ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA QUEIMADA LOCALIZADA NO BIOMA CERRADO
Por: Rafael Cyrne • 20/4/2020 • Trabalho acadêmico • 2.545 Palavras (11 Páginas) • 140 Visualizações
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
RAFAEL CESAR DE OLIVEIRA CYRNE
RENATA ALVARENGA SALES
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA QUEIMADA LOCALIZADA NO BIOMA CERRADO
VOLTA REDONDA, RJ
JUNHO DE 2019
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE RECUPERAÇÃO DE UMA ÁREA QUEIMADA LOCALIZADA NO BIOMA CERRADO
Trabalho de Poluição dos Solos para obtenção de nota parcial apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental do UniFOA.
Alunos:
Rafael Cesar De Oliveira Cyrne
Renata Alvarenga Sales
Orientadora:
Prof. Dra. Ana Carolina Callegario Pereira
VOLTA REDONDA, RJ
JUNHO DE 2019
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Nobre et al. (2017), os riscos advindos das queimadas englobam um ciclo de prejuízos e danos ambientais que se estendem desde a redução da biodiversidade local como alterações no sistema de distribuição de chuvas, diminuição da proteção dos rios, arrefecimento de espécies essenciais à manutenção da qualidade de vida de populações, bem como aumento da temperatura e emissão de gases nocivos à saúde humana.
Já Mesquita (2013), alerta que os potenciais impactos das queimadas para as áreas ambientais envolvem a redução na biodiversidade de espécies e erosão do solo, logo, convém observar o potencial significativo para o comprometimento dos caracteres ambientais, pois, de acordo com Magalhães et al. (2013), o fogo pode ser ocasionado por mudanças climáticas, alteração da distribuição da chuva ou atividades antrópicas.
Outro alerta é feito por Ribeiro, Soares e Bepller (2011), pois estes autores salientam que, em regiões com períodos de seca bem definidos, os riscos de propagação do fogo em áreas de floresta são mais altos nesse período, representando um complexo processo de reação em cadeia.
Consequentemente, de acordo com Lázia (2014), as queimadas se caracterizam como tragédias ecológicas que acontecem por várias regiões do território brasileiro, principalmente durante a época de estiagem, devido ao ressecamento da vegetação e à falta de chuva.
Na visão de Tornroos et al. (2014), de todos os fatores que podem causar uma mudança brusca de paisagem, as queimadas se destacam porque as alterações funcionais estão intimamente ligadas à redução de espécies que o compõem. Nesse contexto, a diminuição da riqueza de comunidades taxonômicas altera as categorias de traços relacionadas à alimentação, vida e movimento e potencialmente teria um efeito em vários processos ecossistêmicos como, por exemplo, a regulação da temperatura atmosférica
1.1 Objetivo
O objetivo deste trabalho é a elaboração de um plano de recuperação de área degradada no bioma da cerrado, após a ocorrência de queimada, com base nas características químicas do solo, da vegetação remanescente e do histórico de queimadas. Essa área está situada na zona rural da cidade de Nova Olímpia, no estado do Mato Grosso.
2 METODOLOGIA
2.1 A área de estudo
2.1.1 Relevo
O relevo da área em estudo é formado superfícies tabulares reelaboradas (chapadas baixas), com cotas topográficas variando de 836 a 888 metros e declividade média de 2,2%.
2.1.2 Solos
Na área em estudo podem ser encontrados latossolos e argissolos. Adiante é apresentada a caracterização de cada uma destas unidades pedológicas.
2.1.2.1 Latossolos
São solos minerais, não hidromórficos, profundos (normalmente superiores a 2 m.), horizonte B muito espesso (>50 cm) com sequência de horizontes A, B e C pouco diferenciados; as cores variam de vermelhas muito escuras a amareladas, geralmente escuras no A, vivas no B e mais claras no C.
2.1.2.2 Argissolos
São solos bem estruturados, apresentam profundidade variável e cores predominantemente avermelhadas ou amareladas, textura variando de arenosa a argilosa nos horizontes superficiais e de média a muito argilosa nos subsuperficiais; sua fertilidade é variada e a mineralogia, predominantemente caulinítica. Habitualmente, ocupam terrenos de relevos mais dissecados quando comparados aos Latossolos.
2.1.3 Clima
As condições climáticas do município de Floriano (com altitude da sede a 112 m acima do nível do mar) apresentam temperaturas mínimas de 29ºC e máximas de 39ºC, com clima quente tropical. A precipitação pluviométrica média anual (com registro de 850 mm, na sede do município) é definida no Regime Equatorial Continental, com isoietas anuais entre 800 a 1.400 mm, cerca de 5 a 6 meses como os mais chuvosos e período restante do ano de estação seca. Os meses de janeiro, fevereiro e março correspondem ao trimestre mais úmido.
2.1.4 Bioma: Cerrado
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km², cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.
Considerado como um hotspots mundiais de biodiversidade, o Cerrado apresenta extrema abundância de espécies endêmicas e sofre uma excepcional perda de habitat. Do ponto de vista da diversidade biológica, o Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando 11.627 espécies de plantas nativas já catalogadas. Existe uma grande diversidade de habitats, que determinam uma notável alternância de espécies entre diferentes fitofisionomias. Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas, e a rica avifauna compreende cerca de 837 espécies. Os números de peixes (1200 espécies), répteis (180 espécies) e anfíbios (150 espécies) são elevados. O número de peixes endêmicos não é conhecido, porém os valores são bastante altos para anfíbios e répteis: 28% e 17%, respectivamente. De acordo com estimativas recentes, o Cerrado é o refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos.
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