PRODUÇÃO DE ARGAMASSA PARA CONTRAPISO COM A SUBSTITUIÇÃO DE AGREGADO MIÚDO CONVENCIONAL POR PÓ DE MDF

PRODUÇÃO DE ARGAMASSA PARA CONTRAPISO COM A SUBSTITUIÇÃO DE AGREGADO MIÚDO CONVENCIONAL POR PÓ DE MDF

José Victor Félix dos Santos ^[1]

João Ramos dos Santos Brasil Leitão ^[2]

Gerardo Oliveira Magalhães Neto ^[3]

Kalil Hissa Sampaio ^[4]

Heloína Nogueira da Costa ^[5]

Elayne Valério Carvalho ^[6]

RESUMO

Nas últimas décadas, o mercado mundial tem exigido o desenvolvimento de meios que visam minimizar os impactos ambientais e a diminuição do consumo de matérias-primas, garantido a sustentabilidade em diversos setores. Nesse sentido, a indústria da construção civil se apresenta como grande consumidora de recursos naturais e é responsável pela geração de toneladas de resíduos. A reutilização do pó de MDF, uma matéria-prima abundante, gerado durante o processamento da madeira é uma alternativa que visa melhorar a logística de destinação deste resíduo sólido e colaborar com a sustentabilidade do meio ambiente, portanto, este trabalho tem o objetivo de avaliar a possibilidade do aproveitamento de resíduos de serragem de MDF, oriundos de indústrias moveleiras, como agregado na produção de argamassa para contrapiso. Esta pesquisa se caracteriza como uma pesquisa do tipo experimental quantitativa que para a obtenção dos resultados foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados Scientific Electronie Online (Scielo) e Google Acadêmico, para um levantamento detalhado dos ensaios já existentes de argamassa para contrapiso. Optou-se então por utilizar o pó de MDF proveniente do corte de peças de alta densidade que seriam utilizadas na confecção de móveis e peças estéticas residenciais, devido ao seu fácil acesso. Posteriormente, moldou-se os corpos de prova, aplicados em tijolo cerâmico usando argamassa tradicional e argamassa com a substituição, em volume, de areia por MDF. Com a realização dos ensaios de granulometria obteve-se que a dimensão máxima característica e o módulo de finura da areia foram maiores quando comparados aos resultados do pó de MDF, significando que os grãos de areia são maiores que os grãos do resíduo. Vale ressaltar a importância de futuros estudos que possam observar e analisar o comportamento do material produzido com tal resíduo ao longo do tempo, já que trata-se de restos de um composto orgânico.

Palavras-chave: MDF. Argamassa. Contrapiso. Sustentabilidade.

ABSTRACT

In the last decades, the world market has required the development of means that aim to minimize the environmental impacts and the reduction of the consumption of raw materials, guaranteeing the sustainability in several sectors. In this sense, the construction industry presents itself as a major consumer of natural resources and is responsible for generating tons of waste. The reuse of MDF powder, an abundant raw material, generated during the processing of wood is an alternative that aims to improve the logistics of this solid waste destination and to collaborate with the sustainability of the environment, therefore, this work has the objective of evaluating the possibility of using MDF sawdust residues from furniture industries as an aggregate in the production of subfloor mortar. This research is characterized as a research of the quantitative experimental type that to obtain the results was carried out a literature review in the databases Scientific Electronie Online (Scielo) and Google Academic, for a detailed survey of the existing tests of mortar for subfloor. It was then decided to use MDF powder from cutting high density pieces that would be used in the manufacture of furniture and residential esthetic pieces due to its easy access. Subsequently, the specimens were cast, applied to ceramic brick using traditional mortar and mortar with the substitution, by volume, of sand for MDF. With the accomplishment of the tests of granulometry it was obtained that the maximum characteristic dimension and the modulus of fineness of the sand were bigger when compared to the results of the powder of MDF, meaning that the grains of sand are bigger than the grains of the residue. It is worth emphasizing the importance of future studies that can observe and analyze the behavior of the material produced with this residue over time, since it is the remains of an organic compound.

Keywords: MDF. Mortar. Underfloor. Sustainability.

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, o mercado mundial tem exigido o desenvolvimento de meios que visam minimizar os impactos ambientais e a diminuição do consumo de matérias-primas, garantido a sustentabilidade em diversos setores. Nesse sentido, a indústria da construção civil se apresenta como grande consumidora de recursos naturais e é responsável pela geração de toneladas de resíduos (ROTH; GARCIAS, 2011).

De acordo com John (2000), a construção civil utiliza cerca de 14% a 15% dos recursos naturais extraídos como matéria-prima. Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais causados por esse processo de degradação ambiental acelerado, é crescente o incentivo de uso e desenvolvimento de materiais alternativos por parte da indústria da construção civil e construtoras, reduzindo a geração de resíduos e garantindo o controle do desperdício em todas as etapas do processo construtivo (GOLUB; SILVA, 2017).  

O estudo do emprego de materiais alternativos na construção civil pode, portanto, se apresentar como uma solução viável para solucionar problemas ambientais como o destino final dos resíduos industriais. Uma possibilidade é substituição de materiais comumente utilizados como agregados do concreto por resíduos, de forma a não alterar negativamente a qualidade do produto final (REFERENCIAR).

Assim como a indústria de construção civil, a indústria moveleira brasileira é geradora de grandes volumes de subprodutos de madeira, especialmente resíduos de MDF (Medium Density Fiberboard). A reutilização do pó de MDF, uma matéria-prima abundante, gerado durante o processamento da madeira é uma alternativa que visa melhorar a logística de destinação deste resíduo sólido e colaborar com a sustentabilidade do meio ambiente (ABREU; MENDES; SILVA, 2009).