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PERDAS NA CONTRUCAO CIVIL

Por:   •  13/11/2015  •  Artigo  •  4.176 Palavras (17 Páginas)  •  286 Visualizações

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Área de Inovação e Tecnologia - Artigo

PERDAS OBSERVADAS NO CANTEIRO DE OBRAS DE EMPRESA NA CIDADE DE CAXIAS DO SUL

Caroline Kochenborger Perroni, Danelise Cearon, Guilherme Augusto de Paula Dias, Mateus Silva

Curso de bacharelado em Engenharia Civil da Faculdade da Serra Gaúcha

Professor Avaliador

MSc. Cynthia dos Santos Hentschke. Resumo

Com base em um estudo de caso de uma obra específica localizada em Caxias do Sul, objetivou-se a análise e classificação das perdas no canteiro de obra, durante o período de um mês, com interesse em demonstrar a importância de ações gerenciais, a fim de minimizar perdas. O método utilizado foi o de acompanhamento diário por meio de realização de planilhas e registro fotográfico. Após coleta e análise de dados quantificou-se e classificaram-se as perdas, obtendo 7% de perdas por superprodução, 23% de perdas por transporte, 15% de perdas no processo em si, 8% de perdas por fabricação, 23% de perdas no estoque, 8% de perdas por espera, 8% de perdas por improvisação, 8% de outras perdas (vandalismo, roubo) e não foram identificadas perdas por movimentação . Sendo assim, as perdas por transporte por meio de quebra de lajes pré-moldadas, blocos estruturais e danificação em sacos de cimento, e perdas de estoque em virtude do mal armazenamento de areia, cal e estoque de argamassa estrutural, foram as mais significativas. Por fim constatou-se a importância da existência de um processo gerencial da obra através de um planejamento.

Palavras-chave:

Perdas; construção enxuta; controle de processos.

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é um dos setores que mais cresceu nos últimos anos no país, fato esse observado em estudo da Sinduscon – MG que revelou um crescimento de 74,25% nos últimos 20 anos, estudo realizado entre 1994 e 2013 (Revista Construção Mercado, Pini, 2014).

As razões para o crescimento são apontadas pelo aumento do emprego formal, o crescimento da renda familiar, maior concorrência entre instituições financeiras, maior oferta de crédito imobiliário, redução nas taxas de juros e os programas de incentivo como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) (Revista Construção Mercado, Pini, 2014).

Ao mesmo tempo em que a construção civil no país teve grande crescimento, novas tecnologias surgiram beneficiando as empresas, otimizando processos e acelerando o processo de finalização dos empreendimentos. Apesar desta crescente evolução nos processos tecnológicos empregados, poucas mudanças foram observadas no que se refere a implementação de sistemas de gestão da produção se comparada ao mesmo tempo com o setores da indústria (Barros Neto, 1999).

Ao longo dos anos buscou – se adaptar as filosofias de gestão da produção da indústria para a construção civil. Tal fato foi marcado pela publicação do trabalho Application of the new production philosophy in the construction industry por Lauri Koskela (1992), ao qual propunha um novo paradigma para o setor da construção civil (Formoso, 2002). Este esforço em adaptar as teorias da gestão produção foi denominado de Lean Construction por ser baseado nos paradigmas da Lean Production - Produção Enxuta (Formoso, 2002).

Em contrapartida ao aquecimento do mercado nos últimos 10 anos, este agora mostrou – se frágil diante da atual crise econômica em que o Brasil se encontra. O setor que emprega quase três milhões de trabalhadores deve eliminar cerca de 556 mil postos de trabalho este ano, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). O desaquecimento evidencia a necessidade da gestão de processos e informação na construção civil, devido a reduzida margem de lucro para a realização dos empreendimentos, a exigência do governo para que adotem programas de qualidade, bem como o elevado nível de exigência dos consumidores (FORMOSO, 1999; NASCIMENTO; SANTOS, 2008 ).

A falta de controle sobre os processos e atividades resulta num alto índice de perdas ao longo do tempo de execução dos empreendimentos, que vão desde as perdas de materiais até as por ineficiência de equipamentos, mão de obra e falta de informação (Formoso, 1996). Em vista disso, o artigo tem o objetivo de: identificar perdas e propor medidas práticas para minimiza-las em canteiro de obras de uma construtora da cidade de Caxias do Sul, com base nos conceitos e estudos de autores sobre construção enxuta.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Construção enxuta e STP (Sistema Toyota de Produção)

Foi observado ao longo dos anos 90 o esforço de grande parte dos acadêmicos tanto no país quanto fora dele, em adaptar conceitos e princípios da área de Gestão da Produção ao setor. Este novo conceito é denominado de Lean Construction - Construção Enxuta (Formoso, ano?). Estas ideias surgiram no Japão nos anos 50, a partir das filosofias do TQM (Gestão da Qualidade Total) e também o Just in Time (JIT), estas aplicadas ao Sistema Toyota de Produção – STP (Formoso, 2002).

O modelo de Construção Enxuta descreve que um processo consiste em um fluxo de materiais e informações, desde a matéria prima até a sua finalização, sendo este constituído de atividades de transporte, espera, processamento e inspeção, conforme ilustrado na figura 1 (Formoso, 2002).

Figura 1: Modelo de processo da Construção Enxuta (Koskela, 1992)

Fonte: Formoso (2002)

Para a Construção Enxuta o conceito de valor está atrelado à satisfação do cliente, não sendo inerente à execução de um processo. Desta forma, um processo só gera valor se as atividades realizadas transformam as matérias primas ou componentes em produtos satisfatórios para os clientes, sejam esses internos ou externos. (Formoso, 2002)

2.2 Conceito de perdas

Segundo Formoso et al. (1996) o conceito de perdas é associado com frequência aos desperdícios de materiais, no entanto as perdas vão além deste conceito e devem ser entendidas como qualquer ineficiência que se reflita no uso de equipamentos, materiais,

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