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Estudo de Caso: Enron Gas Services

Por:   •  14/2/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.175 Palavras (5 Páginas)  •  501 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Fichamento de Estudo de Caso

Larissa da Silva Alves

Trabalho da disciplina Avaliação e gerenciamento de projetos,

                                                         Tutor: Prof. Eduardo de Moura

Nova Friburgo

2017

Estudo de Caso: Enron Gas Services

Avaliação e gerenciamento de projetos

Enron Gas Services

Referência: HARVARD. BHATNAGAR, Sanjay. TUFANO, Peter. Enron Gas Services. Estados Unidos, 26 de setembro de 1995.

O setor de gás natural

O gás natural, que é uma mistura natural de vapores ricos em energia que origina uma fonte de energia relativamente limpa, nos EUA respondia por aproximadamente 25% do consumo de energia no início da década 90. O gás era utilizado para produzir energia, por empresas comerciais e de utilidade pública, como matéria prima, pela indústria e diretamente por residências e empresas para aquecimento e cozinha.

Nesse setor, tanto para consumidores como produtores, preços previsíveis criavam fluxos de caixa conhecidos, simplificando as decisões de investimento e precificação. Além de garantir ofertas previsíveis fazendo com que atividades que iam desde processos industriais de grande porte à calefação doméstica não fossem interrompidos. Porém eventos durante as décadas de 1970 e 80 conspiraram para desestabilizar os preços do gás, tornando-o extremamente volátil a curto prazo, levando a grandes mudanças na estrutura do setor. Choques nos preços de outras fontes de energia, a desregulamentação do setor de gás natural, a efetiva inexistência de contratos padronizados e variações erráticas na oferta e demanda levaram a essas grandes oscilações no preço do gás.

NGA e NGPA

O Natural Gas Act (NGA) foi aprovado em 1938 com o objetivo de regular o preço do gás interestadual, apesar da forma de regulação ter variado até 1978, os preços eram tabelados. Com isso os produtores cortaram os investimentos em exploração e desenvolvimento por volta de 1970, gerando problemas de fornecimento.

Em 1978 foi aprovado o Natural Gas Policy Act, que desregulamentava o preço de novas jazidas de gás, objetivando incentivar a exploração e produção de novas reservas por parte dos produtores. O objetivo foi alcançado, além de encorajar grandes indústrias e utilidades públicas a reduzir seu consumo energético. Mais gás era fornecido a preços mais altos e desregulados e frequentemente era vendido a gasodutos através de contratos take-or-pay (pague mesmo que não use) – contratos onde os gasodutos se comprometiam a pagar por um volume mínimo de gás no futuro a preços predeterminados, tipicamente fixos durante a vigência do contrato ou corrigidos pela inflação - de longo prazo. O aumento na oferta, junto a redução da demanda devido aos preços mais baixos do petróleo e maior conservação de energia, levou ao excesso de oferta em meados da década de 80 e consequentemente a uma forte queda no preço do gás.

No fim da década de 1980 e início dos 90, uma enxurrada de leis efetivamente implementou um sistema de mercado para preços do gás natural. Como resultado dessas iniciativas, mais de 75% das vendas de gás foram conduzidas através do mercado à vista.

Com a volatilidade de preços e oferta do mercado, alguns compradores e vendedores poderiam preferir mitigar sua exposição a essa condição, mas esse tipo de proteção ainda não existia no fim da década de 1980. Se um grande usuário industrial de gás e um produtor pudessem identificar um ao outro e concordassem em um contrato padronizado de entrega, eles ainda teriam que assumir o risco de crédito de cada um e buscar transporte para o gás.

A empresa Enron

Enron Corporation era a maior empresa integrada de gás natural dos Estados Unidos no final da década de 80. Operava o maior sistema de gasodutos do país, negociava gás globalmente, era uma das maiores empresas de produção e exploração de gás independente e uma das maiores geradoras de eletricidade independente do país. Estava basicamente envolvida no lado físico do negócio, como produtor, transportador, negociante e consumidor. Em 1988 iniciava-se na empresa a estratégia de prestar serviços financeiros ao setor.

A visão da EGS (Enron Gas Service) como uma empresa híbrida de gás natural e serviços financeiros, foi desenvolvida por Skilling, consultor na Enron, através de sua experiência nas áreas de serviços financeiros e energia. Onde a EGS seria uma espécie de “banco de gás”. Intermediaria compradores e vendedores e seu lucro seria a diferença entre o preço de compra e o de venda.

Skilling começou a construir o negócio de intermediação de contratos financeiros, em 1990, como CEO e Presidente da Enron Finance Corporation. De 1990 a 1993, foram investidos US$60 milhões para  desenvolver  o  Sistema  de  Negociações  Financeiras, composto por especialistas em gás e traders de Wall Street, criando um sistema que permitia à organização funcionar como uma mesa de operações.

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