PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NA MICRO-USINA DA DITER
Por: nadfak • 11/6/2018 • Artigo • 1.035 Palavras (5 Páginas) • 240 Visualizações
PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS NA MICRO-USINA DA DITER
Nayne Silva Souza
Bolsista PIBIC – ICJ/ CNPq
Rio Branco – Acre – Brasil
Enga Florestal Nadma Farias Kunrath, Orientadora do Projeto – Divisão de Tecnologia de Energia de Fontes Renováveis - DITER / FUNTAC
INTRODUÇÃO: O aproveitamento dos recursos florestais pelas comunidades amazônicas é visto como algo essencial para a preservação do ambiente. No estado do Acre, a Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC, através da equipe da Divisão de Tecnologia de Energia de Fontes Renováveis – DITER, vem desenvolvendo estudos com produtos florestais não madeireiros. Em 2006, foi instalada, na região do Juruá, uma usina de Extração de Óleos Vegetais, em uma comunidade ribeirinha, no município de Rodrigues Alves, com o objetivo de fomentar o extrativismo vegetal. Nesta região, existe grande potencial da palmeira do murmuru (Astrocaryum spp) e buriti (Mauritia spp). Todo o óleo extraído na usina tem sua comercialização garantida no mercado de cosméticos. Entretanto, existem alguns gargalos no processo de extração que devem ser identificados para aperfeiçoar suas etapas e consequentemente melhorar a qualidade do óleo. Este estudo teve como objetivo conhecer as etapas do processo de extração de óleos vegetais e identificar os pontos estrangulantes.
MATERIAL E MÉTODO: O presente estudo foi desenvolvido na Divisão de Tecnologia de Energia de Fontes Renováveis – DITER, em uma micro-usina de extração de óleos vegetais. Foram utilizados 50 kg de cocos de murmuru procedentes da Região do Juruá, e 50 kg de frutos de buriti coletado na região do Custódio Freire, Ramal Castanheira. Para o processamento dos cocos de murmuru, bem como do buriti, foram realizadas as etapas descritas a seguir:
- Coleta dos frutos de buriti: para que não houvesse contaminação com outros frutos que já se encontravam caídos ao solo, foi feito uma limpeza prévia na área. Quanto aos cocos de murmuru, já haviam sido coletados em Rodrigues Alves.
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- Seleção dos frutos/cocos e amêndoas: inicialmente houve uma separação manual, para a retirada dos frutos que apresentavam algum tipo de anomalia, conforme as figuras 3 e 4.
[pic 9] [pic 10]
[pic 11][pic 12]
- Secagem dos frutos/cocos: após o processo de seleção, os cocos de murmuru passaram por um período de secagem ao ar livre (figura 5), expostos ao sol e vento. Para o buriti os frutos foram quebrados em bandas antes da secagem. Na figura 6, observam-se as bandas sendo secas ao ar livre.
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- Quebra dos frutos/cocos: esta etapa consiste na quebra dos cocos com uma marreta para retirada do coco do buriti (figura 7) e amêndoas do murmuru (figura 8), selecionando as sadias para serem secas ao ar livre.
[pic 17] [pic 18] [pic 19][pic 20]
- Extração do óleo do murmuru e buriti: após estarem secas, as amêndoas do murmuru foram processadas em uma prensa Expeller (figura 9). O óleo extraído foi armazenado em frascos âmbar e estocado em temperatura ambiente. Já o buriti foi extraído em uma prensa hidráulica (figuras 10) e da mesma forma armazenado.
[pic 21] [pic 22]
[pic 23][pic 24]
Análises físico-químicas: depois de realizadas todas as etapas de extração foram realizadas as análises em laboratório para averiguar a qualidade dos óleos de murmuru e buriti, como mostram as figuras 11 e 12.
[pic 25] [pic 26]
[pic 27][pic 28]
RESULTADOS: Foi observado que nas etapas do processo de extração, para as duas oleaginosas, existem diferenças.
Para o murmuru, é necessário ter um cuidado maior na secagem dos cocos e das amêndoas, pois caso isto não ocorra pode haver perdas consideráveis na produtividade e qualidade do óleo. As diferentes condições em que um material vegetal é acondicionado pode representar uma significativa diferença em sua estabilidade e na qualidade dos produtos e subprodutos gerados. Sousa et al (2004), afirmam que só devem ser coletados os frutos da safra do ano, pois do contrário eles podem estar atacados por pragas e/ou fungos. Portanto, um excesso de tempo entre a secagem dos cocos e o seu beneficiamento, potencializa condições que favorecem o aparecimento de furos causados por insetos que se alimentam da amêndoa. Desta forma, para que haja a redução das quantidades de cocos furados, deve-se, desde o processo de coleta até que se chegue à etapa de quebra dos cocos, evitar que os mesmos fiquem expostos às condições ambientais úmidas e que o tempo de armazenagem seja mínimo.
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