ESTUDO DE CASO - COMPARAÇÃO ENTRE ABRASIVOS
Por: machadodeia • 21/10/2019 • Trabalho acadêmico • 2.766 Palavras (12 Páginas) • 244 Visualizações
ESTUDO DE CASO - COMPARAÇÃO ENTRE ABRASIVOS
O presente estudo de caso tem por finalidade efetuar uma avaliação de teste durante um serviço de jateamento em duas bóias de sinalização marítima, comparando assim dois tipos de abrasivos: escória de cobre e granalhas de aço, em ambientes diferentes.
O estudo foi realizado na Rda Montagem LTDA, empresa localizada no CIA-Simoes Filho-Ba, voltada para o ramo de jateamento e pintura industrial. A fim de otimizar sua produção durante o processo de jateamento, já que sempre foi utilizado como abrasivo a escória de cobre, decidiu-se efetuar um teste de comparação envolvendo outro abrasivo, a granalha de aço, avaliando os seguintes itens: tempo de produção, quantidade de área jateada, qualidade do serviço, reaproveitamento e custos.
Para atender a um cliente do ramo de manutenção marítima, durante uma prestação de serviço surgiu a oportunidade de realizar esse estudo de comparação, o escopo do serviço foi: Jateamento abrasivo (grau SA 2 ½) e Pintura (duas demãos de tinta epóxi de alta espessura - 180μm), em duas bóias flutuantes de sinalização marítimas, fabricadas em aço ASTM A-36, que possuem um total de aproximadamente 55 m² (superfície) cada.
Essas bóias marítimas, que tem como função sinalizar e auxiliar à navegação estabelecendo parâmetros seguros de acordo com regras e regulamentos da Marinha.
Descrição do Método de Aplicação
Previamente houve necessidade de uma limpeza, isso porque, quando em contato com a água do mar por tempo prolongado, a bóia de sinalização tende a ficar cheio de resíduos marinhos em sua superfície, como algas, além de ficar incrustado de organismos como ostras, mexilhões, cracas e outros crustáceos.
A fim de podermos efetuar uma comparação detalhada, uma bóia foi jateada com escória de cobre em um galpão antigo que sempre utilizaram para este fim, coberto e fechado apenas nas laterais, entrada e saída aberto. A segunda bóia na qual efetuaremos o jateamento com granalhas de aço será executado em um local não sendo uma cabine de jato, porém um espaço fechado também coberto, porém fechado com alvenaria nas laterais e na saída e na entrada com cortinas de lona, permitindo assim o reaproveitamento de uma parte do material.
Vale a pena mencionar que no jateamento que emprega as granalhas como abrasivo permite reciclagens de até 350 vezes, quando existem sistemas de recuperação automáticos das granalhas, com piso gradeado, elevadores de canecas e sistema de purificação das granalhas (cabine de jato ideal).
No caso desse estudo, por estar em análise, utilizamos o sistema mais simples de recuperação manual para abastecer a máquina de jato, sabendo que é muito sofrido para o operador, pois uma pá de abrasivos pesa quase 15 kg, além de ter a necessidade de manter mão de obra apenas pra essa tarefa, essa seria uma das justificativas do trabalho.
O equipamento para jateamento utilizado constituiu-se, dos seguintes componentes:
Compressor a combustão – Forneceu o ar com uma pressão da ordem de 100psi (7kgf/cm2) no bico e uma vazão de ar (25m³/min), compatível com o tamanho do equipamento de jato e com o diâmetro interno do bico, consumo médio de óleo diesel de 6,0l/h.
Separador/Filtro - O ar foi desumidificado no separador e filtrado o óleo.
Vaso de pressão – De acordo com a norma NR-13.
Máquina de jato – Capacidade volume 280ltrs e 100lbf/pol²(psi),mistura ar-abrasivo;
Mangueiras – canalização do ar e da mistura ar-abrasivo em perfeitas condições.
Bicos - tipo venturi e fabricado em cerâmica, diâmetro de saída 3/8”.
EPI`s. - protegido, para sua perfeita segurança, por um capacete e uma máscara com entrada de ar puro, vestuário adequado e luvas.
Para executar o jateamento com as matérias-primas, escória de cobre (Caraíba Metais S.A.) e granalha de aço (S-330 - Tupy), foram utilizados 1000 kg de cada material. Não houve necessidade de alterações no equipamento de jateamento. Utilizaram-se os mesmos recursos e única mão-de-obra em momentos distintos.
Foi adotado o jateamento ao metal quase branco grau SA 2 ½, resultou-se numa limpeza de superfície com a retirada quase total dos óxidos, carepa de laminação, etc., admitindo-se a área limpa com manchas de óxidos encrostados, correspondendo ao padrão da ISSO 8.501-1.
O dia ensolarado estava com 27ºC de temperatura ambiente. O tempo foi cronometrado para cada execução de jateamento. Os equipamentos utilizados para jatear foram iguais, por isso os custos de manutenção foram considerados iguais para as duas matérias primas.
Após a operação as superfícies foram limpas com ar seco, removeu-se a poeira proveniente do serviço, evitando-se assim problemas de deficiente adesão da tinta e impregnação com partículas externas.
Boia não caberia numa cabine
Análise Comparativa
Nas tabelas abaixo a formulação dos custos, estão sendo considerados os mesmos valores de frete, impostos etc.
Primeiramente antes da análise da comparação real, segue tabela abaixo, constando informações de um situação teórica e ideal com o serviço sendo realizado dentro de um cabine de jateamento, com o todo o processo de reaproveitamento e exaustão.
TEORIA (CABINE DE JATEAMENTO) | ||
| Granalha de aço | Escória de cobre |
Area Jateada (m²) | 55,0 | 55,0 |
Tempo (h) | 2,8 | 4,6 |
Produção (m²/h) | 19,6 | 12,0 |
Sobra material(kg) | 986,2 | 389,0 |
Material Utilizado(kg) | 13,8 | 611,0 |
Aproveitamento Material | 99% | 39% |
Custo kg (R$) | 1,8 | 0,24 |
Custo Material Utilizado (R$) | 24,909 | 147,1 |
Vejamos que com a mesma quantidade de área jateada, a duração do serviço com a granalha é menor, o reaproveitamento e exaustão nas cabines são ideais, uma maior eficiência na produtividade, pois a dureza da granalha ser mais elevada e uma melhor visibilidade em comparação com a escória de cobre devido ao pó ocorrido pela fragmentação e desgaste.
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