Just In Time
Artigo: Just In Time. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: decadee • 8/10/2014 • 2.615 Palavras (11 Páginas) • 650 Visualizações
1 Sistema Just-in-Time
O sistema Just-in-Time, doravante designado por JIT, foi desenvolvido na Toyota Motor Company, no Japão, pelo sr. Taiichi Ono. Pode-se dizer que a técnica foi desenvolvida para combater o desperdício. Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerada um desperdício. Dessa forma, estoques que custam dinheiro e ocupam espaço, refugos e retrabalhos são formas de desperdício e consequentemente devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo.
Posteriormente, o conceito de JIT se expandiu, e hoje é mais uma filosofia gerencial, que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas, também, colocar o componente certo, no lugar certo e na hora certa. As partes são produzidas em tempo (Just-in-Time) de atenderem às necessidades de produção, ao contrário da abordagem tradicional de só produzir nos casos (Just-in-Case) em que sejam necessárias. O JIT leva a estoques bem menores, custa mais baixo e melhor qualidade do que os sistemas convencionais.
Além de eliminar desperdícios, a filosofia JIT procura utilizar a capacidade plena dos colaboradores, pois a eles é delegada a autoridade para produzir itens de qualidade para atender, em tempo, o próximo passo do processo produtivo. Em um sistema JIT, onde a qualidade é essencial, o colaborador tem a autoridade de parar um processo produtivo, se identificar algo que não esteja dentro do previsto. Deverá, também, estar preparado para corrigir a falha ou então pedir ajuda aos colegas de trabalho. Essa atitude seria impensável nos sistemas tradicionais de produção em massa, onde a linha jamais poderia ser parada.
A aplicação adequada do sistema JIT leva a empresa a obter maiores lucros e melhor retorno sobre o capital investido, decorrente de redução de custos, redução de estoques e melhoria na qualidade, objetivo de todos.
1.1 Elementos de um sistema Just-in-Time
Um sistema JIT deve apoiar-se em sete elementos básicos, sem os quais serão muito pequenas as chances de sucesso. Por exemplo:
• 1 Programa mestre (master plan). No JIT, o programa mestre de produção (ou programa de montagem final) tem horizonte de 1 a 3 meses, a fim de permitir que os postos de trabalho, como também os fornecedores externos, planejem seus trabalhos. No mês corrente o programa mestre é balanceado em bases diárias, a fim de garantir carga uniforme para as máquinas e para os fornecedores.
• 2 Kanban. O JIT usa um sistema simples (chamado kanban) para retirar as peças em processamento de uma estação de trabalho e puxá-las para a próxima estação do processo produtivo. As partes fabricadas ou processadas são mantidas em contêineres e somente alguns desses contêineres são fornecidos à estação subseqüente. Quando todos os contêineres estão cheios, a máquina pára de produzir, até que retorne outro contêiner vazio, que funciona como uma “ordem de produção”. Assim, estoques de produtos em processo são limitados aos disponíveis nos contêineres e só são fornecidos quando necessário. O programa de montagem final puxa as partes dos postos anteriores e estes, por sua vez, também puxam as partes de seus postos anteriores, e assim sucessivamente até chegar aos fornecedores externos. Se o processo pára em decorrência da quebra de uma máquina ou problema de qualidade, as máquinas que ainda estão funcionando irão também parar tão logo seus contêineres estejam cheios.
• 3 Tempos de preparação (setup time). O objetivo do JIT é produzir lotes ideais de uma unidade. Na maioria dos casos é economicamente inviável, devido aos custos de preparação das máquinas, comparados com os custos de manutenção dos estoques. O que se procura é reduzir os tempos de preparação (setup time) ao máximo. Tempos de preparação baixos resultam em menores estoques, menores lotes de produção e ciclos mais rápidos. A redução dos tempos de preparação é um dos pontos-chaves do sistema JIT. Com tempos de preparação mais curtos e um menor número de peças em processo, o sistema torna-se muito mais flexível às mudanças na demanda do produto final.
• 4 Colaborador multifuncional. Com ênfase nas mudanças rápidas e menores lotes, o colaborador multifuncional torna-se necessário. Nesse esquema produtivo não há lugar para o preparador de máquinas, pois esse trabalho deverá ser feito pelo próprio operador, que deverá estar preparador para efetuar as manutenções de rotina e também pequenos reparos na máquina. Dar ao operador da máquina tais habilidades faz parte do programa de manutenção produtiva total (TPM – Total Productive Maintenance). Isso requer uma maior amplitude das habilidades dos colaboradores do que a manufatura tradicional. O JIT requer não somente mais habilidade, mas muito mais espírito de equipe e coordenação, já que estoques não estão disponíveis para cobrir problemas no sistema.
• 5 Layout. O layout da fábrica é muito diferente com o sistema JIT, já que o estoque é mantido no chão da fábrica entre as estações de trabalho e não em almoxarifados. É mantido em recito aberto, de modo a facilitar seu uso nas estações seguintes, sendo normalmente baixo e apenas o suficiente para manter o fluxo produtivo por poucas horas. Isso leva a uma substancial redução nos espaços necessários.
• 6 Qualidade. A qualidade é absolutamente essencial no sistema JIT. Não só os defeitos constituem desperdício como podem levar o processo a uma parada, já que não há estoques para cobrir os erros. O JIT, entretanto, facilita em muito a obtenção da qualidade, pois os defeitos são descobertos no próximo passo do processo produtivo. O sistema é projetado para expor os erros e não os encobrir com os estoques.
• 7 Fornecedores. O relacionamento com os fornecedores é radicalmente mudado com o JIT. Aos fornecedores é solicitado que façam entregas freqüentes (até mesmo várias vezes por dia) diretamente à linha de produção. Os fornecedores, como visto na figura 1, recebem os contêineres vazios, assim como os postos de trabalho internos, já que são vistos como uma extensão da fábrica. Mudanças nos procedimentos de entrega, como maior proximidade, são muitas vezes necessárias para que o fornecedor seja perfeitamente integrado ao sistema JIT. Dos fornecedores também se requer que entreguem itens de qualidade perfeita, já que não sofrerão nenhum tipo de inspeção de recebimento (é o free pass). É necessária uma mudança radical na maneira como usualmente vemos os fornecedores. Eles são nossos parceiros e não adversários.
Como se pode ver, o JIT afeta praticamente todos os aspectos de operação
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