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Enfoque Das Coisas

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Por:   •  12/9/2013  •  447 Palavras (2 Páginas)  •  372 Visualizações

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1- Para situar o tema

Ao iniciar esta apresentação, cujo tema é a pesquisa nas ciências humanas, é importante explicitar o lugar de onde falo. Não sou uma especialista em pesquisa ou em metodologias de investigação. Sou uma pesquisadora da área da educação que tem se dedicado à Psicologia e à Linguagem por acreditar que é no diálogo entre esses dois campos do conhecimento, que ambos se complementam e se completam. Todo o meu trabalho acadêmico se produz nessa interlocução entre Psicologia e Linguagem, o que se concretiza na minha presença ativa em dois grupos de trabalho da ANPED: O GT de Alfabetização Leitura e Escrita e o GT de Psicologia da Educação.

Essa minha posição se constrói numa coerência com o enfoque teórico com o qual trabalho: a abordagem sócio-histórica compreendida principalmente a partir de dois autores Lev Vygotsky ( com a teoria social da construção do conhecimento) e Mikhail Bakhtin ( com a teoria enunciativa da Linguagem). O que pretendo, portanto, apresentar nessa comunicação é o produto de reflexões e estudos gerados e desenvolvidos no interior de uma prática de pesquisa que tem se orientado por essa perspectiva teórica. Inicialmente vou fazer uma rápida contextualização da pesquisa educacional no Brasil referindo-me aos três paradigmas de pesquisa que a fundamentam ou a têm fundamentado: positivista, interpretativista, crítico. Assumindo os riscos, inerentes a toda classificação, parto desta categorização pensada por Koetting (1984), para dialogando com ela, situar a abordagem sócio-histórica de pesquisa discutindo as contribuições que pode trazer para as ciências humanas.

2- A pesquisa educacional no Brasil e seus paradigmas

Vou, apenas de passagem, tecer algumas considerações, como um pano de fundo, para uma discussão acerca dos paradigmas fundamentais da pesquisa educacional. Baseando-me em Gatti (2002) e Soares (2003) foco meu olhar para o surgimento e desenvolvimento da pesquisa educacional no Brasil. Apesar de a Universidade ter uma obrigação social de produção de pesquisa, as primeiras e raras iniciativas no campo da pesquisa educacional aconteceram fora desta instituição. Foi com a criação do INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos) no final dos anos 30, que se registraram alguns dos primeiros esforços de pesquisa na área da educação, que mais tarde continuaram a se desenvolver em organismos do próprio INEP como o Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais e em alguns dos Centros de Pesquisas Regionais. Mesmo assim, esse movimento inicial restringia-se a poucas iniciativas. Na universidade a pesquisa educacional era quase inexistente havendo apenas esforços individuais que na maioria das vezes vinculavam-se a trabalhos organizados para ingresso de professores na carreira acadêmica como catedráticos. A pesquisa de forma sistemática na área da educação, só começou de fato a tomar corpo, a partir dos anos 60,

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