Patologia Em Argamassas
Artigo: Patologia Em Argamassas. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: edvaldo.silvestr • 9/8/2014 • 2.324 Palavras (10 Páginas) • 986 Visualizações
1-Introdução
A argamassa é um dos produtos de maior utilização na construção civil, sendo utilizada nos revestimentos e assentamentos de alvenaria, os revestimentos de argamassa são integrantes das vedações e fundamentais para a durabilidade dos edifícios, desempenham as funções de absorver as deformações naturais a que as alvenarias estão sujeitas, de revestir e de proteger de maneira uniforme as alvenarias contra agentes agressivos externos. Apesar do intenso uso dos revestimentos argamassados é muito frequente a ocorrência de patologias nos mesmos, o que ocasiona prejuízos aos diversos setores envolvidos. Torna-se importante, portanto, o estudo das principais patologias incidentes sobre este tipo de revestimento e a disponibilização desta formação a fim de se evitar a repetição continua dos mesmos erros. Assim, neste trabalho propomos estudar as principais patologias incidentes nos revestimentos argamassados.
2-Revestimentos argamassados
Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e uniformizar as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra a infiltração de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de no mínimo de três camadas superpostas, contínuas e uniformes: chapisco, emboço e reboco.
2.1– Chapisco
Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4, bastante fluída, que aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e tem a propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato de aderência para a fixação de outro elemento.
2.2– Emboço
O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que proporciona uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e cuja espessura não deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma argamassa grossa de cal e areia no traço 1:3. Usualmente adiciona-se cimento na argamassa do emboço constituindo uma argamassa mista, em geral nos traços 1/2:1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento, cal e areia).
2.3 – Reboco
É a argamassa básica de cal e areia fina, onde a nata de cal (água e cal hidratada) adicionada em excesso no traço, constitui uma argamassa gorda, que tem a característica de pequena espessura (na ordem de 2 mm) e de preparar a superfície, com aspecto agradável, acetinado, com pouca porosidade, para a aplicação de pintura. A aplicação é feita sobre a superfície do emboço, após 7 dias (sem que tenha sido desempenado) com desempenadeira de mão, comprimindo-se a massa contra a parede, arrastando de baixo para cima, dando o acabamento (alisamento) com movimentos circulares tão logo esteja no ponto, trocando-se de desempenadeira (aço, espuma, feltro) dependendo do acabamento desejado.
3-Patologia nos revestimentos argamassados
A deterioração prematura dos revestimentos de argamassa é decorrente de diferentes formas de ataque, as quais podem ser classificadas em físicas, mecânicas, químicas e biológicas. No entanto, essa distinção entre os processos é meramente didática, pois, na prática, os fenômenos frequentemente se sobrepõem, sendo, portanto, necessário considerar também as suas interações. Além disso, geralmente, os problemas nos revestimentos se manifestam através de efeitos físicos nocivos, tais como, desagregação, descolamento, vesículas, fissuração e aumento da porosidade e permeabilidade. Outra forma de classificação dos problemas refere-se à origem da fonte causadora. Assim, a deterioração das argamassas tanto pode ser originada por fatores externos ao revestimento como por causas internas à própria argamassa. Nessa linha, podem ser citados como fatores que interferem na durabilidade dos revestimentos de argamassa:
• a qualidade dos materiais constituintes da argamassa;
• a composição (ou traço) da argamassa;
• os processos de execução;
• os fatores externos (exposição às intempéries, poluição atmosférica, umidade de infiltração, etc.).
Todos esses fatores são muito importantes e, muitas vezes, se não quase sempre, as causas de deterioração são provenientes da associação de mais de um fator.
3.1-Cimento
O cimento Portland é um material industrializado, com um bom controle de qualidade, o que o torna, geralmente, pouco responsável pelas manifestações patológicas observadas nos revestimentos de argamassa. Algumas vezes problemas nos revestimentos atribuídos ao cimento, na realidade são provenientes do traço adotado e não da baixa qualidade dos materiais. Por exemplo, um traço muito rico em cimento pode levar a uma alta rigidez, retração, fissuração e descolamento do revestimento; ou, por outro lado, um traço muito pobre, à desagregação do revestimento. Em princípio, qualquer cimento pode ser empregado no preparo de argamassas para revestimento (emboços ou revestimentos de camada única), tendo-se apenas atenção com a sua finura. Cimentos muito finos podem produzir maior retração plástica levando à formação de fissuras com configuração em mapa (como ilustrado na Figura 1), as quais permitem a entrada de água, comprometendo totalmente a durabilidade dos revestimentos. Nesse sentido, deve-se ter cuidado especial com o cimento CP V – ARI, que devido à sua elevada área específica possui alta velocidade de hidratação e maior retração inicial do que os demais tipos de cimento, geralmente resultando em fissuração do revestimento nas primeiras idades. Igualmente os cimentos de maior classe de resistência (40 MPa) devem ser empregados com cautela, uma vez que também são mais finos do que os das classes mais baixas (25 e 32 MPa).
Figura
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