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O PCP NA ERA DA INDÚSTRIA 4.0: INTEGRAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS AO PROCESSO PRODUTIVO

Por:   •  15/9/2021  •  Monografia  •  2.377 Palavras (10 Páginas)  •  618 Visualizações

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O PCP NA ERA DA INDÚSTRIA 4.0: INTEGRAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS AO PROCESSO PRODUTIVO

Vitor Ohtoshi Matos

Graduando em Engenharia de Produção

IFSP / Campus São Paulo

RESUMO

Este artigo apresenta a análise da implementação de ferramentas como Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Aprendizado de Máquina, tecnologias trazidas pela quarta revolução industrial, aplicadas dentro da Indústria 4.0, mais especificamente no setor de planejamento e controle da produção (PCP). São observados os efeitos da integração dessas novas tecnologias com ferramentas já convencionais para o PCP, como o Plano Mestre de Produção, a fim de se obter maior produtividade e competitividade no mercado. Também é analisado o impacto do aumento no volume de dados gerados pelas empresas, o surgimento de conceitos como o Big Data e como esse aumento de dados deverá ser administrado a fim de se manter o funcionamento correto da produção.

Palavras-chave: Indústria 4.0; Planejamento e Controle da Produção; Power BI.

  1. INTRODUÇÃO

A partir das novas tecnologias trazidas com a chegada da quarta revolução industrial, novas perspectivas e possibilidades foram apresentadas ao mercado de bens e serviços. Melhorias nos processos produtivos de diversos segmentos foram possíveis devido à essas novas tecnologias e junto com a utilização de máquinas e computadores, certas etapas que anteriormente poderiam demorar grandes quantidades de tempo, foram otimizadas de maneira que não só passaram a gastar menos recursos como também a serem realizadas mais rapidamente e de maneira inteligente. Sendo assim, os impactos na produtividade com a Indústria 4.0 são significantes quando analisado o cenário industrial atual.

Dentre as novas ferramentas tecnológicas da Indústria 4.0, dá-se destaque à IA - Inteligência Artificial, a Computação em Nuvem, a IoT – Internet of Things (Internet das Coisas), e Machine Learning. A partir de uma análise do cenário industrial atual, setores como o de Planejamento e Controle da Produção (PCP) passarão inevitavelmente por mudanças ao serem integradas a um ambiente tecnológico inteligente, como é o da quarta revolução industrial. Ferramentas novas poderão ser integradas com as já convencionais do PCP como o Plano Médio de Produção (PMP).

  1. Objetivo

Neste artigo, pretende-se explorar o uso das diversas ferramentas tecnológicas da indústria 4.0 no processo produtivo, mais especificamente no setor de Planejamento e Controle da Produção (PCP) e como a utilização dessas ferramentas, aplicadas aos cenários convencionais de análise do PCP, mudará a dinâmica dentro da produção.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Essa seção apresenta e analisa a literatura no campo do Planejamento e Controle da Produção e da Indústria 4.0, mais especificamente nas tecnologias desenvolvidas na quarta revolução industrial.

  1. Planejamento e Controle de Produção (PCP)

O PCP é um departamento de apoio ao sistema produtivo. “Como departamento de apoio, o PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível aos planos estabelecidos nos níveis estratégico, tático e operacional” (TUBINO, 2007). Através da administração de informações vindas de diversas áreas da produção, esse setor tem como objetivo garantir que a produção de bens ou serviços seja realizada de forma eficaz. Ele certifica a correta disponibilidade dos recursos produtivos, a fim de que estes estejam nas quantidades esperadas e também na qualidade adequada para o processo produtivo. ” o PCP objetiva suprir o sistema de manufatura com as informações necessárias para seu funcionamento, reduzindo os conflitos existentes entre vendas, finanças e chão de fábrica.” (JUNIOR e FONTANA, 2017)

Segundo Tubino (2007), há três níveis hierárquicos de planejamento e controle de atividades produtivas em um sistema de produção: estratégico, tático e operacional. No nível estratégico são estabelecidas estratégias de uma empresa a longo prazo com a elaboração de um Plano de Produção. Já no tático, os planos são a médio prazo estabelecendo o Plano Médio de Produção (PMP ou MPS). E no operacional, há a elaboração de planos de curto prazo, onde o PCP prepara a programação da produção.

Martins e Laugeni (2005) por sua vez, atribuem ao PCP à transformação das informações do sistema produtivo, ou seja, os estoques existentes, as vendas previstas, linha de produtos, em ordens de produção.

  1. MPS – Master Production Schedule

O Plano Mestre de Produção (Master Production Schedule) é obtido após a definição de um plano agregado. Ele é um documento que determina quanto de cada material será produzido dentro de um determinado espaço de tempo além de determinar quando o produto ficará pronto. Em uma família de produtos, cada item da família se torna um MPS. “O horizonte de planejamento de um programa mestre de produção cobre, normalmente, 6 a 12 meses de produção, em base semanal” (MARTINS e LAUGENI, 2005).

  1. Indústria 4.0

O termo “Indústria 4.0” é utilizado para designar a quarta revolução industrial e foi cunhado na feira de Hannover em 2011 na Alemanha. Tendo início na virada do século, a Quarta Revolução Industrial apresenta um aprimoramento das tecnologias trazidas pela terceira revolução industrial como os computadores e a Internet, com aplicações integradas e mais inteligentes, aprimorando assim diversos setores em que são utilizados. Segundo Schwab (2016, p. 20) “é caracterizada por uma internet mais ubíqua e móvel, por sensores menores e mais poderosos que se tornaram mais baratos e pela inteligência artificial e aprendizagem automática (ou aprendizado de máquina) ”.

Os impactos da Quarta Revolução Industrial no sistema produtivo por exemplo são perceptíveis nas “fábricas inteligentes”, onde “a quarta revolução industrial cria um mundo onde os sistemas físicos e virtuais de fabricação cooperam de forma global e flexível. Isso permite a total personalização de produtos e a criação de novos modelos operacionais” (SCHWAB, 2016). A apresentação de novas tecnologias juntamente com a integração dos meios digital e físico, é o que diferencia essa revolução de suas percussoras, além da alta velocidade em que as inovações geradas nessa nova era são difundidas pelo mundo todo. Segundo Untudag e Cevikcan (2018), as principais motivações da Indústria 4.0 são a conexão e a integração da manufatura com sistemas tecnológicos com o objetivo de se obter maior eficiência no processo produtivo.

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