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Ferramentas da manutenção

Por:   •  18/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  5.978 Palavras (24 Páginas)  •  753 Visualizações

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FERRAMENTAS DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO E A CRISE NAS INDÚSTRIAS DO POLO INDUSTRIAL DE MANAUS

Dinemar Batista de Brito 1

Resumo

A gestão estratégica da manutenção envolve o conhecimento integrado da empresa, de cada setor e cada equipamento, decidindo onde, quando e por que aplicar cada tipo de manutenção. O aumento da complexidade e a diversidade de ativos físicos dentro de uma organização aumenta ainda mais a demanda por sistemas de manutenção eficientes e economicamente viáveis. O presente artigo tem por objetivo aplicar e apresentar uma revisão bibliográfica que fundamente a necessidade de uma indústria ter uma boa gestão da manutenção de modo a se ter competividade empresarial. Inicia-se revisando conceitos ligados a definicao de manutencao, as estrategias e as metodologias de gestao da manutencao mais utilizadas. A seguir descrevem-se os conceitos de manutenção estratégica e algumas ferramentas utilizadas pela manutenção, bem como os custos relativos a manutenção e de que forma um bom processo de manutenção contribui para que as industrias do polo industrial de Manaus enfrentem a crise que assola o país contribuindo com a saúde financeira da organização.

Palavras chaves: manutenção, gestão da manutenção, crise econômica, ferramentas de gestão

1 Graduando do curso de engenharia de produção - dinemar_brito@ig.com.br

1 INTRODUÇÃO

Na economia globalizada dos dias de hoje, a sobrevivência das organizações depende de sua habilidade e rapidez de inovar e efetuar melhorias contínuas. Como resultado, as organizações vêm buscando incessantemente novas ferramentas de gerenciamento, que as direcionem para uma maior competitividade através da qualidade e produtividade e de seus produtos, processos e serviços (KARDEC, 2004). E para o mesmo autor, atualmente a necessidade de agilidade imposta às organizações demanda cada vez mais eficácia na toma da de decisões por parte destas, e tem levado as mutabilidades organizacionais constantes. Certamente toda esta dinâmica que se apresenta, exige, portanto uma maior efetividade nas atividades operacionais que desdobrem nas buscas da Visão: Garantir disponibilidade e a Missão: Produzir resultados de modo a se tornarem mais competitivas, as empresas necessitam que as funções básicas representadas pelos diversos departamentos de sua estrutura apresentem resultados excelentes na busca de status de excelência ou classe mundial

Neste cenário, é preciso que a atividade de manutenção se integre de maneira eficaz ao processo produtivo, contribuindo para que a empresa caminhe rumo à excelência. A grande interseção do setor de manutenção com o de produção, influenciando diretamente a qualidade e produtividade, faz com que o mesmo desempenhe um papel estratégico fundamental na melhoria dos resultados operacionais e financeiros dos negócios (XENOS, 1998). Portanto, a manutenção deve se configurar como agente proativo dentro da organização. Para isso, a gestão da empresa deve ser sustentada por uma visão de futuro e os processos gerenciais devem focar na satisfação plena dos clientes, através da qualidade intrínseca de seus produtos e serviços, tendo como balizadores a qualidade total dos processos produtivos (KARDEC & NASCIF, 2009). A manutenção, como função estratégica das organizações é responsável direta pela disponibilidade dos ativos, tem importância capital nos resultados da empresa. Esses resultados serão tanto melhores quanto mais eficaz for a gestão da manutenção. Segundo dados estatísticos da Abraman (2003), o Brasil tem custo de manutenção por faturamento bruto de 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto) contra a média mundial de 4,1%, isso significa para um PIB FGV (Fundação Getúlio Vargas) de US$ 451 bilhões - representam 19 bilhões em gastos em manutenção. Portanto esta realidade demonstra que as organizações devem procurar as melhorias contínuas na sua gestão da manutenção, buscando-se incessantemente dos conhecimentos inovadores e aplicação das melhores práticas da manutenção já praticadas nas organizações dos países do primeiro mundo.

O objetivo deste artigo é investigar e apresentar os conhecimentos em gestão da manutenção já publicados em artigos periódicos, dissertações, revistas, livros e relatórios técnicos, resumindo-se as práticas já publicadas, a respeito de algumas ferramentas utilizadas na gestão da manutenção e de que forma podem contribuir para o fim da crise que assolam as indústrias no polo industrial de Manaus. Constituiu-se em um trabalho de levantamento bibliográfico, pesquisa, observação, análise, classificação e interpretação dos fatos coletados.

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 DEFINIÇÕES

De acordo com MONCHY (1987, p. 3), “o termo manutenção tem sua origem no vocábulo militar, cujo sentido era manter nas unidades de combate o efetivo e o material num nível constante de aceitação”. KARDEC & NASCIF (2009, p. 23) define o ato de manter ou a manutenção industrial como “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produção e a preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e custos adequados”.

Em 1975, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, pela norma TB-116, definiu o termo manutenção como sendo o conjunto de todas as ações necessárias para que um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condição desejada. Anos mais tarde, em 1994, a NBR-5462 trazia uma revisão do termo como sendo a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida (ABNT, 1994).

2.2 HISTÓRICO DA MANUTENÇÃO

Formas simples de manutenção, como conservação de objetos e ferramentas de trabalho, estendendo-se até pequenas atividades de reparo, podem ser observadas desde os primórdios das civilizações. No entanto, foi apenas com a Revolução Industrial do século XVIII, aliada a um grande avanço tecnológico, que a função manutenção emergiu na indústria, como forma de garantir a continuidade do trabalho. Neste caso, o próprio operador da máquina era responsável pela sua manutenção, sendo treinado para realizar reparos (WIREBSK, 2007).

Esse cenário, com manutenção e produção realizadas pelo próprio operador, predominou até a I Guerra Mundial, onde as linhas de montagem introduzidas por Henry Ford iniciaram a demanda por sistemas de manutenção mais ágeis e eficazes, predominantemente direcionados para o que hoje se denomina manutenção corretiva (FILHO, 2008).

Apesar de existirem na indústria pessoas responsáveis pela manutenção, estes ainda eram subordinados à função operação e executavam manutenção corretiva emergencial, o que implicava em conserto após falha e eventual indisponibilidade de máquina. Apenas com a II Guerra Mundial, no final da década de 30, e com a necessidade de produções cada vez maiores e mais enxutas, é que se começou a praticar o monitoramento de máquinas e equipamentos com base no tempo, caracterizando o que hoje se conhece por manutenção preventiva. Assim, a função manutenção, corretiva e preventiva, viria a assumir dentro da indústria posição hierárquica igual à da função produção (FILHO, 2008).

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