O Desenvolvimento de Bhatia
Artigo: O Desenvolvimento de Bhatia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: gerfsonwander • 10/12/2013 • Artigo • 2.057 Palavras (9 Páginas) • 193 Visualizações
Sabeer Bhatia desembarcou no aeroporto Internacional de Los Angeles às 18 horas do dia 23 de setembro de 1988. A viagem de Bangalore, na Índia, até ali durara 22 horas, e ele estava faminto. O instituto de Tecnologia da Califórnia tinha lhe oferecido uma bolsa de estudos. Bhatia tinha 19 anos e 400 dólares no bolso, e não conhecia ninguém nos Estados Unidos.
Bathia pretendia concluir os estudos e voltar para trabalhar em seu país, provavelmente como engenheiro. Estava trilhando o modesto caminho traçado pela mãe, gerente de banco, e pelo pai, diretor administrativo de uma organização de pesquisa filiada ao Ministério da Defesa. Como a Índia é um país burocrático ao extremo, garotos como Bhatia crescem acreditando que é impossível criar uma empresa, a menos que fosse um super-homem.
Quatro anos depois, já na pós-graduação em Stanford, Bhatia começou a freqüentar na hora do almoço palestras em que ouvia empresários como Scott McNealy, da Sun Microsystems, e Steve Woznik, da Apple. A mensagem era sempre a mesma: Vocês também podem conseguir. Bhatia ficou com a impressão de que aqueles eram homens inteligentes, porém comuns.
Depois de se formar, não quis voltar para casa. Com o amigo Jack Smith, conseguiu um emprego na Apple Computer como engenheiro de hardware. Em pouco tempo estava freqüentando coquetéis promovidos por um grupo de empresários indianos do Vale do Silício, onde conheceu conterrâneos mais velhos, todos bem-sucedidos. Mais uma vez, eles pareciam tão comuns.
Idéias, idéias
Todas as manhãs, Bhatia contava a Smith mais um caso de uma boa idéia em uma empresa, para depois vendê-la por milhôes. "Jack", dizia ele, " o que estamos fazendo aqui, desperdiçando nossas vidas?" Embora Smith tivesse mulher e dois filhos, Bhatia acabou por vencê-lo pelo cansaço: "Jack, se não conseguirmos, com as enormes oportunidades que existem aqui, somos um fracasso total. "Fizeram um acordo: Bhatia seria o administrador da empresa; Smith, o arquiteto da tecnologia do empreendimento a ser criado.
Bhatia e Smith empenharam sua criatividade na produção de idéias. Queriam trocar e-mails,mas temiam que seus chefes pudessem ver as mensagens e acusá-los de trabalhar em projetos pessoais. Um dia, em dezembro de 1995, Smith voltava para casa, quando teve uma idéia: contas grátis de e-mail que poderiam ser acessadas anonimamente pela internet.
Do celular do carro, ligou para um amigo. Bhatia ouviu a primeira frase e disse: "Desligue esse celular e me ligue de uma linha segura quando chegar em casa!"
Quando Smith telefonou para Bhatia 15 minutos depois, discutiram em total sincronia cada um dos detalhes. Bhatia passou a noite em claro, debruçado sobre o tampo de vidro da mesa de jantar de seu pequeno apartamento, escrevendo o plano de negócios. Na manhã seguinte, estava tão cansado que seu chefe aconselhou: "Precisa acabar com essas noitadas, Sabeer." Bhatia - com medo de que a idéia saltasse de sua boca assim que ele a abrisse - apenas assentiu com a cabeça.
Eles precisavam de 300 mil dólares para criar uma versão operacional do programa e-mail. Bhatiafoi bater às portas de 19 empresas de capital de risco - que financiam empresários em troca de participação acionária -, levando o plano de negócios, além de outro projeto que previa a formação de um banco de dados pessoais na rede. Tudo em vão.
Foi quando conheceu Steve Jurvetson, da Draper Fisher Jurvetson, que se mostrou interessado - porém cético - quanto às estimativas de receita apresentadas por Bhatia, prevendo que a companhia de e-mail cresceria a uma velocidade jamais vista na história.
Jurvetson descartou de imediato as projeções, mas Bhatia insistiu: " Não acredita que vamos fazer isso?". Pelo adiantamento de 300 mil dólares, o investidor queria uma participação de 30%. Bhatia ofereceu 15%. As negociações pareciam não estar progredindo, mas no dia o Draper Fisher Jurvetson aceitou os 15% oferecidos.
Início de operações
Bhatia e Smith deixaram o emprego na Apple Computer e abriram um minúsculo escritório em Fremont, Califórnia. Bhatia convenceu 15 empregados a trabalhar em troca de opções de compra de ações da empresa no futuro, a um valor prefixado. Em junho, o dinheiro estava acabando, mas o produto estaria pronto para ser lançado em um mês. Outro investidor, Doug Carliske, mostrou interesse no negócio, mas Bhatia sabia que, se ele e Smith lançassem o produto antes, deteriam maior controle sobre a empresa que haviam criado. Assim, conseguriam um empréstimo bancário de 100 mil dólares.
O lançamento
Em 4 de julho de 1996 - Dia da Independência dos EUA - Bhatia e Smith lançaram a empresa, chamada Hotmail. Era uma data apropriada, pois acreditavam que e-mail grátis era uma excelente ferramenta popular. Naquela época, quase todos os proprietários de computador tinham e-mail, mas com o Hotmail não era nem preciso ter computador - bastava se conectar de um McDonald's em Praga ou de um café em Taipei, por exemplo.
Na manhã do lançamento, Bhatia e Smith carregavam seus pagers programados para exibir a cada hora o número de novos assinantes. Os primeiros usuários descobriramo Hotmail sozinhos, e então enviaram e-mails aos amigos: 100 usuários na primeira hora, 200 na segunda, 250 na terceira. A idéia era tão atraente que 80% daqueles que se inscreveram no Hotmail disseram que tomaram conhecimento do serviço por meio de um amigo. O Hotmail introduziu o conceito do "marketing viral", em que cada mensagem enviada por uma conta era, na realidade, um anúncio do serviço ao destinatário.
Quando Bhatia procurou Doug Carlisle para dizer "agora precisamos do seu dinheiro", a empresa já tinha 100 mil assinantes e estava avaliada em 18 milhões de dólares.
O Hotmail começou a enviar notícias e outros conteúdos da Internet para caixas de correio dos assinantes. Isso não era novidade, mas a forma como o dinheiro jorrava, sim. Os sites que forneciam o conteúdo queriam receber pelas notícias. Bhatia , porém, achou que os sites deviam pagar ao Hotmail pelo privilégio de ter seus conteúdos circulando. Surpreendentemente eles concordaram, e logo o Hotmail estava crescendo tão rápido que alguns provedores de conteúdo não conseguiram lidar com o tráfego gerado pelo serviço.
Todas as manhãs, Jack Smith vasculhava a Internet em busca de sinais de concorrentes. Passaram-se seis meses até surgir o primeiro.
Em dezembro de 1997, Bhatia e seu amigo Scott Weiss foram
...