O desenvolvimento da indústria do vidro
Relatório de pesquisa: O desenvolvimento da indústria do vidro. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: engCivil13 • 19/11/2013 • Relatório de pesquisa • 9.046 Palavras (37 Páginas) • 360 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O vidro é um dos materiais mais versáteis e duráveis já existentes. Alguns estudiosos chegam a afirmar que o vidro está entre os materiais mais antigos feitos pelo homem. Seja qual for nossa necessidade, é possível utilizá-lo nas mais diferentes formas. Se olharmos ao nosso redor veremos quão presente ele está no cotidiano, muitas vezes, fazendo parte da paisagem de forma natural.
A evolução da indústria do vidro é marcada por fatos que, embora analisados sob os conhecimentos de hoje pareçam simples, são na verdade repletos de criatividade e inventividade. Até 1500 a.C. o vidro tinha pouca utilidade prática e era empregado principalmente como adorno. A partir desta época no Egito iniciou-se a produção de recipientes a partir do vidro fundido, fazendo-se filetes que eram enrolados em forma de espiral em moldes de argila. Quando o vidro se esfriava tirava-se a argila do interior e se obtinha um frasco, que pela dificuldade de obtenção era somente acessível aos muito ricos.
Por volta de 300 a.C., uma grande descoberta revolucionou o vidro: o sopro, que consiste em colher uma pequena porção do material em fusão com a ponta de um tubo (o vidro fundido é viscoso como o mel) e soprar pela outra extremidade, de maneira a se produzir uma bolha no interior da massa que passará a ser a parte interna do embalagem. A partir daí ficou mais fácil a obtenção de frascos e recipientes em geral. Para termos noção da importância desta descoberta, basta dizer que ainda hoje, mais de 2000 anos depois, se utiliza o princípio do sopro para moldar embalagens mesmo nos mais modernos equipamentos.
Também a partir de gotas colhidas na ponta de tubos e sopradas, passou-se a produzir vidro plano. Durante a idade média, os vitrais eram muito utilizados nas catedrais para contar as histórias, pois, naquela época, pouca gente sabia ler.
Por volta do ano de 1200 da nossa era, os vidreiros foram confinados na ilha de Murano ao lado de Veneza na Itália, para que não se espalhassem os conhecimentos vidreiros que eram passados de pai para filho. Lá uma nova descoberta: a produção de um vidro muito claro e transparente que foi denominado de cristallo por ter a transparência de um cristal.
Na era cristã são produzidos espelhos, lentes e prismas ópticos, porque se consegue um maior grau de pureza.
No século XIV existe uma grande preocupação com a qualidade do vidro, tal como a sua transparência e homogeneidade, visto que estas propriedades afetam as componentes ópticas.
Ainda hoje se chamam cristais, os vidros mais finos de mesa. A partir deste vidro claro e límpido puderam ser criadas lentes e com elas serem inventados os binóculos (1590) e os telescópios (1611), com os quais se podem começar a desvendar os segredos do universo. Também nesta época, graças à produção dos recipientes especiais e termômetros de laboratório, houve um grande desenvolvimento da Química.
Muitas outras aplicações surgiram para o vidro: as fibras que tanto servem para isolamento térmico e acústico, como para reforço de outros materiais. As fibras óticas que substituem com enormes vantagens os tradicionais cabos de cobre e alumínio utilizados em comunicações, lâmpadas, isoladores, etc..
Os países que se destacaram como produtores mundiais são: Bélgica, pelos seus cristais; Inglaterra, Japão, pela qualidade dos vidros impressos; Estados Unidos, França pelas pesquisas constantes no campo do vidro.
Diante das constantes inovações desse material tão antigo e moderno, importantíssimo para o avanço das atividades humanas, muitas tipificações foram criadas para as mais diversas aplicações e, para tanto, foi necessário estabelecer padrões de controle de qualidade e de aplicação do vidro para eficiência de seu uso.
Neste âmbito, este trabalho propõe uma abordagem mais específica dos tipos de vidro disponíveis hoje no mercado, detalhando suas propriedades e indicação de uso, amparada pelas normas técnicas estabelecidas no país e no Mercosul nestes aspectos.
2. DEFINIÇÃO
O vidro é uma substância inorgânica, homogênea e amorfa, obtida através do resfriamento de uma massa em fusão que endurece pelo aumento contínuo de viscosidade até atingir condição de rigidez sem cristalizar-se (Barsa). Esta é uma definição aceita internacionalmente.
Suas principais qualidades são a transparência e a dureza. O vidro tem incontáveis aplicações nas mais variadas indústrias, dada suas características de inalterabilidade, dureza, resistência e propriedades térmicas, ópticas e acústicas, tornando-se um dos poucos materiais ainda insubstituível, estando cada vez mais presente nas pesquisas de desenvolvimento tecnológico para o bem-estar do homem. Na construção são utilizados os vidros sílico-sodo-cálcicos, que são compostos por:
um vitrificante, a sílica, introduzida sob a forma de areia (70 a 72 %);
um fundente, a soda, sob a forma de carbonato e sulfato (cerca de 14%);
um estabilizante, o óxido de cálcio, sob a forma de calcário (cerca de 10%);
vários outros óxidos, tais como o alumínio e o magnésio, que melhoram as propriedades físicas do vidro, especialmente a resistência à ação dos agentes atmosféricos;
para determinados tipos de vidro, a incorporação de diversos óxidos metálicos permitem a coloração na massa.
Uma das razões de o vidro ser tão popular e duradouro, talvez esteja na sua análise, pois os vidros mais comuns, aqueles usados para fazer os vidros planos e embalagens e que, tecnicamente, são denominados "sílico-sodo-cálcicos", têm uma composição química muito parecida com a da crosta terrestre:
3. EVOLUÇÃO DO VIDRO
O vidro é uma das descobertas mais surpreendentes do homem. Os historiadores não disponhem de dados precisos sobre sua origem. Imagina-se que o vidro já era conhecido há pelo menos 4.000 anos antes da Era Cristã, e que fora descoberto de forma casual, já que objetos de vidro foram encontrados nas necrópoles egípcias nas formas de contas de vidro colorido, colares, brincos e frascos soprados. Alguns autores apontam os navegadores fenícios como os precursores da indústria do vidro. Ancorados em uma praia da costa da Síria, os fenícios
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