Cerâmica Vermelha. Resumo Histórico
Pesquisas Acadêmicas: Cerâmica Vermelha. Resumo Histórico. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: TiagoColombo • 5/8/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.054 Palavras (9 Páginas) • 394 Visualizações
Introdução
Cerâmica Vermelha
Resumo Histórico
No Brasil, há mais de 2000 anos, antes mesmo da sua “descoberta” pelos portugueses, já existia a atividade de fabricação de cerâmicas, representada por potes, baixelas e outros artefatos cerâmicos.
A cerâmica mais elaborada foi encontrada na Ilha de Marajó; do tipo marajoara, tem sua origem na avançada cultura indígena da Ilha. Entretanto, estudos arqueológicos indicam que a presença de uma cerâmica mais simples ocorreu na região amazônica, há mais de 5000 anos atrás.
No que tange à cerâmica vermelha, as escassas e imprecisas informações referem-se à utilização no período Colonial, a partir de técnicas de produção rudimentares introduzidas pelos jesuítas, que necessitavam de tijolos para construção de colégios e conventos. A partir de 1549, com a chegada de Tomé de Sousa ao país, é estimulada a produção material de construção para o desenvolvimento de cidades mais bem planejadas e elaboradas. Em 1575 há indícios do uso de telhas na formação da vila que viria a ser a cidade de São Paulo/SP. E foi a partir desse estímulo que começa a se desenvolver a atividade cerâmica de forma mais intensa, sendo as olarias o marco inicial da indústria em São Paulo. Com maior concentração nas últimas décadas do século XIX, a produção nas olarias se dava por meio de processos manuais, e em pequenos estabelecimentos, e tinham como produto final tijolos, telhas, tubos, manilhas, vasos, potes e moringas, os quais eram comercializados localmente.
Constituição
O setor de CVPC utiliza como matéria-prima basicamente a argila comum; a massa resultante pode ser denominada simples ou natural, sendo composta por matéria orgânica, impurezas e minerais de ferro, que permitem sua sinterização a baixas temperaturas (entre
900 e 1.100°C).
Aplicações
Os produtos são aplicados normalmente na construção civil com as técnicas especificas de cada construtor dependendo de cada produto.
Em relação aos blocos cerâmicos, os principais problemas (ou seja, aqueles que geram maior insatisfação nos compradores corporativos) referiram-se à baixa qualidade do produto e à falta de padronização e normalização. No caso das telhas cerâmicas, embora com menor número de citações, também foram destacadas as mesmas deficiências.
Fabricação
O processo produtivo pode ser caracterizado da seguinte forma:
• Processo da matéria-prima: coleta, sazonamento, estoque e mistura;
•Processo de beneficiamento: misturador, laminador e misturador;
• Processo de fabricação: extrusão, corte e prensa;
•Processo de queima e inspeção.
As etapas de fabricação da cerâmica vermelha podem ser assim resumidas:
•Preparação da massa: material é separado, formam-se montes de argila para serem homogeneizados;
•Caixão alimentador: separação da quantidade necessária à produção, que em seguida é levada para desintegradores;
•Desintegradores: nessa fase a umidade deverá variar entre 16% e 25%, para evitar perda de eficiência, não desintegrando os blocos de argila adequadamente;
• Misturador: em seguida, em um misturador, a mistura é homogeneizada;
•Laminador: a massa é então amassada em formato de lâminas e em seguida levada à maromba;
• Extrusora ou maromba: que compacta uma massa plástica, numa câmara de alta pressão, a vácuo, contra uma forma (molde) no formato do produto desejado;
•Cortador: um fino cabo de aço corta a peça na dimensão desejada;
• Secagem: durante a secagem as peças reduzem de 20 a 30% de teor de umidade para
5%; a secagem pode ser natural (exposição das peças ao ar livre) ou forçada (secadores intermitentes ou contínuos);
•Queima: peças secas são submetidas aos fornos para adquirirem as características e propriedades desejadas, que podem ocorrer nos seguintes tipos de fornos – de chama direta, tipo caipira, garrafão e caieira; de chama reversível tipo abóboda, Catarina, Corujinha e Paulista; contínuos do tipo Hoffman; do tipo túnel, e do tipo plataforma (intermitentes), tipo vagão ou gaveta (todos os tipos podem queimar lenha, bagaço de cana, óleo combustível etc.);
•Estocagem e expedição: depois de retirados do forno, são inspecionados, em um pátio, para retirada de peças com defeitos.
Classificação específica e uso na construção civil
O setor de cerâmica vermelha no Brasil gera como seus produtos principais, tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, lajotas, ladrilhos vermelhos, tubos e agregados leves. A diversidade de produtos é muito elevada pelas próprias exigências do mercado consumidor que, muitas vezes, forçam uma variedade de dimensões que acabam afetando a padronização dos produtos.
Impacto ecológico
O setor de CVPC, assim como todo o setor cerâmico, é um grande consumidor de energia, além de causar forte impacto ambiental em razão do uso intensivo de lenha.
Para uso industrial, especialmente no setor de cerâmica, a energia consumida em 2006 foi estimada em 3,5 milhões de tep.18
A participação da lenha como fonte energética foi de 35,4% em relação ao total de energia consumido por todos os setores; o gás natural correspondeu a 56,5% e o óleo combustível, a 66%.
A lenha representou quase 50% de todo o consumo de energia pelo setor cerâmico, seguida pelo gás natural (26%) e óleo combustível.
Em função da representatividade dos volumes de consumo de lenha, a atividade cerâmica deve ter especial atenção aos problemas ambientais causados pela sua queima, em função da produção de cinzas, óxidos de enxofre, dióxido de carbono e óxidos de nitrogênio, causadores de chuva ácida e de danos à camada de ozônio. Além disso, a lenha apresenta baixo rendimento energético, que impacta na qualidade e nos padrões técnicos dos produtos, resultando em até 30% de perda.
Dessa
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