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Aula Estruturas de Madeira

Por:   •  19/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.742 Palavras (7 Páginas)  •  123 Visualizações

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ESTRUTURAS DE MADEIRA

  1. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁRVORES

Pela Botânica, as árvores são classificadas como vegetais superiores, denominados de fanerógamas, que apresentam complexidade anatômica e fisiológica. Segundo o sistema Engler de divisão botânica, há 17 categorias de vegetais. À área da Engenharia interessam as divisões XVI e XVII, por se tratarem de categorias de produção de madeira.

Na categoria XVI encontram-se as Gimnospermae ou gimnospermas, ou seja, árvores que não produzem frutos. O diagrama a seguir mostra as subdivisões da categoria:

[pic 1]

A principal categoria das gimnospermas são as coníferas, nome dado devido às flores serem parecidas com “cones” ou “estróbilos”. A maioria das árvores coníferas possui folhas em formato de agulha e raízes pivotantes.

Árvores coníferas apresentam madeiras moles e são conhecidas internacionalmente como softwoods (madeira macia). São predominantes no Hemisfério Norte, constituindo grandes florestas plantadas e fornecendo madeira para a indústria e para a construção civil.

No Brasil, a conífera mais conhecida e da qual houve grande extração de madeira é a Araucária ou Pinheiro do Paraná. Outras espécies nativas utilizadas são o pinho bravo e o pinho do brejo para utilização da madeira e os ciprestes e pinheiros de natal, usados geralmente em paisagismo. Há também espécies exóticas de outros países, cultivadas no Brasil, sendo o principal gênero o Pinus.

A divisão XVII consiste nas Angiospermae ou Angiospermas, ou seja, vegetais que possuem raiz, caule, folhas, flores e frutos, sendo portanto, mais evoluídos que as gimnospermas. As angiospermas possuem duas grandes subdivisões, de acordo com o número de cotilédones (primeiras folhas do embrião), podendo ser monocotiledôneas ou dicotiledôneas.

As plantas mais comuns da classe das monocotiledôneas são as gramíneas e as palmas, como capim, cana-de-açúcar, milho, arroz, alho, cebola, palmeiras, bambu, etc. As palmeiras fornecem madeiras não duráveis, empregadas em estruturas de cimbramento ou escoramento temporário. Já o bambu oferece boa resistência mecânica e pouco peso, podendo ser aplicado como material estrutural.

As dicotiledôneas apresentam como espécies mais comuns o feijão, abacateiro, cerejeira, pau-brasil, ipê, peroba, mogno, etc. Nem todas as espécies de dicotiledôneas fornecem madeira. As espécies que fornecem são denominadas folhosas e produzem madeira dura ou hardwoods. As madeiras mais utilizadas na construção civil brasileira são desta categoria.

  1. fisiologia da árvore

A fisiologia é a área da biologia que trata dos estudos sobre as funções orgânicas, processos e atividades vitais.

O crescimento de uma árvore ocorre nos sentidos vertical e diametral. A cada ano, há um novo crescimento vertical e a formação de uma nova camada. As camadas vão se sobrepondo sobre as mais antigas, constituindo os anéis de crescimento vistos quando há um corte transversal no tronco da árvore. Isto ocorre pois as células do fim de cada aumento e do início do próximo são suficientemente diferentes para diferenciar as camadas anuais de crescimento.

Cada anel de crescimento é formado por duas camadas. A madeira que se forma entre primavera e verão tem a coloração mais clara, com células de paredes mais finas. Já a madeira formada entre outono e inverno possui a coloração mais escura, com células pequenas e de crescimento lento. Por meio da contagem dos anéis de crescimento é possível saber a idade da árvore.

[pic 2]

Observando-se a imagem, é possível notar as partes constituintes da árvore: casca, lenho, medula e raios medulares.

A casca é a proteção contra agentes externos e se divide em duas partes: casca externa (ritidoma), que é composta por células mortas e a casca interna (floema) formada por tecidos vivos, moles e úmidos.

O lenho é a parte resistente do tronco, sendo composto por alburno e cerne. O alburno é formado por madeira jovem, sendo mais permeável, menos denso e mais sujeito ao ataque de fungos apodrecedores e insetos. Também possui menos resistência mecânica. O cerne é formado por modificações do alburno, onde a madeira se torna mais resistente e densa.

A medula se localiza na parte central, onde ocorre o crescimento vertical, sendo a madeira de menor resistência. Os raios medulares são responsáveis por ligar as camadas entre si e transportar e armazenar a seiva.

Entre a casca e o lenho existe o câmbio, uma camada aparentemente fluída, vista com o auxílio de lentes. O câmbio constitui a parte viva da árvore, sendo responsável pelo aumento de diâmetro através da formação de novas camadas.

[pic 3]

Para que ocorra a nutrição da árvore, a seiva bruta é retirada do solo e sobre pelo alburno até as folhas, onde é realizado o processo de fotossíntese. Durante a fotossíntese, é gerada a seiva elaborada, que desce pelo floema até as raízes da árvore. Parte da seiva elaborada é transportada pelos raios medulares até o centro do tronco.

Os três principais componentes orgânicos que a madeira apresenta são a celulose, a hemicelulose e a lignina. O teor de cada substância varia de acordo com a espécie, como mostra a tabela.

[pic 4]

A celulose é construída por centenas de glucoses, encontrada nas paredes das fibras, vasos e traqueídes. A lignina atua como um cimento, colando as cadeias de celulose, proporcionando rigidez e dureza ao material.

[pic 5]

  1. anatomia do tecido lenhoso

As principais células constituintes da madeira possuem formato alongado e com vazio interno, sendo de formas e tamanhos variáveis conforme a função. Nas madeiras encontram-se os seguintes elementos celulares: traqueídeos, vasos, fibras e raios medulares.

As árvores coníferas são constituídas principalmente por traqueideos e raios medulares, enquanto as folhosas constituem-se de fibras, parênquima, vasos e raios medulares.

Os traqueídeos são células alongadas, fechadas e pontiagudas, com comprimento de 3 a 4 mm. Entre os traqueídeos formam-se válvulas que regulam a passagem da seiva de uma célula para outra, denominadas pontuações aeroladas.

Os vasos aparecem no corte transversal como poros. Na fase inicial de vida, são formados por células alongadas fechadas e na fase final, as paredes se dissolvem.

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