Fichamento A B lab e a evolução da avaliação de impacto
Por: Joanna Jows • 17/10/2019 • Resenha • 1.654 Palavras (7 Páginas) • 521 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO
Fichamento de estudo de caso
Joanna Ferreira Godinho
Trabalho da disciplina Avaliação de Impactos Ambientais (NPG1576/3268400)9001.
Tutor: Ricardo Finotti Leite pela Universidade Estácio de Sá.
Florianópolis/SC
Abril 2019
Estudo de caso: A B lab e a evolução da avaliação de impacto
Em 2006, a B Lab, foi fundada uma organização norte-americana sem fins lucrativos para dar apoio a empresas privadas que visavam oferecer benefícios sociais e ambientais, além de serem responsáveis pelas partes interessadas (por exemplo, empregados, sua comunidade) e seus acionistas. A época, os fundadores da B Lab perceberam que a estrutura dos mercados fazia com que as empresas e os investidores dessem preferência aos objetivos sociais e ambientais em relação aos retornos financeiros. Diante deste contexto, a B lab construiu uma infraestrutura inicial para apoiar a visão econômica de seus fundadores, consistindo em 3 pilares: (1) fortalecimento da comunidade em relação a negócios com fins sociais, (2) criação de um ambiente legal para dar mais suporte a eles e (3) promoção de um conjunto comum de padrões e avaliações para criar a accountability .
Após 7 anos de evolução nos três pilares, a B Lab identificou falta de interesse e resistência aos sistemas de medição desenvolvidos pela organização. A partir dessa análise, os fundadores concluíram que estavam à frente do mercado na criação de ferramentas de avaliação de impacto robustas e comparáveis. Assim foi criada a B Analytics, como resposta significa a demanda de mercado em relação a medição e avaliação.
DEFININDO INVESTIMENTO DE IMPACTO
A B Lab desempenhou um papel importante na prática do investimento de impacto, que procurava gerar valor ambiental ou social positivo com retornos financeiros, tratando o fato de que uma empresa focava no desenvolvimento da mão de obra ou no desenvolvimento econômico local como parte do impacto ambiental. Diferentemente de investimentos sociais, que ativamente injetam capital em empresas geradoras de benefícios sociais ou ambientais, o investimento de impacto pode ser de duas maneiras: A primeira é o impacto de bens e serviços que a própria empresa produz como energia renovável, preservação de florestas entre outros. A segunda maneira é o operacional ou impacto ambiental, social e governança, como emissões de carbono associadas com cadeia de suprimentos de um produto.
MEDINDO O IMPACTO
Embora, medir o sucesso no setor privado seja uma tarefa relativamente simples, considerando o retorno financeiro como parâmetro principal, o impacto social ou ambiental é mais complicado e complexo. Um artigo de 2013 apresentou o exemplo de uma organização fabricante de mosquiteiros objetivando a prevenção da malária. Como a base para medir um impacto seria a saída (no caso o produto que é o mosquiteiro) e o resultado (redução dos casos de malária atribuídos as vendas do mosquiteiro) tornaria complexa sua medição, pois este resultado depende de demais fatores sociais, como políticas de saúde pública a exemplo vacinação em massa e extermínio do vetor – mosquito (neste caso). Sendo assim, os sistemas de avaliação do investimento de impacto baseiam-se mais nas atividades e saídas.
A AVALIAÇÃO DO IMPACTO B: UMA PRIMEIRA ETAPA CRÍTICA
Com o objetivo de alinhar os interesses das empresas com o mesmo pensamento, criando uma comunidade, a B Lab criou uma certificação chamada B Corp, com uma definição ampla de responsabilidade fiduciária e corporativa que incluía diversos interesses das partes interessadas. Para isso, a B Lab desenvolveu um sistema de avaliação (Avaliação de Impacto B) que poderia somar até 200 pontos, considerando a governança, trabalhadores, comunidade e ambiente de uma organização. Para uma organização receber a certificação B corp, deveria ter uma pontuação acima de 80, para ser considerada apta. Além disso, a B Lab definiu algumas áreas de excelência para cada empresa, mas não havia nenhum sistema de avaliação formal para relacionar as empresas com seus pares.
Taxonomia Padrão: O Relatório de Impacto e os Padrões de Investimento (IRIS)
Trabalhando com a Fundação Rockefeller e a Acumen Fund, a B Lab começou a desenvolver um conjunto de definições, métrica e metodologias que poderiam ser usados para descrever e medir os impactos sociais e ambientais das empresas. Grande parte foi baseada na Avaliação de Impacto B original e a outra parte veio de várias organizações incluindo as de microfinanças. Então surgiu o IRIS (conjunto padrão de termos e definições que incluía mais de 400 métricas aceitas e usadas pelo setor de investimento de impacto).
Com a diversificação da métrica do IRIS, a B Lab introduziu essas definições em sua ferramenta Avaliação de Impacto B para certificar as corporações do Sistema B. A taxonomia foi usada também por diferentes investidores e pelas redes das organizações de investimento de impacto, além dos investidores individuais.
O IRIS foi controlado, não pela B Lab, mas pela Rede de Investimento de Impacto Global (GIIN), um intermediário e presidente global dedicado inteiramente a criação e apoio da infraestrutura nascente da área. Lançada em 2009, a GIIN foi criada para dar suporte a atividades, educação e pesquisas necessárias para melhorar a área de investimento de impacto.
Um Novo Sistema de Avaliações: O GIIRS Começa a Engrenar
O IRIS forneceu também a taxonomia para as principais iniciativas da B Lab, o Sistema de Avaliação de Investimento de Impacto Global (GIIRS), que era um sistema que transformava a Avaliação de Impacto B em uma ferramenta de avaliação significativa para investidores de impacto. O diferencial do GIIRS estava na avaliação das empresas em relação a seus pares. Em setembro de 2011, a B Lab divulgou formalmente o Sistema de Avaliação de Investimento de Impacto Global. O GIIRS transformou-se no nome de uma nova organização, essencialmente uma agência de classificação sem fins lucrativos que era uma subsidiária da B Lab.
O Modelo de Negócio GIIRS Original
O modelo de negócio original da GIIRS estava planejado em cobrar uma taxa de assinatura dos investidores, intermediários e empresas para que obtivessem dados detalhados do GIIRS, métricas, benchmarks e conjunto de ferramentas analíticas e interativas. A B Lab imaginou que seria capaz de aumentar a receita das assinaturas ao longo do tempo, enquanto as empresas, os investidores institucionais, os gerentes de fundo e os consultores reconheceram cada vez mais o valor de mercado das avaliações e estavam dispostos a pagar mais por ela.
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