DESEMPENHO DE PLANTAS AQUÁTICAS NO TRATAMENTO DE DEJETOS LÍQUIDOS DE SUINOCULTURA
Por: Renata Mafra • 27/6/2016 • Trabalho acadêmico • 9.065 Palavras (37 Páginas) • 414 Visualizações
[pic 1] | FACULDADE DE ENGENHARIA CONSELHEIRO ALGACYR MUNHOZ MAEDER ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA |
DESEMPENHO DE PLANTAS AQUÁTICAS NO TRATAMENTO DE DEJETOS LÍQUIDOS DE SUINOCULTURA
RENATA CRISTINA MAFRA
Presidente Prudente - SP
2016
1 INTRODUÇÃO
A recuperação do meio ambiente tem sido uma grande preocupação nos dias atuais. Os solos e as águas contaminadas vêm assumindo proporções que comprometem a qualidade de vida no planeta (Pajevic, Borisev, Nikolic, Kristic, Pilipovic & Orlovic, 2009 apud Vasconcellos, M. C., Pagliuso, D., Sotomaior, V. S.). As funções antrópicas voltadas para a mineração, indústria metalúrgica, indústrias químicas, agricultura, dentre outras, têm causado grandes problemas, pois são liberados rejeitos orgânicos como hidrocarbonetos, inorgânicos e os metais pesados presentes em grande parte dos rejeitos industriais (Bhargava, Carmona, Bhargava & Srivastava, 2012 apud Vasconcellos, M. C., Pagliuso, D., Sotomaior, V. S.). Os matadouros e frigoríficos são enquadrados no setor agroindustrial, por possuir em sua cadeia produtiva um elevado potencial poluidor (MESS, 2006).
Segundo Esteves (1998), a fitorremediação é uma alternativa para aproveitamento e descontaminação ambiental. É uma tecnologia que utiliza plantas para degradar, extrair, conter ou imobilizar contaminantes do solo e da água. A aplicação dessa técnica possui grandes vantagens, como o baixo custo de investimento e operação, sua capacidade de fitorremediar mais de um elemento, sua possibilidade de ser aplicada in loco e ser de fácil manejo, por poder ser reutilizada para outros fins além de ser aceita esteticamente pela sociedade. (MARTINS, 2008).
Diferentes percalços da fitorremediação estão relacionadas ao clima, ao tipo de solo, à estação do ano, à concentração e profundidade do contaminante e à interferência do contaminante no crescimento da planta, o que muitas vezes leva a um crescimento lento, aumentando o tempo necessário para o processo de descontaminação (Cunningham & Ow, 1996; PilonSmits, 2005 apud Vasconcellos, M. C., Pagliuso, D., Sotomaior, V. S.). Os resultados da fitorremediação não são imediatos, podendo levar semanas, meses e até anos para que o efeito esperado seja alcançado. Assim, ela pode ser desaconselhada em áreas que precisam uma resposta rápida e que oferecem risco aos seres vivos (EPA, 2000 apud Vasconcellos, M. C., Pagliuso, D., Sotomaior, V. S.).
O presente trabalho utilizou o método de fitoextração, que se refere a um tipo específico de fitorremediação que utiliza espécies denominadas hiperacumuladoras. Estas plantas apresentam a capacidade de extrair contaminantes do efluente e acumular os mesmos em seus tecidos.
Neste contexto, o presente trabalho justifica-se pela necessidade do alcance a qualidade da água através da redução na concentração de parâmetros físico-químicos de efluentes de suinocultura pelo método da fitoextração, sob a ação das macrófitas aquáticas Eichhornia crassipes (Aguapé), Pistia stratiotes (Alface d’água) e Salvinia sp ( Salvínia), com o propósito de permitir o seu descarte correto satisfatório.
2 MATERIAL E MÉTODOS
O estudo se aplica a Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) na cidade de Presidente Prudente – SP.
Figura 1 – Vista aérea parcial do campus II (UNOESTE), onde o experimento foi realizado.
[pic 2]
Fonte: Fonte: Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE).
O efluente da suinocultura é originado na fazenda da zootecnia da Universidade do Oeste Paulista. Este efluente não é tratado e após a coleta ele é lançado no sistema de esgoto da Universidade.
A coleta das macrófitas aquáticas foram feitas no manancial do Rio Santo Anastácio, conhecido popularmente como CICA, pela responsável do projeto.
As caixas d’água de 250 litros foram disponíveis através de um delineamento inteiramente casualizado (DIC), constituindo quatro tratamentos em parcelas subdivididas, sendo 3 destas parcelas contendo diluição de 50% do efluente com três espécies vegetais sendo elas: Aguapé, Alface d’água, Salvínia e uma testemunha com 100% de dejeto líquido de suinocultura e cada tratamento com quatro repetições, totalizando 16 parcelas experimentais.
- T1 – Testemunha;
- T2 – Aguapé;
- T3 – Alface d’água;
- T4 – Salvínia;
O processo foi condicionado durante 30 dias, tendo como base analises realizadas quinzenalmente no laboratório da própria Universidade.
Figura 2 – Disposição das parcelas experimentais
DISPOSIÇÃO DAS PARCELAS EXPERIMENTAIS | |||
T4R1 | T2R2 | T3R3 | T4R4 |
T3R1 | T1R2 | T1R3 | T1R4 |
T2R1 | T4R2 | T4R3 | T3R4 |
T1R1 | T3R2 | T2R3 | TR24 |
Fonte: Mafra, 2016.
As amostras das macrófitas foram lavadas com água no laboratório para serem feita as análises pela mestranda responsável pelo projeto, Camila Pinaffi.
Com as amostras do efluente diluído foram analisados os parâmetros: condutividade elétrica, turbidez, pH e oxigênio dissolvido (OD).
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na tabela abaixo mostra o resultado estatístico de OD, turbidez, pH e condutividade elétrica. Foram feitos através do programa Assistat, pela aplicação do método de Tukey:
3.1 Condutividade elétrica
Condutividade Elétrica
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FV GL SQ QM F
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1ª Coleta 3 24787.75000 8262.58333 3.5875 *
Resíduo-a 12 27637.75000 2303.14583
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Parcelas 15 52425.50000
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