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DESAFIOS DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO – PERSPECTIVAS INSTITUCIONAIS E DE PROGRAMAS DE PÓSGRADUAÇÃO MENEGHEL

Por:   •  7/5/2018  •  Resenha  •  1.340 Palavras (6 Páginas)  •  280 Visualizações

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DESAFIOS DA PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO – PERSPECTIVAS INSTITUCIONAIS E DE PROGRAMAS DE PÓSGRADUAÇÃO MENEGHEL, Stela Maria – FURB – stmeneg @terra.com.br ROBL, Fabiane – fabiane.robl@mec.gov.br WASSEM, Joyce – FURB – joywassem@gmail.com GT: Política de Educação Superior / n.11 Agência Financiadora: Sem Financiamento

MAYKEL ARTINO CAMPESTRINI

RESUMO:

A produção de conhecimento em educação foi marcada por um aumentado significativamente nas últimas décadas, devido à criação de Programas de Pós-graduação em Educação (PPGE) e de revistas científicas. Contudo este crescimento em pesquisa ainda não é homogêneo, variando de região para região e entre IES e PPGE. Onde os melhores índices se concentram em centros de excelência. Para melhor compreensão do desenvolvimento da tecnologia deve estar claro alguns conceito como de centro-periferia, que inicialmente foi utilizado por economistas buscando diferenciar processos produtivos e a economia de diversos países, dividindo-os em função do seu grau/nível de industrialização.

A primeira classificação é baseada no domínio da tecnologia, entre países centrais, desenvolvidos, promotores da industrialização e produtores de manufaturas, e os países periféricos, subdesenvolvidas, fornecedores de matéria-prima.

E a segunda forma diz respeito a classificação geográfica, onde os países centrais são denominados países de centro ou desenvolvidos, possuidores do conhecimento e promotores dos avanços tecnológicos ou, então, capacidade inovativa. Com base nestas teorias se entendeu que países industrializados apresentavam, de forma geral, melhores índices de desenvolvimento social, e os países menos industrializados, menores índices e desta forma eram considerados subdesenvolvidos.

Essas duas classificações deram origem ao entendimento linear de desenvolvimento econômico, onde o desenvolvimento e o aumento da complexidade tecnológica avançariam gradualmente até alcançar o domínio da alta tecnologia, e o a teoria do ‘efeito transbordamento’ ou teoria do ‘crescimento do bolo’, onde os benefícios da industrialização seriam sentidos, nas camadas mais altas e esta repassaria para toda a sociedade.

Como ambas as teorias se mostraram ineficientes, pois segundo Herrera (2003), mesmo em países pouco industrializados existe um setor ‘moderno’ ou, mais apropriadamente, setor rico; e um setor ‘tradicional’ ou pobre. Entre esses dois setores existe uma interdependência que se semelha ao relacionamento de países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

A partir desta visão de interdependência, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe/CEPAL define que a relação entre os países fundamenta-se em um modelo de produção que não comporta que todos sejam “desenvolvidos”, surgindo então a Teoria da Dependência.

Essa teoria mostra que os países industrializados, agora denominados de centrais, utilizem como instrumento de superioridade e dominação o desenvolvimento científico e tecnológico, sobre os países subdesenvolvidos, agora chamados de periféricos, mantendo uma interdependência explorando as fragilidades dos países periféricos não deixam brechas para que estes revertam este quadro de desenvolvimento tecnológico, sendo por falta de aporte financeiro ou inviabilizando o acesso ao conhecimento.

Contudo, mesmo países centrais que apresentam índices de investimentos em pesquisa muito alto, apresentam desigualdades socioeconômicas, assim como podem existir países, instituição ou empresas, periféricas que apresentam desempenho semelhante às dos países centrais.

Por volta de 1970 se difundiu o conceito de centro-periferia para as instituições de pesquisa e de educação superior, e se referem à capacidade de produção de conhecimento e do potencial de inovação no setor produtivo.

Para melhorar entender às condições de produção de pesquisa, Franco (1997) aponta duas ordens de “suposições e proposições”. Onde a primeira refere-se ao ‘saber fazer’, onde é preciso saber pesquisar e ser qualificado para tal, no caso o título de doutor certifica o docente para tal. A segunda suposição trata do ‘tempo para fazer’ pesquisa, ou seja, horas para estudar, elaborar e executar projetos. Outro fator considerado é a condições básicas de infraestrutura (laboratórios, biblioteca, recursos de informática) para o ‘fazer’. A atividade de pesquisa envolve, portanto, não apenas pessoas qualificadas e recursos financeiros, mas a existência de um ambiente que permita e propicie a produção acadêmica.

Sendo assim as IES, que possuem os requisitos descritos anteriormente têm maiores chances de produzir, publicar e explicitar o trabalho realizado, completando o ciclo de produção de conhecimento. Estas instituições ampliam a obtenção de recursos junto a agências de fomento (nacionais e internacionais) e empresas (públicas e privadas), sendo que o oposto ocorre com as IES periféricas, gerando um ambiente desfavorável a produção científica.

Baseado nos dados acima os centros de excelência podem ser caracterizados como, instituições de alta concentração de pessoal qualificado para pesquisa (doutores), disponibilidade de horas para a atividade científica, boa infraestrutura física e acesso a recursos financeiros, capazes de constituir e manter um ambiente acadêmico. Já nas IES periféricas ocorre o oposto, o que limita as chances de acesso e obtenção de recursos junto a agências de fomento e empresas. Estes critérios para a concessão de auxílio financeiro a uma atividade científica são praticamente os mesmo no mundo todo, contudo alguns autores questionam esta forma bibliográfica de avaliação das IES, afirmando que a contribuição do cientista vai alem do número de citações, vinculando o reconhecimento do cientista com o mundo exterior ao laboratório.

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