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O Desastre Ambiental de Bophal, India

Por:   •  6/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  751 Palavras (4 Páginas)  •  245 Visualizações

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Bhopal é uma cidade situada no centro da Índia com mais de 1.700.000 habitantes. Nas décadas de 70 e 80 o país enfrentava o desafio de fornecer alimentos a preços justos para a crescente população e uma das alternativas do governo foi o incentivo para as empresas que produziam especialidades químicas para aumentar a produção alimentícia local.

Assim, a norte americana Union Carbide Corporation (UCC) - adquirida em 2001 pela Dow Quimica - instalou uma fábrica para a produção do pesticida Sevin, que tinha como matéria prima o gás metil isocianato (MIC). Esse produto era armazenado em três tanques com capacidade total de 126 toneladas, localizados no subterrâneo da fábrica, pois ele reage violentamente até mesmo com água, gerando gases letais.

O desastre

A UCC nunca seguiu todas as medidas de segurança previstas no projeto da fábrica em Bhopal, causando acidentes menores que contaminou o local e causou a morte de mais de 25 funcionários.

Na década de 80 a Índia passa por um período de seca, encadeando em demissões de contratos com funcionários mais especializados da fábrica, para cortar gastos. Com isso, as tarefas mais técnicas ficaram sob supervisão de funcionários ser qualificação adequada. Outra medida para o corte de gastos foi a decisão de acionar a fábrica indiana apenas quando houvesse demanda do Sevin, caso contrário a fábrica se manteria desligada.

Na madrugada do dia 03 de dezembro de 1984 um funcionário foi realizar a limpeza da tubulação de MIC com água pressurizada, porém com a falta de rotina para essa limpeza os canos estavam com resíduos, fazendo com que a água voltasse até os tanques, reagindo instantaneamente com o metil isocianato e liberando mais de 40 toneladas de um gás letal que ficou sobre a cidade de Bhopal.

Milhares de pessoas foram instantaneamente atingidas pelo gás, causando vômitos, irritações nos olhos e na garganta, as primeiras partes do corpo atingida. Em altas concentrações esse gás atinge o pulmão, causando hemorragias internas. Além disso, cerca de três mil pessoas morreram na hora, ainda dormindo. Segundo relatos as pessoas saíam para as ruas sem conseguir enxergar e respirar para tentar entender o que estava acontecendo.  Essa nuvem se dissipou após três dias e causou diretamente oito mil mortes.

Todos os sistemas de segurança da fábrica estavam desligados ou não funcionaram: os indicadores de pressão da sala de controle não apontavam o valor real, o sistema de refrigeração estava desligado para reparos, o purificador de gases que foi projetado para filtrar gases tóxicos também estava fora de funcionamento.

Após a tragédia, a UCC fechou a fábrica indiana e o governo indiano pediu cerca de US$3,3 bilhões à empresa, que em um acordo judicial, abaixou para US$470 milhões, valor que não era suficiente para cobrir nem os gastos médicos com os atingidos. Os diretores da fábrica nunca foram julgados ou condenados pelos crimes de negligencia, por se manterem nos EUA.

A então Union Carbide deixou o país, abandonando a fábrica de Bhopal com tanques abertos, frascos de produtos químicos mal armazenados, causando a contaminação dos lençóis freáticos, nascentes de agua e do solo da região, que não foi totalmente evacuada e, segundo a organização Anistia Internacional, cerca de 350 toneladas de lixo tóxico permanece na região da fábrica. Em 2001 a Dow Quimica comprou a UCC, incluindo a planta de Bhopal, porém alega não ser responsável por processos abertos após essa data.

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