Método de colagem na confecção de peça argilosa
Por: anabia.rp • 31/3/2019 • Relatório de pesquisa • 1.747 Palavras (7 Páginas) • 188 Visualizações
Método de colagem na confecção de peça argilosa
(Method of bonding in the making of clay pieces)
ANA BEATRIZ RODRIGUES PORTO
Departamento de Engenharia de Materiais
Universidade Federal do Pará -UFPA
Campus universitário de Ananindeua- Rodovia Br 316, KM 7, nº 590, CEP: 67000-000
e-mai: anabia.rp@hotmail.com
Resumo
O desenvolvimento de tecnologias para a reutilização de resíduos torna-se cada vez mais necessário para minimizar a degradação ambiental. Dentre os segmentos industriais, a indústria de caulim gera grandes quantidades de resíduos durante os seus processos produtivos. Neste contexto, uma das possibilidades do aproveitamento destes resíduos é a sua utilização como matéria prima no setor cerâmico pois a adição de tais materiais em formulações de produtos cerâmica vermelha se torna uma alternativa tecnológica para reduzir o impacto ambiental causado pelos mesmos. O processo da confecção da peça envolveu material argiloso desagregado e peneirado a 150 mesh, adicionado 550 ml de agua e 3 a 4 g de silicato de sódio e para reprodução da peça foi usado um molde a base de gesso bipartido no formto de vaso com diâmetros diferentes..........
Palavras-chave: argila, metacaulim, barbotina, colagem.
Abstract
The bonding by slip is the formation of pieces, using a simple method, at low cost, with a complex format and homogeneity in its microstructure. The process of garment preparation basically involved clay material disaggregated and sieved at 270 mesh, which was added one in liquid medium as 100 ml of water and 3 ml of sodium silicate and for reproduction of the piece a gypsum-based mold was used. The objective is to develop ceramic pieces based on the slip bonding method. It was found that excess water and dispersant in the solution compromises the part and the plaster cast can not be moist.
Key words: Clay, slip, bonding.
INTRODUÇÃO
Argila é um material natural, de textura terrosa ou argilácea, de granulação fina, com partículas de forma lamelar ou fibrosa, constituída essencialmente de argilominerais (que pertencem ao grupo dos filossilicatos e formam estruturas em cadeias compostas de folhas tetraédricas (T) de silício e octaédricas (O) de alumínio, e com menor freqüência de magnésio, ferro e potássio), podendo conter outros minerais que não são argilominerais (quartzo, mica, pirita, hematita, etc), matéria orgânica e outras impurezas. São resultantes da hidratação de silicatos de alumínio, ferro e magnésio. O termo argila também é usado na classificação granulométrica de partículas com tamanho inferior a 2μm.
Segundo Luz (2005) graças aos argilominerais, as argilas na presença de água desenvolvem uma série de propriedades tais como: plasticidade, resistência mecânica a úmido, retração linear de secagem, compactação, tixotrópia e viscosidade de suspensões aquosas que explicam sua grande variedade de aplicações tecnológicas. A estrutura laminada permite a adsorção de moléculas de água. A classificação dos tipos de argilas está relacionada ao grupo de argilominerais que a compõem.
Características físicas e mecânicas das argilas são a plasticidade, que é adquirida com a maior ou menor presença de água; a contratação na secagem esta é maior nas argilas mais plásticas; a resistência à flexão do material seco sendo maior nas argilas mais plásticas; resistência à flexão do material queimado é maior com o grau de vitrificação ou sinterização.
A incorporação de resíduos em materiais cerâmicos, a utilização de resíduos como matéria prima secundaria, em diferentes processos industriais, tem sido evidenciada pela necessidade de se obter alterativas que permitam a destinação e/ou aplicação segura desses resíduos. A incorporação de resíduos em materiais cerâmicos deve levar em consideração alguns aspectos importantes, que dizem respeito à compatibilidade do produto obtido com o meio ambiente (Balaton, 2002).
Dentre os resíduos disponíveis para serem utilizados na formulação de massas cerâmicas, que possuem boa compatibilidade e o metacaulim resultante do processo de calcinação do caulim. Em função de suas propriedades físicas e químicas, o caulim pode ser utilizado em uma grande variedade de produtos, com destaque para o seu uso na fabricação de papéis comuns e revestidos, cerâmicas e refratários (Industrial Minerals, 2001).
O caulim é constituído principalmente de caulinita, um silicato de alumínio hidratado, cuja célula unitária é expressa por Al4(Si4O10)(OH)8. A caulinita é um filossilicato (argilo-mineral) com composição química teórica de 39,50% de Al2O3, 46,54% de SiO2 e 13,96% de H2O; no entanto, podem ser observadas pequenas variações em sua composição. O diâmetro das partículas e a sua forma de distribuição são fatores importantes no controle das muitas propriedades físicas do caulim. O tamanho de partícula utilizado como padrão para o uso comercial é de 2 µm.
No Brasil, os depósitos de caulim nos Estados do Amazonas, Pará e Amapá são do tipo sedimentar, caracterizando-se por grandes reservas e com propriedades físico-químicas para diversas aplicações industriais, principalmente em revestimento de papel (coating).
Neste contexto, insere-se este trabalho que visa a utilização de resíduos com a mesma granulometria no desenvolvimento de massas cerâmica, obtendo-se informações sobre a influência destes sobre as propriedades físicas, mecânicas, bem como o aspecto ambiental. O objetivo deste trabalho e avaliar a utilização de resíduos industriais, provenientes da indústria de caulim, Imerys-Caulim - PA, que apresentem baixa granulometria, em massas cerâmicas de argila vermelha proveniente de São Miguel do Guamá- PA, por colagem de barbotina.
MATERIAIS E MÉTODOS
Na preparação do molde de gesso foi utilizado 2kg de gesso para 900ml de agua. Etapas de preparação do molde ocorre da seguinte forma abaixo Fig. 1.
O trabalho se iniciou com a preparação da caixa para receber o gesso em formato retangular, a base inferior foi forrada de massa de modelar para receber o gesso liquido Fig. 1a, em seguida foi feita a vedação do recipiente junto a bancada através de colocação de fita no interior da caixa, evitando assim que gesso venha vazar entre o recipiente e a bancada. O vazamento do gesso junto ao recipiente Fig. 1a, esperando a cura do material por 40 minutos Fig. 1b e em seguida o molde foi virado para receber a parte fêmea do gesso Fig. 1c, esperou-se mais 40 minutos para que o gesso endurecesse por completo. Removel-se a peça matriz de vidro e o molde de gesso ficou ainda secando ao ar livre por 15 dias, essa secagem é necessária Fig. 2.
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