Cinema 3D
Pesquisas Acadêmicas: Cinema 3D. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: rodrigoknx • 28/3/2014 • 1.937 Palavras (8 Páginas) • 246 Visualizações
Entrando nos anos 90 começamos logo com dois filmes protagonizados pelo futuro ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger. O primeiro, de 1990, é mais uma adaptação de um livro de Phillip K. Dick realizada por paul Verhoeven chamada “Total Recall”. A narrativa do filme centra-se na possibilidade de se poderem fazer implantes de memórias que nos permitam sentir como se já tivéssemos vivido alguma aventura ou experiência mais arriscada, mesmo até umas agradáveis férias, sem ter que para isso sair do conforto de casa e perder o tempo de viagem. O problema é que a personagem principal a certo ponto não sabe se aquilo que está a viver são os implantes de memória ou se é mesmo real, criando uma atmosfera de paranóia tanto nas personagens como no espectador. A história do filme não se afasta muito dos arquétipos dos Film Noir e dos Policiais, fazendo com que isso acrescente algo mais ao filme do que apenas os efeitos especiais. Mas alimentando-se mais de efeitos especiais do que “Total Recall” está o famoso “Terminator 2” (“O exterminador Implacável 2”) de James Cameron, também com o actor austríaco num dos principais papéis. Este é de de longe o melhor filme da saga do exterminador, não só por ser o que contém uma melhor narrativa mas também por ser o filme que surpreendeu toda a gente com os seus brilhantes efeitos especiais, que conseguiram dar vida a uma máquina feita de metal liquido, capaz de se deformar e reformar à sua vontade e sempre que necessário. Nunca um filme tinha tido efeitos especiais tão realistas, o que lhe valeu quatro Óscares: Melhor Som, Melhor Maquilhagem, Melhores efeitos especiais e Melhor montagem de Som. Foi graças ás técnicas digitais deste filme que o mundo do cinema pôde um ano depois ter visto “Jurassic park” de Steven Spielberg, o filme que mostrou ao mundo pela primeira vez dinossauros com uma credibilidade nunca antes vista e que ainda hoje não foram ultrapassados em termos de espétacularidade e credibilidade. O filme ultrapassou “ET” na lista dos filmes com maior sucesso de bilheteira e tornou-se num marco para a animação gerada por computador. As técnicas do cinema evoluiram bastante desde que a Disney lançou “Tron” apenas dez anos antes. “O Parque Jurássico” explora as possibilidades da clonagem de dinossauros através do seu ADN encontrado em registos fósseis bem como a impossibilidade de convivência entre os repteis gigantes e os humanos. Depois de “Jurassic Park”, em 1995 são-nos apresentados que mudam bastante de tom em relação aos dois grandes blockbusters americanos; Jean Pierre jeunet lança o seu “La cité des Enfants Perdus” e Terry Gilliam faz uma adaptação da curta metragem “La Jetée” com Bruce Willis e Brad Pitt chamada “12 Monkeys”. Estes dois filmes são muito mais intimistas, feitos com orçamentos muito mais reduzidos mas não deixam de acrescentar algo de novo ao género. O publico já tinha ficado com uma ideia de como seria um filme de Ficção Científica á lá Jeunet com o “Delicatessen” de 1991 mas foi em 1995 que o realizador francês pegou no género e o subverteu á sua estética, criando um filme simples mas grandioso e mágico, tal qual como veio mais tarde a fazer com “Amélie”; quanto a Gilliam, o seu filme é muito mais negro, alertando a temas como testes quimicos em cobaias vivas e a crescente dificuldade na real comunicação entre pessoas graças á tecnologia. O tema da assombração da ideia da morte também é recorrente ao longo do filme, sendo mesmo um dos tópicos principais abordados.
O filme que se segue na lista é “Gattaca”, de Andrew Niccol, e de todos os filmes de que aqui escrevo, é aquele que mais se assemelha aos filmes dos anos 50, mantendo um aspecto futurista mas estilisticamente retro, de modo a poder equiparar-se com filmes como “O dia em que a Terra parou”. “Gattaca” é um filme inteligente e que não procura as muletas dos efeitos especiais para contar uma boa história. No universo da narrativa, Vincent, protagonizado por Ethan Hawke é um homem que nasceu sem qualquer tipo de controlo genético numa altura em que todos os pais recorriam a essa técnica para ter os filhos “perfeitos”. Vincent tem uma esperança de vida de apenas 30 e é esperado que comece a desenvolver problemas no coração, coisa que não acontece nos outros homens da sua idade, que o provocam por causa disso. Para cumprir o seu sonho de se tornar astronauta Vincent pede então a ajuda a um homem concebido com controlo genético mas que enquanto jovem teve um acidente de carro que o deixou paralítico, trocando de identidade com ele e recolhendo o seu sangue, urina, e outro tipo de amostras de ADN para que ele pudesse passar como “apto”. O filme foi lançado em 1997, numa altura em que já se começava a pensar nas possibilidades de controlar algumas características dos fetos através de manipulação genética, e lida portanto com a ideia de contrariar a natureza e fazer-mos de “Deus”, controlando a vida a níveis nunca antes imaginados. Hoje em dia, pouco mais de uma década depois de “Gattaca”, é possível controlar pequenas coisas como a cor dos olhos das crianças enquanto elas ainda estão em fase de formação, mostrando que as questões levantadas no filme podem vir a ser ainda mais pertinentes á medida que vamos avançando no tempo.
Em 1998 surge Darron Aronofsky com o seu “π” (Pi). Este filme independente com a simples ideia de que a matemática “está em todo o lado” consegue ser um verdadeiro cubo de rubick cinematográfico. A narrativa do filme não é tão forte quanto isso mas o visual de influências Kafkianas e o turbilhão obscuro de acontecimentos dá ao primeiro filme de Aronofsky o enorme respeito de milhares de adeptos do bom cinema independente. Ainda na década de 90 deixo a matemática para entrar novamente no universo virtual, desta vez dos irmãos Wachowski e do seu “The Matrix”.
Até este momento houve filmes importantes na história do cinema, houve filmes que serviram como marcos de mudança dentro de géneros e conceitos e mesmo de técnicas; mas foi no entanto “The Matrix” que marcou com uma explosão a mudança para os anos 2000 da melhor forma possível. Critica e publico adoraram o filme e o conceito apesar de não ser novo, foi aqui completamente reinventado. As cenas de acção foram aclamadas, bem como o novíssimo efeito Bullet-Time, conhecido pelo publico como o “Efeito Matrix” copiado e copiado num incontável numero de filmes posteriores. “Matrix” contém referencias a Alice no País das maravilhas e ao cinema de acção de Hong Kong contendo ainda dentro de si ideias que nos fazem lembrar a alegoria da caverna de Platão.
A partir de 2000 o boom na
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