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HISTÓRIA DA ENGENHARIA

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Por:   •  8/11/2014  •  3.960 Palavras (16 Páginas)  •  276 Visualizações

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A HISTÓRIA DA ENGENHARIA

SEUS PRINCIPAIS MARCOS NO MUNDO E NO BRASIL

Desde suas mais incipientes manifestações, a engenharia exerceu uma mediação entre o homem e a natureza. Da energia do fogo à energia do átomo, em seu constante relacionamento com a natureza o homem foi aprendendo a desfrutá-la e a modificá-la segundo suas necessidades e conveniências. O aspecto mecânico e direto desse relacionamento levou à tecnologia; os conhecimentos acumulados ao longo desse relacionamento originaram a ciência; e a aplicação da ciência à natureza, seus materiais e fontes energéticas sistematizou-se na engenharia.

Conceituação

Contemporaneamente, denomina-se engenharia o conjunto sistemático de conhecimentos e técnicas aplicadas ao projeto, construção e manutenção de estruturas materiais, que podem ser edificações de natureza habitacional ou viária, funcional ou produtiva, máquinas (individualmente ou reunidas em séries e sistemas), instrumentos, veículos ou aparelhos. Dos primórdios da tecnologia até a constituição dos complexos urbanos e industriais modernos, o desenvolvimento da engenharia caminhou paralelamente ao dos meios de produção.

Fundada, assim, no dinamismo da infra-estrutura das sociedades, a engenharia evoluiu em estreita correlação com seus recursos de superestrutura, ao nível estético e artístico - aos quais se vincula por meio da arquitetura - e especialmente ao nível da ciência, de cujas contribuições se tornou a depositária e executora mais prática e imediata. Articulou-se, além disso, com todas as outras componentes superestruturais, servindo à política tanto na paz quanto na guerra, assim como aos mitos e religiões de cada povo e civilização, no traçado e no cálculo dos templos, na matemática dos espaços e meios materiais da transcendência.

Pode-se afirmar, pois, que a função da engenharia é atuar como principal mediadora entre a infra e a superestrutura da organização econômica e social. A partir de um estudo da maneira pela qual a engenharia - ou as atividades e técnicas que a precederam - foi progressivamente recebendo o influxo dos fatores econômicos (recursos naturais, trabalho, capital), estabelecendo-se a partir de condições concretas e especializando-se em ramos conectados com os setores da economia (agricultura, indústria, serviços), é possível fazer um levantamento histórico das tendências e transformações que definiram, em diferentes épocas, a estrutura organizacional das sociedades humanas.

Ramos da Engenharia

Todas as modalidades têm em comum a aplicação dos conhecimentos científicos quantificáveis a respeito de fenômenos naturais, sobre os quais se podem aplicar, com maior ou menor complexidade, os recursos das técnicas matemáticas.

Em função dos processos históricos em que se foi concebendo e praticando, a engenharia distinguiu-se, quanto ao uso, entre civil e militar. A engenharia militar foi a primeira a sistematizar a atividade e a adotar o nome - ligado a engenho, na acepção de máquina de guerra. A engenharia civil pode ser definida como a que projeta e realiza estruturas estáticas permanentes, o que a diferencia de outros ramos afins, como a engenharia mecânica, que trata de máquinas móveis, ou a elétrica, que utiliza as propriedades geradas pelo deslocamento de elétrons nos materiais.

As áreas do conhecimento pertinentes a ambos os ramos da engenharia - militar e civil - são geralmente muito semelhantes. Por exemplo, o desenvolvimento dos explosivos, vinculado inicialmente ao campo militar, revolucionou a engenharia civil e abriu um vasto leque de possibilidades na área das obras de grande porte, facilitando a desagregação e remoção de rochas, por meio de explosões controladas. Da mesma forma a tecnologia nuclear pode ter um duplo propósito, pois o reator onde são fabricadas armas nucleares também serve para a produção pacífica de energia elétrica.

Atividades precursoras

As atividades em que se esboça um conteúdo entre intuitivo e empírico do que mais tarde se chamará engenharia aparecem no final do período neolítico, levadas a efeito por sociedades que se foram tornando estáveis na razão direta de sua fixação à terra, por meio de uma economia crescentemente voltada para a agricultura e o comércio com outros povos. Esse comportamento deu origem a aglomerações humanas politicamente formalizadas, as cidades e impérios da antiguidade. Também marcou a transição entre a pré-história e a história da Europa, assim como em outras épocas e regiões em que o homem parou, se organizou, cravou alicerces, traçou suas ruas e caminhos regulares entre dois ou mais aglomerados. Nesse panorama sociocultural ganharam forma as atividades precursoras da engenharia, coincidindo com as primeiras modalidades da existência urbana e atendendo a necessidades objetivas de caráter econômico, social, político e geográfico.

Na antiguidade

Desde cerca de 4000 a.C., se delineiam, tanto no Egito como na Mesopotâmia, condições material e intelectualmente propícias ao exercício de atividades de engenharia agrícola e arquitetônica. Tais requisitos se consolidam entre 3500 e 2500 a.C., quando nas duas regiões se observa um apreciável progresso das matemáticas. Os egípcios do período anterior à IV dinastia estabeleceram os fundamentos da aritmética e da geometria: criaram o sistema decimal, calcularam a área do círculo (como a dos retângulos, triângulos e hexágonos), o volume da pirâmide, do cilindro e do hemisfério. Os sumérios, por sua vez, multiplicavam, dividiam, extraíam as raízes quadrada e cúbica, além de terem padronizado um sistema de pesos e medidas.

Seria, pois, descabido subestimar, na arquitetura descomunal das pirâmides, a prática de cálculos e projetos rigorosos, sem a qual pouca valia teriam a farta mão-de-obra (no caso da obra de Quéops, segundo Heródoto, cerca de cem mil homens em vinte anos) e os recursos tecnológicos existentes, que compreendiam a adoção de imensos planos inclinados e indiscutível perícia no uso de cunhas, brocas e alavancas. Consideração análoga deve ser feita a propósito dos templos sumérios com suas torres de diversos andares, erigidos quase sempre com tijolos secos ao sol, ou das tumbas reais e residências de Ur, onde se revelaram as invenções mais importantes da arquitetura suméria, sinal de seu adiantamento técnico: o arco, a abóbada, a cúpula e a coluna.

Os egípcios são responsáveis pelos primeiros empreendimentos no campo da engenharia agrícola. Com base no perfeito calendário solar

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