O Reaproveitamento de Água
Por: paulo.netobb • 1/10/2015 • Artigo • 1.482 Palavras (6 Páginas) • 322 Visualizações
RESUMO EXPANDIDO
Título: REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA NO PROCESSO DE HIDROJATEAMENTO
Palavras Chave: Gestão da Demanda Hídrica. Hidrojateamento. Reuso da água.
Resumo:
Com a evolução industrial crescente em todos os setores, em especial a indústria naval, fez-se necessário à adoção de novas tecnologias para a manutenção e limpeza desses sistemas. Como é o caso da aplicabilidade do Hidrojateamento, no entanto numa avaliação sustentável e gestão ambiental, a água é o recurso natural imprescindível para essas efetuações. Porém, a água em suas características potável e/ou própria para o consumo encontra-se limitada no planeta, da mesma forma que, após sua utilização nesses processos, precisam ter destino adequado, para que não seja outro elemento de poluição ao meio ambiente. Nessa postura, o presente trabalho, tem como objetivo central, verificar técnica de reaproveitamento da água utilizada no hidrojateamento, aplicada por uma indústria naval, situada em SUAPE. De forma que, foram utilizadas diversas fontes de pesquisa, apoiando-se em autores como: Mancuso e Santos (2003), Telles (2001), Lord (2001), etc. No sentido, de abordar dados conceituais, históricos, legislação e informes científicos que deram apoio aos resultados apresentados no estudo de caso. Certificando a importância das evoluções tecnológicas ao desenvolvimento social e econômico, com vista à necessidade de haver responsabilidade social e a seriedade contida na sustentabilidade.
A limpeza industrial por hidrojatemanto significa uma técnica com maior potencialização e melhores resultados, já que, na indústria naval, é potente em limpezas de cascos de navios, âncoras, elos de correntes, entre outros. De origem alemã, representa atualmente uma tecnologia de ponta, depois de ampliada e modernizada, utilizando agora sistema automatizado.
No entanto, mesmo com toda sua positividade, a água após essas operações estão contaminadas, pois se utiliza produtos químicos, como detergentes, desengraxantes, etc. De forma que, não pode ser destinada sem tratamento, ou jogada em rios, lagos, mares, nem em quaisquer outros locais que possam contaminar o solo e ou ar.
Nos informes de Saramago (2006) entre os anos de 1865 a 1870, o uso do jateamento com areia seca torna-se conhecido e utilizado em todo o mundo, A areia seca foi por muito tempo o abrasivo mais utilizado. “No jateamento de grandes superfícies, por se tratar de material barato, de fácil disponibilidade e de razoável efeito abrasivo. Por este motivo, ficou consagrado o termo “jato de areia”” (p.16).
No Brasil o jateamento abrasivo teve utilização em escala até a década de 90, quando surge a Lei Estadual nº 1979 (1992) proibindo sua aplicabilidade devido à consequências de riscos e acidentes provocados, da mesma forma o comprometimento ao meio ambiente.
Nesse Período, a Petrobras cria a Comissão de Trabalho formada pela Refinaria de Duque de Caxias- REDUC, pelo Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore-SINAVAL, pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FEEMA e contribuições de membros da Associação dos Artesões de Marinha do Rio de Janeiro. O “objetivo de serem estudados abrasivos alternativos que substituíssem a areia seca, atendendo aos requisitos de Produtividade, Higiene Industrial, Saúde Ocupacional e Proteção ao Meio Ambiente” (SARAMAGO, 2006, p.17).
No entanto, com a proibição do uso do jateamento, agora o desafio seria conseguir um material que tivesse a mesma rentabilidade, custo e eficácia. Para isso, a Comissão de Trabalho buscou ajuda do estaleiro Verolme situado em Angra dos Reis – RJ. Assim, Saramago (2006) exprime que testes foram realizados no mês de março de 1993, entre os dias 15 a 24, utilizando-se três diferentes tipos de abrasivos: granalha de aço, escória de fundição de cobre e esferas de bauxita sintetizada.
Onde:
Os testes permitiram concluir que os três abrasivos alternativos poderiam ser utilizados. Devido a questões de custos e facilidades de fornecimento, os estaleiros que praticam a atividade de jateamento a céu aberto optaram pela utilização da escória de fundição de cobre. No jateamento confinado em cabines, os outros dois abrasivos são utilizados, a critério das empresas, que avaliam o s aspectos técnicos e econômicos dessa utilização (SARAMAGO, 2006, p.17).
Práticas que até os dias atuais estão sendo aplicadas em diversos segmentos industriais, entre eles a naval, porém ampliando estudos sobre novas possibilidades de manutenção, remoção de pintura, ou preparação para pintura, carepas, limpeza de trocadores de calor, etc. Encontra-se o hidrojateamento, que tem como conceito, de acordo com Ferrari (2013), como:
Utilizar a água à alta pressão para remoção de contaminantes e/ou revestimentos existentes em um substrato metálico, preparando-o para receber um revestimento (pintura) a técnica de hidrojateamento foi introduzida com o objetivo de eliminar os danos ao meio-ambiente e a saúde dos operadores, causados pela poeira produzida durante o jateamento com abrasivos secos (não só areia).
Nesse sentido, pode-se analisar o hidrojateamento como sendo uma técnica que se utiliza de água limpa e que através de jatos de pressão alta, média ou baixa podem direcionadas positividade a diversas utilizações, entre elas, a limpeza industrial. “Remoção de tintas, oxidações e incrustações de difícil remoção em estruturas, chapas e pisos, no processo de desobstrução de tubulações, em limpezas de forma geral”, como também, em demolição de estruturas de concreto (FERRARI p. 2, 2013).
Verifica-se então, que há uma gama de possibilidade na utilização do hidrojateamento, porém, para cada atividade se faz necessário aplicar o volume dos jatos corretamente, assim, Ferrari (2013) expõe os principais tipos de pressões operacionais, a pressão referida à baixa e/ou média, são aquelas que se aplica até 2.800 psi; a alta pressão é considerada assim, pois aponta psi entre 3.000 a 10.000.
Entre os tipos, encontra-se o hidrojateamento abrasivo úmido; hidrojateamento (Hydroblasting) os que apontam de 10.000 psi até 25.000 psi; o hidrojateamento com ultra alta pressão, essa acima de 25.000psi e o hidrojateamento sem abrasivo.
No entanto, para entender melhor o consumo de água e abrasivos ou a ausência desses apresenta-se o seguinte quadro:
Quadro 2- Métodos preparatórios de superfície e comparação entre uso da água e os abrasivos
COMPARAÇÃO ENTRE MÉTODOS DE PREPARAÇÃO DE SUPERFÍCIES | ||
Processo | Consumo de abrasivo | Consumo de água |
Jato Seco | Muita | Nenhum |
Jato Úmido | Muita | Pouco |
Hidro Abrasivo | Pouca | Muito |
Hidro Ultra | Nenhuma | Médio |
Fonte: Santos, 2013, p.5
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