Implementação do programa BYOD

Com a crescente consumerização, a tendência BYOD - Bring Your Own Device, pode ser considerada a maior mudança na área de TI em anos. Uma realidade em muitas empresas ganhou ainda mais força com o crescimento massivo dos dispositivos móveis. Em 2011, foram vendidos 55 milhões de tablets em 2011 e as estimativas para 2013 giram em torno de 102 milhões de tablets.

Outro fator importante que contribuiu para o impulsionamento dessa tendência é a maior utilização da Cloud Computing, tecnologia que vem crescendo desde 2008, quando começou a ser oferecida comercialmente.

Ano a ano os programas de BYO passam a fazer parte da realidade das grandes empresas brasileiras, revela pesquisa feita pela Navita entre fevereiro e junho de 2013. Dos 204 líderes de TI ouvidos pela empresa, 9% afirmam já terem programas implantados e funcionando em suas organizações, 59% pretendem adotar a prática, 15% planejam aderir a tecnologia ainda em 2013 e 77% nos próximos dois anos.

“Como na maioria dos movimentos tecnológicos, estamos um ano atrás dos Estados Unidos”, afirma o CEO da Navita, Roberto Dariva. Segundo ele, ainda que a amostragem de entrevistados tenha sido pequena, ela é representativa, por ter concentrado as entrevistas em grandes empresas, não clientes da empresa, para entender de forma adequada o momento do mercado brasileiro.

De acordo com o estudo, entre as empresas que já implantaram programas de BYOD (9%), na maioria (95%) houve a preocupação com a implantação de políticas de TI e segurança; 89% buscaram implementar políticas de suporte ao usuário; 84% homologaram os dispositivos que permitem acesso ao ambiente corporativo; 79% descreveram as políticas jurídicas nos dispositivos pessoais usados para acesso ao ambiente corporativo.

O estudo mapeou como os entrevistados enxergam a qualidade do serviço de suporte à mobilidade atualmente prestado em suas organizações. Mais da metade entende que o serviço de suporte ainda não é bom e precisa ser melhorado (51%), principalmente porque ainda não possuem níveis de serviço estabelecidos (SLA ou Service Level Agreement); 34% consideram que o serviço de suporte atual é razoável, mas precisa ser melhorado em termos de conhecimento da equipe e de SLA. Apenas 14% consideram que é prestado um bom serviço de suporte à mobilidade em sua empresa.

Essa tendência já traz muitos impactos na gestão dos sistemas. Para muitas organizações, permitindo que os funcionários tragam dispositivos de computação pessoal, tais como smartphones, tablets e PCs podem melhorar a produtividade e reduzir os custos associados à implantação e suporte ativos da companhia. Como resultado, BYOD tornou-se uma tendência popular que está ganhando grande aceitação em locais ao redor do mundo. Microsoft encomendou recentemente uma pesquisa de computação para ajudar a descobrir as atitudes e percepções relacionadas à segurança e privacidade atuais. O estudo descobriu que 78% das organizações permitem que os funcionários tragam seus próprios dispositivos de computação para o escritório para fins de trabalho. Havia também algumas variações regionais interessantes que pode ser visto no gráfico abaixo.

Enquanto os benefícios imediatos de BYOD pode parecer claro, eles também vêm com implicações de segurança e gerenciamento para os departamentos de TI, que podem perder algum do controle que tradicionalmente exercia sobre os recursos gerenciados.

Os desafios de segurança do BYOD incluem políticas impostas como o uso de senhas fortes em vários dispositivos, assegurando que cada dispositivo tenha as mais recentes atualizações e robusta proteção anti-malware, a criptografia de dados sensíveis, e mitigação de outros riscos, tais como a perda de dispositivos e o uso de conexões de terceiros sem segurança.

Abaixo, podemos destacar algumas boas práticas na utilização do BYOD:

 Negociar a utilização dos terminais portáteis pessoais na empresa

Para a utilização das redes sociais na empresa, pode ser prudente redigir uma convenção referente à utilização dos terminais portáteis pessoais, na prática profissional. Uma referência pode, por exemplo, ser nomeada para encorajar a adoção de boas condutas.

 Segurança dos terminais portáteis e seu uso

A perda de dados é, evidentemente, um dos principais riscos ao qual estão expostos os profissionais móveis que utilizam os smartphones pessoais (ex: BlackBerry, iPhone, Android) no trabalho. Para minimizar este risco, pode ser útil difundir na empresa um documento sensibilizando os empregados para as boas condutas:

o Sistematizar a ativação por senha (proteção por código PIN) e outros procedimentos que possam limitar o acesso ao seu telefone, como a adoção de um "traçado de desbloqueio" (no Android)

o Garantir que o seu OS esteja na versão mais atualizada.

o Instalar aplicações que permitam geolocalizar seu smartphone para apagar os dados á distância em caso de roubo/perda (Find My iPhone no iOS, BlackBerry Protect, Androidtheft)

o Sincronizar seus contatos (ex: clientes) com serviços em cloud, ou outros terminais (ex: iCloud pour l'iPhone, BlackBerry Desktop Software) para salvar dados de contatos.

o Evitar instalar aplicações propostas pelos desenvolvedores desconhecidos nas lojas de aplicações (ex: como Google Play)

o Nos lugares públicos, privilegiar os pontos de acesso seguros pagos (seguros por uma senha)

 Selecionar as aplicações portáteis

Para completar as ações sensibilizadas acima, pode ser útil fazer uma lista de aplicações autorizadas (ex : aplicações oficiais) e ao mesmo tempo, constituir uma lista negra das aplicações que não são recomendadas/proibidas. Alguns conselhos:

o Privilegiar as aplicações desenvolvidas por editores reconhecidos

o Privilegiar as aplicações cross-plateform, compatíveis com a maior parte dos terminais portáteis (aplicações desenvolvidas para iOS, Android OS, WP7, Nokia). Alguns serviços em cloud (ex: Salesforce, Google Docs) são otimizados para as plataformas portáteis.

o Privilegiar a utilização de serviços em cloud (ex : Google Docs, Salesforce), propondo aplicações otimizadas para os terminais portáteis.

o Priorizar as aplicações portáteis que respondem as necessidades mais comuns. De acordo com o estudo feito por Avenade sobre a consumerização da TI, as empresas privilegiam as aplicações de "coração