Historia
Artigos Científicos: Historia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danielerosaa • 24/3/2015 • 399 Palavras (2 Páginas) • 218 Visualizações
esenvolvimento humano”: educação, saúde, direitos humanos etc.
E qual seria a solução? Como os governos devem lidar com os protestos?
Lutar com mais força contra a corrupção, ser mais transparente, investir mais em saúde,
educação e infraestrutura. Porém, a “solução” não está apenas nas mãos dos governos. Há
uma mudança cultural e social “autônoma” em jogo.
No Brasil, um dos problemas é que não há líderes para dialogar. Qual seria a
melhor forma de se comunicar com movimentos sem lideranças?
A falta de líderes é um sinal de uma nova maneira de coordenar, em rede. Talvez nós não
necessitemos de um líder. Você não deve esperar resultados diretos e imediatos a partir
os protestos. Nem mudanças políticas importantes. O que é importante é uma nova
consciência, um choque cultural que terá efeitos a longo prazo na sociedade brasileira.
E as instituições? Elas não são mais necessárias? É possível ter democracia sem
instituições?
É claro que precisamos de instituições. A democracia é uma instituição. Mas talvez uma
nova Constituição seja uma coisa boa. Porém, sua discussão deve ser ainda mais
importante do que o resultado. A revolta brasileira está acima de qualquer evento
emocional, social e cultural. É o experimento de uma nova forma de comunicação.
Então, o senhor vê os protestos como o início de um tipo de revolução?
Sim, é claro. Ultrapassou-se uma espécie de limite. Uma consciência surgiu. Mas seus
frutos virão a longo prazo.
O que separa a democracia nas comunicações da anarquia? Pode-se desconfiar do
que é publicado na mídia, mas o que aparece nas redes sociais é ainda menos
confiável.
Você não confia na mídia em geral, você confia em pessoas ou em instituições
organizadas. Comunicação autônoma significa que sou eu que decido em quem confiar, e
ninguém mais. Eu consigo distinguir a honestidade da manipulação, a opacidade da
transparência. Esse é o ponto da nova comunicação na mídia social.
O senhor teme que os governos tentem controlar as redes sociais por causa de
protestos como os que ocorrem no Brasil e na Turquia?
Eu não temo nada. É normal que qualquer força social e política tente tirar vantagem da
mídia social. Mas é impossível “controlar” a mídia social como se faz com a mídia
tradicional.
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