INFLUÊNCIA DA CURA NA RESISTÊNCIA DE ARGAMASSAS
Por: Kalebe Hondo • 17/5/2017 • Trabalho acadêmico • 2.464 Palavras (10 Páginas) • 245 Visualizações
INFLUÊNCIA dA cura SOBRE A RESISTÊNCIA À cOMPRESSÃO DE ARGAMASSAS
ANDRESSA LEITE; JOÃO VITOR BOTÃO; KALEBE A. HONDO; THAIS ORCHULHAK
RESUMO
O objetivo desse artigo é comparar os resultados da influência de cura úmida, seca em estufa e ao ar em relação a sua resistência à compressão aos 28 dias. A necessidade dos concretos convencionais passarem pelo processo de cura, é condição essencial para obtenção de um concreto durável conforme as especificações do projeto estrutural. A realização da cura está ligada a hidratação do concreto para reduzir ao máximo sua retração, evitando assim o surgimento de fissuras e, logo, a ação de agentes prejudiciais para durabilidade do concreto.
Palavras-chave: cura, resistência, concreto, fissura.
INTRODUÇÃO
A principal propriedade dos materiais cimentícios é a resistência à compressão. Muitos fatores influenciam para que o mesmo alcance a resistência característica a compressão (Fck) estimada, como o tipo de cimento, a idade do concreto, seu adensamento e por último a cura do concreto. Essa última etapa do processo de concretagem está diretamente associada ao desempenho mecânico do concreto. Quanto maior o cuidado com a qualidade da cura, mais resistente ele será.
Segundo Neville (2010) a cura é o nome dado aos procedimentos utilizados para promover a hidratação do cimento e, com isso, o desenvolvimento da sua resistência. O ideal seria que todo o cimento se hidrate durante a cura, mas na realidade isso raramente acontece. Quanto mais hidratado o cimento estiver, mais impermeável e durável será o concreto, reduzindo as fissuras e dificultando a entrada de agentes agressivos.
Os tipos de cura existentes variam quanto ao tempo, umidade e temperatura do ambiente. Os métodos mais comuns para ensaios são: cura saturada ou úmida; cura em estufa; e cura ao ar.
Na cura saturada, os corpos-de-prova permanece em uma câmara úmida com cem por cento de umidade até a data do ensaio. No método de cura em estufa o objetivo principal é tornar mais rápido o processo e obter uma resistência mecânica mínima desejada, em um curto período de tempo; para isso os corpos-de-prova ficam em uma estufa com temperatura elevada. Já na cura ao ar, não são tomados cuidados com o intuito de garantir que ocorra a evaporação prematura da água necessária para a correta hidratação do cimento, sendo assim os corpos de prova ficam em temperatura ambiente durante esse período.
Com o objetivo de verificar a influência da cura na resistência do concreto, foram realizados em laboratório os procedimentos para moldagem e cura de corpos-de-prova conforme a NBR 5738/2015. Foram realizados três procedimentos de cura diferentes, sendo eles a cura ao ar, cura saturada e cura em estufa a 50° C.
PROGRAMA EXPERIMENTAL
Materiais utilizados
Agregado miúdo: areia quartzosa natural
O agregado miúdo empregado na elaboração da argamassa é constituído por areia natural. O agregado foi submetido aos ensaios de caracterização física previstos pela norma NBR 7211/83. Os resultados obtidos constam da Tabela 1, sendo a distribuição granulométrica ilustrada na Figura 1.
Tabela 1 – Composição Granulométrica do Agregado miúdo utilizado
Peneira ABNT Abertura nominal (mm) | Massa (g) | Retida (%) | Retida Acumulada (%) |
4,8 | 2,5 | 0,84 | 0,84 |
2,4 | 21,2 | 7,08 | 7,92 |
1,2 | 54,1 | 18,09 | 26,01 |
0,6 | 64,7 | 21,62 | 47,63 |
0,3 | 88,9 | 29,71 | 77,63 |
0,15 | 55,1 | 17,75 | 95,09 |
0,075 | 7,9 | 2,64 | 97,73 |
Fundo | 6,8 | 2,27 | 100 |
Total | 209,2 | 100 | |
Módulo de finura | 2,55 | ||
Massa específica (g/cm3) | 2,59 | ||
Massa unitária (kg/m3) | 1560 |
Figura 1 – Curva Granulométrica do Agregado Miúdo utilizado na fabricação da Argamassa.[pic 5]
Cimento Portland.
O Cimento empregado na Argamassa ensaiada foi o CP II F Os resultados das caracterizações físico–mecânicas são apresentados na tabela abaixo.
Tabela 2 – Caracterização físico–mecânica do cimento CP II F - 32
Ensaios | Resultados |
Finura – resíduo na peneira de 75µm (%) | 3,4 |
Massa específica (g/cm3) | 3 |
Água potável
Água em temperatura ambiente, medida em massa procedente da rede de distribuição Sanepar de Curitiba.
Descrição dos métodos utilizados
Produção das argamassas
O estudo foi realizado com argamassa na proporção 1:3:0,40 (cimento: areia: água) em massa. Na tabela 3 está apresentada a quantidade de materiais utilizados.
Tabela 3 – Quantidade de materiais.
Material | Quantidade |
Cimento | 750 ±0,4 |
Areia | 2250 ±0,3 |
Água | 300 ±0,2 |
Mistura
A mistura foi realizada seguindo os procedimentos estabelecidos pela NBR 7215/2013. A água foi adicionada ao cimento dentro do misturador mecânico de bancada e misturados em velocidade baixa por 30 s. Passado esse tempo a areia foi adicionada sem interrupção e em velocidade alta por mais 30 s, e então interromper o procedimento para limpar a pá e as laterais da cuba em um intervalo de 15 s para que a argamassa ficar em repouso por 75 s. Após esse período, o misturador entrou em operação por mais 60 s.
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