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Estocagem de Gás

Por:   •  8/10/2024  •  Trabalho acadêmico  •  3.484 Palavras (14 Páginas)  •  48 Visualizações

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A estocagem subterrânea de gás natural é usada em diversos lugares do mundo para equilibrar as variações da oferta e demanda, e garantir a segurança no suprimento. Embora no Brasil ainda não seja feita estocagem de gás, isso já seja feito em grande parte do mundo.

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No Brasil temos uma dificuldade de previsão da carga, que depende do nível de chuvas e que é aleatório. Hoje o equilíbrio é feito através de operação de compra e venda de GNL, e de modulação da produção dos campos de gás natural não associado que estão ligados à malha integrada de transporte. Porém, a produção de gás do Brasil é majoritariamente de gás associada ao óleo, e tem perspectiva de aumento de produção na área do pré-sal, com possibilidade de a produção de gás nacional ser superior ao consumo de gás em casos de baixa demanda de geração termoelétrica (muita chuva).

Dado o exposto, o armazenamento de gás pode ganhar importância nos próximos anos, para equilibrar a oferta de gás e o GNL com a demanda, que depende do nível de chuvas e pode se tornar ainda mais variável com a entrada das energias renováveis.

As principais maneiras de armazenamento de gás são:

  1. Em navios de GNL – possibilita receita com comercialização do gás para fora
  2. Em cavernas de sal – maiores vazões de operação
  3. Em reservatórios depletados – possibilita a recuperação de líquidos;
  4. Em aquíferos.

Sendo que a escolha depende do objetivo do armazenamento, por exemplo manter grandes volumes estocados ou atender a alta taxa de entrega e injeção para atendimento de picos de demanda.

Para atender bem a necessidade do mercado gás brasileiro a estocagem deve ter alta vazão de injeção de gás e alta vazão de retirada desse gás.

Também deve ser observado custo da instalação, a logística de escoamento, processamento e transporte do gás e características do reservatório, como por exemplo as perdas de gás.

A análise econômica desse tipo de empreendimento depende da estratégia de suprimento de GNL adotada, por exemplo, se a contratação de longo prazo do GNL é feita para atender o máximo despacho esperado para o mês seguinte ou se a estratégia é de contratar apenas o volume para atendimento do despacho médio, e ne nesse caso, existe o risco de necessidade de contratação de GNL com urgência no mercado spot, enquanto na primeira alternativa existe o risco de não recebimento da carga ou desvio da carga para outro país.

A Legislação brasileira trata de estocagem de gás natural no capitulo IV da Lei do Gás (LEI Nº 11.909, DE 4 DE MARÇO DE 2009).

Art. 38.  O exercício da atividade de estocagem de gás natural em reservatórios de hidrocarbonetos devolvidos à União e em outras formações geológicas não produtoras de hidrocarbonetos será objeto de concessão de uso, precedida de licitação na modalidade de concorrência, nos termos do § 1o do art. 22 da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, devendo a exploração se dar por conta e risco do concessionário

Art. 40.  A estocagem de gás natural em instalação diferente das previstas no art. 38 desta Lei será autorizada pela ANP, nos termos da legislação pertinente.

Atuais dificuldade da regulação brasileira:

- A estocagem de gás sob o regime de autorização foi regulamentada pela Resolução ANP nº 17/2015, mas nesse regime é aplicável somente para detentores de direito de exploração e produção de petróleo e gás natural com contrato vigente.

- Não está claro na lei do gás se a estocagem em reservatórios depletados e não devolvidos à União terão sua atividade autorizada pela ANP ou se será objeto de licitação.

  Vantagens do armazenamento em campo depletado:

- Maior segurança devido conhecimento do campo, que já esteve em produção;

- Licenciamento ambiental simplificado;

- Possibilidade de reuso de poços e instalações já existentes;

Desde a Revolução Industrial, o consumo de energia mundial vem aumentando de maneira bastante acentuada, uma vez que a transformação das matérias primas em bens de consumo industrializados consome uma quantidade crescente de recursos naturais. Deste período para cá, e a partir do aumento do conhecimento tecnológico, o mundo testemunhou num primeiro momento uma diversificação das fontes de energia e a partir do final do século XIX a consolidação do carvão e do petróleo e seus derivados como a maior fonte energética mundial.

Entretanto, o mercado de energia vem sofrendo uma profunda transformação nos últimos anos. A instabilidade dos maiores produtores de petróleo, bem como o período de altos preços do ainda mais importante insumo energético do planeta, associado a percepção da sociedade sobre os impactos do homem no meio ambiente, fizeram com que diversas alternativas de geração de energia renováveis fossem estudadas e implementadas ao redor do mundo. Um exemplo destas iniciativas foi o Programa Proálcool, que surgiu no Brasil no final da década de 70 e ainda influencia de forma preponderante o mercado de transportes nacional.

No Brasil, país de industrialização tardia, a necessidade de energia em grandes quantidades só se tornou perceptível após a segunda grande guerra, o que coincide com o esforço do governo para industrializar o país. Somente na década de 70 o Brasil desenvolveu o seu enorme potencial energético a partir das quedas d’água. Hoje, como pode ser observado na figura 01, a maior parte da energia nacional é gerada por hidrelétricas, seguidas pelas termelétricas a gás natural e biomassa. Outro ponto observado é que, nos últimos, iniciou-se uma transição na matriz energética nacional, onde a geração hidrelétrica vem perdendo espaço para a geração termelétrica e eólica. A energia gerada a partir do gás natural, que em 2010 representava 2,6% do total disponível, passou para 13,0% em 2015 [1].

É importante ressaltar que mais de 40% do gás natural utilizado no Brasil é importado [1]. As principais fontes deste insumo são provenientes da Bolívia, sendo que este gás chega ao nosso país através do Gasbol (Gasoduto Bolívia Brasil, com capacidade até 30 milhões de Nm3 por dia) e mais recentemente o GNL (Gás Natural Liquefeito), que, pelas características do sistema elétrico Brasileiro, é adquirido através de contratos de curto prazo a um alto custo, podendo chegar ao dobro do preço do gás nacional.

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