POTENCIAL METALOGENÉTICO DE MONZOGRANITOS DO BATÓLITO PELOTAS: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA
Por: Alana Santos • 27/11/2019 • Artigo • 1.253 Palavras (6 Páginas) • 179 Visualizações
POTENCIAL METALOGENÉTICO DE MONZOGRANITOS DO BATÓLITO PELOTAS: CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA
ANNA PAULA MATTE1; ALANA ROSALINI SANTOS PIRES 2; SUYANE GONÇALVES DE CAMPOS3; EMANUÉLLE SOARES CARDOZO4; VITER MAGALHÃES PINTO5; LUIZ HENRIQUE RONCHI6
1Universidade Federal de Pelotas – anna-matte@hotmail.com
2Universidade Federal de Pelotas – alanasantospires@outlook.com
3Universidade Federal de Pelotas – suyanegc@gmail.com
4Universidade Federal de Pelotas – emanuellesoarescardozo@gmail.com
5Universidade Federal de Pelotas – viter.pinto@gmail.com
6Universidade Federal de Pelotas – lhronchi@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO
As mineralizações em corpos graníticos ocorrem de várias maneiras e muitos estudos buscam caracterizar a gênese e evolução dessas rochas que contém o minério. A viabilidade econômica dessas ocorrências depende de variáveis presentes desde os processos iniciais de formação desses corpos graníticos bem como de processos que possam ter ocorrido após o seu resfriamento. Os principais tipos de depósitos minerais em granitos são encontrados em Sistemas Granito-pegmatito, Sistemas Skarn, Sistemas Óxidos de Ferro-Cobre-Molibdênio, Sistemas de Ouro Epitermal e Sistemas de ouro relacionados a intrusões.
Tendo em vista a importância econômica desses depósitos, o Serviço Geológico Brasileiro – CPRM conduziu estudos para avaliar o potencial metalogenético do Batólito Pelotas, que está situado na porção leste do Escudo Sul-Rio-Grandense, se estende de Santa Catarina ao Uruguai, segundo orientação NE-SW e está dividido em seis suítes segundo PHILIPP E MACHADO (2001): Suítes Intrusivas Pinheiro Machado, Erval, Viamão e Encruzilhada do Sul, e as Suítes Graníticas Cordilheira e Dom Feliciano.
Durante o levantamento geológico da Folha Pedro Osório realizado pela CPRM, 2000, a partir de amostras de sedimentos e concentrados de bateias foram encontradas quantidades anômalas de pintas de ouro na região de Morro Redondo e Vista Alegre. De acordo com GARCIA (2017) as anomalias encontradas na área de Morro Redondo, tem assinatura de depósitos do tipo IOCG.
O presente trabalho tem por objetivo analisar o potencial metalogenético do Batólito Pelotas a partir de análises químicas de monzogranitos sem a presença de magnetita. Os monzogranitos analisados fazem parte da Suíte Intrusiva Pinheiro Machado que é caracterizada por plutonismo colisional com idade Neoproterozóicas.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada no presente trabalho dispõe dos dados retirados do trabalho de conclusão de curso da Engenharia Geóloga Maria Eduarda Fantini graduada no ano de 2017 pela Universidade Federal de Pelotas. A partir dos dados geoquímicos de seis amostras do Monzogranito (VP-35, VP-57, VP-59, VP-62, VP-67 e VP-69) foi feito com o auxílio do software GCDkit 4.1 e do software Excel 2019 a geração de gráficos para melhor entendimento da gênese e evolução dessas rochas.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base no diagrama de álcalis versus sílica proposto por Rickwood (1989) (figura 1A) e no diagrama AFM proposto por Irvine e Baragar (1971) para (Na2O+ K2O) – FeOt – MgO (figura 1B), as rochas graníticas analisadas são classificadas como sub-alcalinas pertencentes a série cálcio-alcalina caracterizada por serem ricas em álcalis (Na2O + K2O), e ter baixo teor de FeOt.
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Figura 1: A) Diagrama Na2O+K2O vs. SiO2 de Rickwood (1989). B) Diagrama AFM de Irvine & Baragar (1971).
Com base no diagrama A/NK versus A/CNK com os campos de Maniar & Piccoli (1989) (figura 2A) que representa o índice de saturação em alumina, o monzogranito pode ser classificado como peraluminoso que foi originado por um magma do tipo I, oxidante, segundo ISHIHARA (1977) os magmas graníticos oxidados possuem potencial para a formação de depósitos de Cu, Mo e Au. Durante a caraterização de um modelo metalogenético é importante analisar o grau de diferenciação e estado de oxidação do magma que originou o granito, o monzogranito possui o teor de SiO2 variando entre 72,7 e 76,8% em peso e teores de K/Rb entre 189,73 e 562,90, sendo classificado entre moderamente evoluído e não evoluído (Figura 2B) o que não favorece altas concentrações de Sn, W, U, Li, Be, e REE.
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Figura 2: A) Diagrama A/CNK-A/NK de Maniar e Piccoli (1989). B) Plotagem dos valores de K/Rb vs. SiO2 de Blevin (2003).
No diagrama proposto por Karimpour e Bowes (1983) é possível constatar que as amostras analisadas são referentes a granitos não estaníferos, a partir desse dado é possível reafirmar que o magma que deu origem ao monzogranito é pouco evoluído devido à baixa concentração de estanho.
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Figura 3: Digrama de Karimpour e Bowes (1983).
O diagrama proposto por Loucks (2014) (figura 4A), tem como objetivo estabelecer se as rochas estudadas possuem potencial para formar um depósito de cobre, visto que para valores superiores a Sr/Y superior a 35 indicam a formação do minério. O intervalo no monzogranito de Sr/Y está entre 3,4 e 6,1, o que indica que a rocha não possui potencial quanto a mineralização de Cu.
O diagrama representado na figura 4B proposto por Wolfe (1977), indica que o monzogranito tem alto potencial para mineralização de Zinco.
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Figura 4 A) Diagrama Sr/Y vs. SiO2 de Loucks (2014). B) Diagrama de Zn vs. SiO2 de Wolfe (1977).
4. CONCLUSÕES
Baseado nos dados obtidos por meio do refinamento dos dados das análises químicas do Monzogranito, é possível inferir que o Monzogranito não possui alto potencial metalogenético para depósitos de Cu e Sn. Devido ao teor de zinco presente nas amostras é possível que se tenha alto potencial para a mineralização, todavia, serão necessários mais estudos para determinar se a concentração destes elementos possui viabilidade econômica.
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