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O Crescimento Populacional na Cidade de São Paulo

Por:   •  28/8/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.539 Palavras (7 Páginas)  •  276 Visualizações

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O crescimento populacional na cidade de São Paulo foi bastante expressivo. Dados indicam que entre 1960 e 2013 a população aumentou em 160%. Contudo, ao mesmo tempo, investimentos na melhoria da qualidade de vida do povo não foram realizados na proporção necessária, desencadeando dessa forma um crescimento desordenado. Tal crescimento deflagrou um cenário no qual apesar de concentrar 42% da população brasileira, a região sudeste do país dispõe apenas 6% do potencial hídrico nacional.

Aliado a isso, o índice pluviométrico em São Paulo foi de 887,2mm – o 13o menor na história desde o início das medições.  E a temperatura da cidade vem crescendo exponencialmente, sendo 37,8oC em outubro de 2014 o recorde absoluto.

Esse contexto foi crítico para o sistema hídrico da região metropolitana da cidade, que ocasionou uma crise sem precedentes, iniciada já em 2013 e divulgada intensamente pela mídia no ano de 2014, a qual afeta negativamente a qualidade de vida dos habitantes locais. Desse modo, intervenções por parte do Poder Público e dos usuários do sistema são necessárias visando abrandar as consequências da crise hídrica no Estado de São Paulo antes que a ausência total d’água se torne realidade.

Primeiramente, é necessário reiterar que diversas atitudes com o intuito de reverter o cenário hídrico atual já foram tomadas pelas autoridades locais. Em fevereiro, Geraldo Alckmin (Governador do Estado de São Paulo) declarou que o racionamento existe desde que a ANA (Agência Nacional de Águas) determinou, em 2014, a redução da captação do sistema Cantareira. O sistema atende cerca de 9 milhões de pessoas, quase metade da população da Região Metropolitana de São Paulo nas Zonas Norte, Central, partes das Zonas Leste e Oeste da capital, além de alguns municípios próximos como Osasco e São Caetano do Sul e parte de municípios como Guarulhos, Barueri e Taboão da Serra.

Além disso, visando reduzir o gasto excessivo de água, desde janeiro, a Sabesp concede um desconto de 30% na conta de água para quem reduzir o consumo em pelo menos 20% em relação à média do ano anterior. No primeiro mês de aplicação, 81% da população já foi beneficiada. Aliado a isso, uma sobretaxa na conta de água para quem tivesse gasto acima da média, também foi colocada em prática – gerando multas de até 100% do valor original da fatura. O foco principal da sobretaxa são quase 450 mil consumidores que representam apenas 10% dos clientes, mas consomem 1/3 da produção da Cantareira.

        No entanto, ano passado quando a crise hídrica começou a se agravar e ganhou maior visibilidade, vários projetos começaram a ser desenvolvidos, sendo que a maioria não saiu do papel. O projeto de aceleração das obras do sistema São Lourenço que será executado pela Sabesp, e com investimento estimado de R$830,5 milhões foi incluído no PAC. Ele integra as águas da bacia do Rio Paraíba do Sul ao Sistema Cantareira através de um canal entre as represas Atibainha (SP) e o reservatório Jaguari (RJ) e aumenta a disponibilidade de água no Sistema Cantareira em 5,1 metros cúbicos por segundo em média.

Na tentativa de levar mais água para o sistema Cantareira, a captação por indústrias, empresas de saneamento e agricultores nos rios de Minas Gerais responsáveis por abastecer os reservatórios também sofrerá restrição. A medida será praticamente a mesma adotada para os rios Jaguari, Atibaia e Camanducaia (MG), nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (SP). A norma restringe a captação para 20% para empresas de abastecimento público e 30% para indústria e irrigação toda vez que a vazão dos rios caírem.

Contudo, para amenizar a crise, também é extremamente necessária a ajuda individual de cada cidadão. É essencial que haja um combate ao desperdício de água, investindo em técnicas mais eficientes de irrigação e no desenvolvimento de sistemas sanitários mais modernos e econômicos.

Aliado a isso, há a possibilidade de aproveitamento de água da chuva, captando e armazenando a mesma para fins domésticos como regar jardins, limpar a casa, lavas calçadas e carros, dar descarga e etc. O reuso da água também é viável, captando a água da máquina de lavar roupas ou até recolhendo a água desperdiçada por chuveiros a gás. A água captada pode ser reutilizada assim como a água da chuva.

O controle de vazementos nos ambientes domiciliares também é essencial, visto que pequenos buracos aparentemente inofensivos – de aproximadamente 2mm de diâmetro - podem ser responsáveis pelo desperdício de até 3 caixas d’água de mil litros. Abrir o chuveiro somente para enxague no banho, escovar os dentes com água do copo e fechar bem as torneiras após o uso são outras propostas individuais bastante efetivas.

Ainda existe outra sugestão mais restrita em comparação com as demais. Trata-se dos coletores de ar, que são máquinas que condensam a umidade da atmosfera em água potável e que estão disponíveis à venda no mercado. As máquinas existentes são de dois tipos e usam duas técnicas distintas. Uma resfria o ar, o que condensa a água, que depois é filtrada e armazenada em pequenos tanques. A outra abrange um processo químico, sendo ligeiramente mais complexa, onde uma solução concentrada de sal absorve a umidade do ambiente, de onde a água é extraída e filtrada. 

        As propostas em grande escala também são possíveis e necessárias, sendo essas as que o país como um todo poderia cooperar. Ou seja, com um grande número de água eliminada nas redes de esgoto, seria capaz de reaproveitar e utilizar nas indústrias, irrigação e consumo; Em prédios residências uma forma considerada mais eficaz é a “individualização” dos hidrômetros, reduzindo assim o consumo de água nos apartamentos; Há 50% de perdas em trajetos de água entre reservatórios até a casa do consumidor, sendo assim, exige uma reparação no sistema de tubulação; Observando a  quantidade de poluição nas mananciais, a proposta é a despoluição e a proteção.

        A Agência Nacional de Águas apresenta: “Quem consome acima das quantidades médias recomendadas deve ter algum tipo de sanção no sentido de que ele se ajuste ao atual momento de crise pelo qual estamos passando no país.” Através disso, pode-se gerar uma economia de água nas residências e até mesmo em locais comerciais.

        Em situação extrema, sabe-se que mais da metade da água potável do planeta está nas geleiras e nas calotas polares. Uma das soluções possíveis seria a retirada e exportação de blocos de gelo dessas regiões.

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