O Transporte de Grãos
Por: GiovanniBelotti • 16/12/2022 • Seminário • 2.378 Palavras (10 Páginas) • 94 Visualizações
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL
TRANSPORTES
Eliane Teruko 17024233
Giovanni Belotti 17074055
Paulo Jorge 17152232
Rafael Kenji 17022237
Transporte de grãos no Brasil
Produção de grãos
Sendo esteio da economia do país há anos, a agricultura movimentou 1,36 trilhão de reais no último ano representando 18,25% do PIB brasileiro. Para a safra 2021/2022 é esperado um acréscimo em torno de 14% na produção, chegando em 270 milhões de toneladas, sendo mais de 100 milhões de toneladas destinados à exportação.
Ao analisarmos o histórico das safras brasileiras pode-se ver o constante aumento da produção agrícola tanto em números absolutos como em relação à área de plantio. Isso se deve ao avanço de tecnologias de plantio, irrigação, máquinas que reduzem o tempo de trabalho, além de sementes transgênicas que promovem um ganho substancial por metro quadrado de cultivo. Levando como ponto inicial o ano de 2002 quando se produzia pouco mais de 96 milhões de toneladas, a agricultura quase triplicou com estimativas de 270 milhões para o ano de 2021.
Soja, milho, arroz, algodão e feijão são os principais produtos agrícolas produzidos no país, juntos somam mais de 256 milhões de toneladas dos quais mais de 100 milhões tem como destino Ásia e Europa. Os estados de Mato Grosso, Paraná e Goiás são os líderes de produção, com 73, 39 e 26 milhões de toneladas respectivamente. A região Centro-oeste é a principal região produtora, com quase 46% da safra brasileira, o Sul representa 31,6% e as demais regiões do país juntas mais de 22%.
Para o escoamento de todo essa produção é necessário uma rede de logística e meios que permitam o transporte para silos, fábricas e portos, para que cheguem ao cliente final. Porém toda essa logística ainda apresenta pontos de infraestrutura precária, altos custos de transporte além de demorado. Fazendo a mesma comparação entre os anos de 2002 e 2021, o investimento era de 10,2 bilhões de reais ou 2,2 % do PIB, durante os anos seguintes essa porcentagem caiu chegando a 1,5% em 2020, ou 7,9 bilhões de reais, sendo desse montante apenas um terço destinado aos meios de transportes.
Infraestrutura no Brasil
Com dimensões continentais, o Brasil é um país que tem grandes desafios no transporte de cargas e pessoas devido as grandes distâncias, topografia e ecossistemas presentes nas diferentes regiões. Conta com uma infraestrutura ainda insuficiente para as necessidades, principalmente em relação as ferrovias e hidrovias. Atualmente a matriz de transportes de cargas é dividida com 67% sendo rodoviário, 21% ferroviário e 12% hidroviário/cabotagem.
O país conta com 175 instalações portuárias, sendo portos e terminais marítimos que movimentam mais de 100 milhões de toneladas de grãos todos os anos, sendo 11 deles os principais responsáveis pelo escoamento da safra. A região Norte conta com os portos de Barcarena, Itacoatiara e Santarém, somados eles movimentam mais de 10 milhões de toneladas de grãos por ano, que corresponde a aproximadamente 10% da exportação brasileira. Na região Nordeste estão o Porto de Itaqui, em São Luís, e o Porto de Salvador, responsáveis por 11% das exportações de milho e soja segundo Embrapa. Com 5 portos principais, a região Sul atende à demanda local e parte das produções do Centro-Oeste, os portos de Rio Grande, Itajaí, Imbituba, S. Francisco do Sul e Paranaguá juntos representam 38% do escoamento da safra. A região Sudeste, onde se encontra os Portos de Santos, Vitória, São Sebastião e Niterói apresenta o principal porto e maior exportador de produtos do país, apenas Santos representa 32% da movimentação de grãos vindos principalmente da região Centro-Oeste, somando todos os portos da região, aproximadamente 40% dos grãos transportados ao exterior partem daqui.
As principais rodovias do país, eixos de extrema importância no escoamento da produção agrícola, estão distribuídas em todo o país, algumas atravessando regiões inteiras como a BR-163 e BR-153, interligando o interior ao litoral ou regiões mais próximas dos canais de exportação; no total são mais de 75 mil km de extensão rodoviária. São Paulo apresenta a maior e melhor malha para o transporte de cargas do país, como as rodovias Washington Luís (SP-310), Anhanguera (SP-330), Bandeirantes (SP-348), além das rotas dos rodoanel que possibilitam o transporte mais rápido para o litoral paulista.
As ferrovias ainda pouco desenvolvidas no país estão presentes em poucas regiões e poderiam representar um percentual maior do transporte de cargas no país. Sendo a região Sudeste a com melhor infraestrutura, as estradas de ferro EF-466, EF-265 e EF-364 são as principais do estado e transportam cargas de todo o estado além de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais ao Porto de Santos. Na região Centro-Oeste e Nordeste estão presentes a EF-364, braço da estrada de ferro paulista que passa por Rondonópolis e Cuiabá e as ferrovias EF-151 e EF-496 onde é possível chegar ao porto de Itaqui em São Luís. Já na região Sul todos os estados apresentam rotas de transporte de carga por ferrovias, tendo a EF-483 e EF-277 no Paraná, onde são direcionadas as cargas para os portos de Paranaguá e Itajaí; Santa Catarina com parte da ferrovia EF-277; e o Rio Grande do Sul tem a EF-293 que fazia parte da antiga ferrovia São Paulo – Rio Grande do Sul com chegada no porto de Rio Grande.
Bacias Logísticas
As bacias logísticas são áreas de influência de determinados portos sobre o escoamento da safra da região. A dinâmica da bacia é influenciada pelo custo do frete que pode variar conforme a produção e qualidade da infraestrutura, sendo algo possível de se mudar com mudanças na infraestrutura. No Brasil existem 8 bacias logísticas, sendo elas: Eixo Norte Central, Oriental e Ocidental, Eixo Nordeste, Eixo Centro Leste e Sudeste, Eixo Sul e Eixo Extremo Sul.
As oito bacias são ainda classificadas em 2 grupos, as bacias do Arco Norte e bacias do Sul/Sudeste, atualmente as bacias do Sul/Sudeste representam mais de 75% das exportações de grãos no país, segundo dados da Embrapa de 2015. Sendo os portos de Santos, em São Paulo, e Paranaguá no Paraná o destino de 47% da safra. Isso é resultado da melhor infraestrutura na região que possibilita fretes mais baratos e consequentemente uma área maior de influência das bacias logísticas desses portos.
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