O consórcio modular como fator de competitividade: um estudo de caso na Volkswagen Resende e São Bernardo do Campo
Pesquisas Acadêmicas: O consórcio modular como fator de competitividade: um estudo de caso na Volkswagen Resende e São Bernardo do Campo. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alinerms • 1/9/2013 • Pesquisas Acadêmicas • 1.397 Palavras (6 Páginas) • 873 Visualizações
O consórcio modular como fator de competitividade: um estudo de
caso na Volkswagen Resende e São Bernardo do Campo
Marcos José Corrêa Bueno Oduvaldo Vendrametto Alexandre Alisancic
Universidade Paulista - UNIP
RESUMO: Com a crescente competitividade no mercado automobilístico e sua busca por melhoria nos
indicadores produtivos, as empresas viram-se obrigadas a rever suas formas de relações de fornecimento
e redimensionar seus arranjos industriais.
Identificar a forma deste relacionamento e seus resultados nos indicadores de produtividade e produção
flexível é o objetivo deste trabalho.
Para alcançá-lo, utilizou-se uma abordagem exploratória na Volkswagen nas unidades de Resende e São
Bernardo do Campo.
Os dados recolhidos apontam para uma melhoria nos resultados, orientando este modelo de negócio para
a disseminação de sua prática no setor.
Palavras-chave: Modulista. Consórcio Modular. Competitividade.
1. INTRODUÇÃO
O setor automobilístico tem sido objeto de diversos estudos na Administração e na
Engenharia de Produção. A crescente competitividade obrigou as empresas a buscar novas
formas para permanecer no mercado. Baixar custos, agregar valores aos produtos, inovar
processos e gestão estão entre as muitas iniciativas tomadas. Segundo Montgomery & Porter
(1998), as ações de inovação em seu sentido mais amplo podem incluir tanto tecnologias como
novos modos de fazer as coisas. Entre as inovações nos sistemas produtivos na busca de maior
competitividade pela redução de custos uma estratégia utilizada está o Consórcio Modular da
Volkswagen Caminhões Resende.
Algumas empresas, com sistema de produção complexos, com células de produção,
tinham dificuldade em alocar recursos produtivos em momentos de baixa produtividade em seu
módulo, embora outros módulos (ou células) estivessem com capacidade de produção no limite.
A partir de então as empresas passaram a tomar atitudes no sentido de reduzirem parte de
seus custos fixos e terem menos impacto na manutenção de recursos em períodos de baixa
produtividade.
2. O CONSÓRCIO MODULAR E A FÁBRICA DE CAMINHÕES DA VW
A constante busca, por parte das empresas nacionais e multinacionais, por vantagens
competitivas, tem sido a meta no Brasil na última década. Especificamente nas montadoras, os
SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia
parques industriais estavam ultrapassados quanto à organização do trabalho: os leiautes não
facilitavam grandes mudanças e o gigantismo dos complexos fabris tornava a administração mais
lenta e com dificuldades de logística. Aos poucos as montadoras foram procurando soluções para
seus problemas específicos. Algumas construíram unidades em outros estados, outras cidades,
buscando sempre o aprimoramento dos seus processos e serviços. Os riscos do trabalho no
modelo just-in-time estavam atrelados a fornecedores responsáveis quantos aos termos de prazos
e à qualidade do produto.
Diante desse cenário, a empresa Volkswagen do Brasil desenvolveu, em 1995/1996, uma
forma de processo produtivo chamado Consórcio Modular. Esse sistema consiste em uma
parceria entre empresa e fornecedores. Nessa parceria, os riscos e os investimentos foram
compartilhados, conforme ressalta Ferro (1998, apud WOMACK; JONES, 1998, p. 372) citando
Roberto Barretti, diretor geral da planta na época: “A Volkswagen é responsável pelo edifício,
enquanto os parceiros são responsáveis pelos móveis”.
Vale ressaltar que a Volkswagen não tinha tradição em produzir caminhões. Após a
aquisição da americana Chrysler no início da década de 80, a Volkswagen participou de uma
joint venture com a Ford, criando a Autolatina.
A Autolatina objetivava primordialmente uma redução dos custos através das economias
de escala que poderiam ser atingidas pelas empresas operando conjuntamente. No entanto,
conflitos e divergências de cunho estratégico; além da turbulência advinda do rápido processo
de internacionalização da produção de automóveis, não permitiram que a parceria fosse adiante
e, em 1994, iniciou-se o processo de dissolução da Autolatina (PIRES, 1998).
O desafio da Volkswagen não era apenas construir fisicamente uma nova planta e
redesenhar a cadeia de suprimentos, mas também recuperar, renovar ou estabelecer relações com
os fornecedores de peças e componentes para caminhões e ônibus, rompidas durante o período da
Autolatina, pois essas relações com fornecedores eram desenvolvidas pela Ford Brasil.
A separação definitiva apenas foi completada em 1996, quando .todas as plantas que
trabalhavam sob a marca da Autolatina voltaram a ser operadas pelos seus respectivos donos. A
Volkswagen viu-se então obrigada
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