAÚJO; LEZANA, 2000, p. 7).

Segundo Araújo e Lezana (2000), o grande número de desempregados na área e a falta de profissionais capacitados em grandes empresas se dá em virtude da discrepância entre universidades e mercado de trabalho. Dentro dessa realidade, é fundamental que o engenheiro tenha características empreendedoras. Esses autores ainda destacam que:

o engenheiro civil recém-formado está preparado para executar serviços relacionados à técnica de engenharia, possuindo apenas algumas noções de ciências humanas, como administração e economia. Porém, as principais exigências do mercado de trabalho são com relação ao gerenciamento, gestão e relacionamento (ARAÚJO e LEZANA, 2000, p. 1).

Para Petterson (1996, apud ARAÚJO; LEZANA, 2000), os requisitos iniciais para o empreendedor são a percepção de risco, comprometimento total, vigor e entusiasmo, conhecimento em vendas e por fim, reconhecer a oportunidade de autonomia.

Quando se trata de engenheiro administrador de obras estas qualidades tornam-se fundamentais para o sucesso do empreendimento e, neste caso, não há como separar o engenheiro do empresário (ARAÚJO; LEZANA, 2000).

Uma das formas de o engenheiro civil recém-formado driblar o momento adverso pelo qual o mercado econômico brasileiro tem passado é se lançar e prestar serviços como engenheiro liberal autônomo (WAGNER, 2015).

De acordo com Povoa e Bento (2005), outra forma do recém-formado ingressar no mercado de trabalho é através dos programas de trainees, bastante comuns em muitas empresas do Brasil e do mundo, que estão à procura de jovens talentos. Esses programas duram de um a dois anos, dando a oportunidade do recém-formado se dedicar ao trabalho e ser preparado para uma carreira de liderança na empresa. Esses autores ainda afirmam que a vaga de trainee é o principal objetivo de muitos recém-formados, mas que apenas uma pequena parte deles conseguem alcançar.

Araújo e Lezana (2000, p. 7) dizem que “no mundo globalizado a educação é o caminho. A alta competitividade entre as empresas exige novas formas de organização, em que só há espaço para indivíduos empreendedores.”

  1. Profissional Liberal e Profissional Autônomo

A Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL) conceitua o profissional liberal como aquele profissional legalmente habilitado a prestar serviços de natureza técnico-científica, com a liberdade de execução que lhe é assegurada pelos princípios normativos de sua profissão, independentemente do vínculo da prestação do serviço (CNPL, 2015a).

Segundo esse mesmo autor, as atividades exercidas por profissionais liberais estão previstas em legislação própria, assim como os requisitos para o desenvolvimento da profissão. Essas atividades são fiscalizadas por entidades de classe, onde os conselhos profissionais definem os procedimentos técnicos e éticos da profissão (CNPL, 2015a). Para os engenheiros civis, esse órgão fiscalizador e regulador é o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA (CREA-SP, 2014; CONFEA 2003).

Segundo Caldeira (2004), o profissional liberal deve possuir conhecimento técnico e científico, sendo também necessário que se tenha conhecimento prático da sua área de atuação.

Os trabalhadores chamados profissionais liberais podem exercer atividades como empregados, empregadores ou, ainda, como profissionais autônomos, sem vínculo empregatício com o contratante (CNPL, 2015a).

Ainda de acordo com CNPL (2015a), quando se fala em profissional liberal ou autônomo, é comum assemelhar os dois termos ao mesmo tipo de profissional, apesar de existirem algumas diferenças que são importantes e que devem ser esclarecidas. O profissional autônomo, segundo esse autor, é aquele indivíduo que trabalha por conta própria, independente economicamente e financeiramente, que não é empregado de um terceiro, e que não necessita possuir formação para desempenhar sua profissão; enquanto o profissional liberal é aquele que também possui independência financeira mas que, contudo, pode tanto trabalhar por conta própria como trabalhar para um terceiro, e deve possuir formação profissional e registro em entidade de classe.

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