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Obras Limpas

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Por:   •  17/7/2014  •  1.120 Palavras (5 Páginas)  •  436 Visualizações

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Novos sistemas construtivos permitem obra limpa

O entulho da construção civil – resíduos formados por argamassa, areia, cerâmicas, concretos, madeira, metais, papéis, plásticos, pedras, tijolos, tintas etc – tornou-se um problema nas grandes cidades brasileiras. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), braço técnico do setor cimenteiro, há alguns anos, desenvolve programas e promove sistemas que colaboram para a redução de entulho nas obras.

A quantidade de resíduos sólidos gerada nas cidades brasileiras é expressiva e pode servir como um indicador do desperdício de materiais. Segundo a resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), as prefeituras não podem receber os entulhos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada cidade deve ter um plano integrado de administração de resíduos da construção civil.

Residências – Em São Paulo, a lei proíbe a disposição de entulho em vias públicas e permite que cada residência gere, no máximo, 50 kg por dia para ser recolhido pelos garis através da coleta domiciliar convencional, desde que os entulhos estejam devidamente acondicionados.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, se a quantidade de resíduos for superior à estabelecida em lei, o responsável pela remoção e pela destinação do entulho é o próprio construtor. Por isso, é necessário contratar o serviço regularizado das empresas transportadoras que atuam com caçambas. É necessário, antes de fechar o serviço, verificar a lista das empresas cadastradas pela administração municipal, pois apenas as regularizadas podem despejar o entulho em aterros de resíduos da construção, oferecendo acomodação final ambientalmente apropriada aos materiais.

Construtoras – Desde sua criação, a resolução exige que as construtoras apresentem, junto com o projeto arquitetônico e de engenharia, um programa de gerenciamento de resíduos sólidos, determinando a quantidade, a qualidade do entulho e onde ele será depositado. Além disso, elas passam a ser responsáveis pela destinação do lixo gerado; ou seja, se o entulho for depositado em local inadequado, a construtora será penalizada com uma multa.

“O entulho da obra encaminhado a uma usina de reciclagem ou beneficiado no próprio canteiro pode ser reutilizado como base de pavimentação e ainda na fabricação de artefatos de cimento, argamassa, contrapiso e concreto, atendendo à resolução Conama e às normas ABNT pertinentes”, explica Cláudio Oliveira, gerente de Indústria de Pré-fabricação da ABCP.

Antes de a lei entrar em vigor, muitas construtoras já haviam constatado que o entulho no canteiro de obra é sinal de desperdício. Para amenizar o problema e orientar a disposição, o Sindicato da Indústria de Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e representantes da cadeia produtiva elaboraram uma cartilha quanto à destinação do entulho. Essa também tem sido uma preocupação da ABCP, que vem apoiando o desenvolvimento de sistemas construtivos visando à redução dessas sobras.

Cláudio Oliveira alerta que a ausência de melhor planejamento e a falta de treinamento das equipes de construção são agravantes para a geração de entulhos. “Paredes irregulares, por exemplo, são as principais responsáveis pelo gasto excessivo de materiais, como argamassa, blocos e tijolos”, explica.

Segundo ele, com 1 metro cúbico de entulho reciclado é possível fabricar 227 blocos de concreto. Com 5 metros cúblicos de entulho, é possível erguer uma casa popular. Tudo com as orientações das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que define parâmetros de qualidade dos agregados reciclados.

Para obras de edificações mais limpas, a ABCP indica os sistemas de alvenaria estrutural com blocos de concreto, paredes monolíticas e os pré-fabricados para estruturas e fachadas em que a utilização dos materiais é racionalizada.

Alvenaria Estrutural com Blocos de Concreto – Muitas empresas têm optado pelo sistema, não apenas devido à redução do volume de resíduos, mas também pela diminuição das horas de trabalho e do consumo substancial de alguns materiais, como madeira, aço e revestimento.

Neste sistema, o projetista consegue calcular o número exato de blocos que serão utilizados e eliminar as etapas de rasgos nas paredes para colocação de instalações elétricas e hidráulicas, que conduzem ao desperdício e ao retrabalho.

Considerando todas estas vantagens, o metro quadrado de parede pronta de blocos de concreto chega a ser 25% mais barato que o

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