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Implantação de Barramentos para controle de cheias na sub-bacia do Córrego Caeté

Por:   •  15/6/2018  •  Artigo  •  4.861 Palavras (20 Páginas)  •  360 Visualizações

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Implantação de barramento para controle de cheias na sub-bacia do Córrego Caeté

José Luiz de Souza Júnior

jluiz.souza.civil@gmail.com

Orientador Técnico: Denise Maciel de Almeida Diniz

Orientador Metodológico: Bruno Siqueira da Silva

Coordenação do Curso de Engenharia Civil

Resumo – Os sistemas de drenagem urbana caracterizados pelo conceito de canalização e pelo rápido escoamento das águas pluviais, tem-se apresentado insustentáveis e ineficientes no meio urbano. Como reflexo disto, a Rua João Pinheiro, no município de Caeté/MG, tem sofrido constantes transtornos com enchentes, eventos ocasionados devido às altas taxas pluviométricas durante o período de chuva. Diante deste quadro, o presente artigo traz um breve estudo das técnicas de drenagem convencional e não convencional, e propõe a implantação de um barramento na seção principal do córrego Caeté, a fim de criar um reservatório de armazenamento/detenção que proporcionará uma redução na vazão de pico no local.

Palavras – chave: Drenagem não convencional, enchentes, reservatório de detenção

1 – INTRODUÇÃO

O processo de urbanização dos municípios brasileiros de forma desordenada traz consigo uma série de impactos para a população e problemas de infraestrutura urbana, dentre eles, a drenagem de águas pluviais, que tem como consequência o aumento e a frequência das enchentes.

As enchentes são caracterizadas pelo aumento do nível de água, gerando um extravasamento do seu leito, sendo este um comportamento natural e que é amplificado pelo processo de impermeabilização do solo.

Outra problemática é o grande volume de sólidos que é transportado pelas redes de água pluviais, devido à falta de conscientização ambiental dos habitantes, ocasionando a deterioração dos mecanismos, e, consequentemente, acentuando os índices de alagamentos localizados.

Os sistemas de drenagem das cidades brasileiras são em maioria do tipo combinado, ou seja, além das águas pluviais, recebem também a contribuição de esgoto cloacal, agregando aos alagamentos uma complicação adicional: a questão de saúde pública. Com o extravasamento do sistema por falta de capacidade ou obstrução, a água acumulada traz consigo uma grande quantidade de organismos patogênicos, que em contato com o indivíduo podem provocar doenças, como cólera, dentre outras [01].

De acordo com Cruz (2007), a ampliação dos danos relativos aos problemas de drenagem deve-se também aos projetos concebidos e executados para resolvê-los, pois impera, ainda hoje, entre projetistas, a ideia de que o melhor é conduzir a água gerada para longe o mais rápido possível, aumentando a capacidade condutora do sistema.

No entanto, tem se observado que esta abordagem, além de ser financeiramente dispendiosa, apenas provoca a transferência do ponto de alagamento, exigindo futuramente mais projetos e obras ainda mais caras e complexas.

Com o passar do tempo, analisados os resultados obtidos através de experiências anteriores e uma visão mais abrangente e multidisciplinar da realidade, observou-se que eram necessárias mudanças de pensamento e atuação, reduzindo os efeitos causados pela transferência dos problemas de cheias para jusante.

A partir de então, surgiu um segundo princípio de drenagem, com uma abordagem moderna e ambiental, levando em consideração o conceito de armazenamento/retardamento, buscando prevenir e minimizar os efeitos de urbanização.

As crescentes modificações do espaço urbano no Município de Caeté, através das impermeabilizações, canalizações e a ocupação inadequada de áreas ribeirinhas, acabam por criar áreas de riscos à ocorrência de fenômenos hidrológicos, que causam prejuízos, no mínimo econômicos.

Assim, com a finalidade de minimizar os impactos trazidos pelas cheias à população, este artigo analisa estes fenômenos e propõe a implantação de um barramento na seção transversal do Córrego Caeté, a fim de criar um reservatório de detenção do escoamento, para controlar, regularizar e restituir as águas pluviais, durante os períodos de precipitações intensas.

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Processo de urbanização e Inundações urbanas

O Brasil apresentou, ao longo das ultimas décadas, um crescimento significativo da população urbana, criando-se as chamadas regiões metropolitanas. O processo de urbanização acelerado ocorreu depois da década de 60, gerando uma população urbana praticamente sem infraestrutura, principalmente na década de 80, quando os investimentos foram reduzidos [02].

Segundo Cruz (2007), a urbanização praticamente exclui os pontos de detenção natural existxentes, reduzindo a rugosidade da bacia. Os canais existentes em sua configuração natural são substituídos por tubos de drenagem, os rios são retificados e canalizados e os planos de escoamento superficial subdimensionados. Todas estas interferências do homem sobre o solo implicam diretamente no aumento do escoamento superficial. O volume que escoava vagarosamente no solo e ficava retido pelas plantas passa a escoar nos canais, exigindo uma maior capacidade de escoamento destes, que não são ou não foram dimensionados para suportar essa nova vazão.

De acordo com Souza (2002), com relação aos impactos gerados pela urbanização nas áreas urbanas, talvez os de caráter quantitativo sejam aqueles que mais trazem danos à população, que ocasionam as inundações. E a gravidade destas inundações é determinada através da combinação de uma série de fatores, como a bacia hidrográfica, o relevo, zona de ocorrência e de circulação da tempestade, condições de drenagem, ocupação urbana, dentre outros.

A ocorrência de inundações em áreas urbanas é tão antiga quanto às cidades ou qualquer conjunto urbano. Ocorrem quando as águas dos rios, riachos, galerias pluviais saem do leito natural de escoamento devido à falta de capacidade de transporte de um destes sistemas e ocupam áreas que a população utiliza para transporte (avenidas, rodovias e passeios), moradia, recreação, comércio, indústria, entre outros [01].

Em áreas urbanas podem ser classificadas em:

Inundações em áreas ribeirinhas: as enchentes naturais que atingem a população que ocupa o leito maior dos rios. Essas enchentes

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