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Planejamento de aula

Por:   •  9/5/2018  •  Abstract  •  990 Palavras (4 Páginas)  •  138 Visualizações

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O meio ambiente em questão é o meio ambiente do projeto, ou seja, do empreendimento. O meio ambiente da obra diz respeito à população, suas formas de existência social e sua relação com seu meio ambiente.
      O empreendedor e seu empreendimento são dotados de capacidade de ação sobre um meio determinado, meio esse que pode ser físico, biótico ou social. Com a transformação da sociedade local/regional afetada em meio ambiente os diagnósticos e prognósticos são elaborados a partir da ecologia. Quase sempre o impacto é tido como a diferença entre o que vai ocorrer com a população local/regional com o que ocorreria se a implantação não se concretizasse.
       Dentro dos diferentes estudos e relatórios de impacto ambiental é sempre colocada numa perspectiva da naturalização da vida social, sendo assim é tida como afetada, atingida, deslocada, preservada, impactada, remanejada ou reassentada. Os prognósticos de impactos ambientais, ou seja, a previsão do que poderá vir a acontecer, será tanto mais acertado quanto mais as populações afetadas concordarem a um comportamento ecológico natural. Quando a população atingida, ou seja, grupos sociais prejudicados, não conseguem se colocar a frente como sujeito do projeto ocorre um fortalecimento dos índices de acertos dos prognósticos. Portanto, fica fácil verificar que a recusa da condição de sujeito histórico se dá a medida que a população se encare como sujeito efetivo de projeto e ação garantindo assim o sucesso do projeto.

2.3 O ambientalismo como estratégia de viabilização política dos grandes projetos

       O Setor Elétrico vem enfrentando dificuldade frente a resistência e organização das populações atingidas e busca como solução o equacionamento da política financeira dos obstáculos que devem ser removidos para a boa consolidação de seus projetos. Fato este pode ser facilmente enxergado ao se estudar o Plano Diretor de Meio Ambiente do Setor Elétrico 1991/1993. Estas estratégias políticas para tal enfrentamento, controle ou prevenção dos conflitos estão alicerçadas sobre o ambientalismo – viabilidade ambiental. Embora a população seja vista como ecologizada do ponto de vista técnico é notório que a mesma é enxergada como um obstáculo de restrição ambiental dado que é portadora de seus próprios interesses gerando assim, um obstáculo também político.

3. Buscando um conceito para o meio ambiente

     
O sociólogo francês Pierre Félix Bourdieu (1930 – 2002), em seu debate conceitual, escreveu: “a representação que os agentes se fazem do mundo social e, mais precisamente, a contribuição que aportam à construção da visão deste mundo, através do trabalho de representação (em todos os sentidos do termo) que eles não cessam de realizar para impor sua visão do mundo ou a visão de sua própria posição neste mundo, de sua identidade social.” (BOURDIEU, 1984, p. 5). Com isso, percebe-se facilmente que o meio-ambiente interfere na condição de ser de cada um e, que, este meio-ambiente está sujeito a ações políticas que vão do interesse de cada um.
      De forma mais genérica e ampla, pode-se dizer que ainda não houve um acordo para o verdadeiro significado de meio-ambiente mas definições ou explicações “pessoais” de diversas correntes ambientalistas/ecologistas acerca do tema. Tais correntes são frutos de correntes ou movimentos classicistas tidos como tradicionais (sindicatos, partidos e outros) bem como também de empresários que, por convicção ou oportunismo, têm se envolvidos de na luta pelo desenvolvimento sustentável. As Ações Unidas designam meio-ambiente como um conjunto de componentes, físicos, químicos, sociais, biológicos que são capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e suas atividades humanas. Mas o conceito de meio-ambiente passa pelos mais diversos ramos da ciência, como por exemplo a sociologia. Nesta, o conceito é tido como um conjunto dos fatores materiais ou não-materiais que afetam o indivíduo que podem ir desde a paisagem até a mentalidade da época. Na sustentabilidade ambiental, meio-ambiente é tido como a manutenção do meio-ambiente do planeta Terra buscando manter a qualidade de vida e a harmonia entre as pessoas. De maneira bem simples, é cuidar para que a água não seja poluída, o lixo seja separado, queimadas não sejam realizadas e etc.
      O relativismo em foco se apoia num fato social indiscutível: existem várias formas de se perceber as múltiplas relações que os homens estabelecem entre si e com o seu ambiente (meio onde vivem). Dessa forma, tem-se que o relativismo se sustenta numa realidade social obscura, não sendo perceptível pelos seus próprios atores frente a este cenário de relação social. O relativismo pode ainda ser considerado como um perspectivismo onde todas as perspectivas são igualmente boas e pertencem ao mesmo grupo. Pode até parecer paradoxal, mas, conceituar meio-ambiente é algo complexo porque se toma parte num conflito. Conflito este de ideias que carregam consequências seja na formulação de estratégias ou na prática de sujeitos sociais.

4. COMENTÁRIOS FINAIS (para planejadores em geral)

      Apesar de se falar muito em crise atualmente, ambientalizar um projeto de pesquisa é uma forma de se arrecadar recurso; ambientalizar um projeto de intervenção é também uma forma de se conseguir um meio de implementá-lo, tudo isso porque o ambiente vende. Embora se vive numa época em contexto de crise de paradigmas e referências, o paradigma ambiental enfoca o conjunto de dinâmica social e a partir do conjunto de processos sociais.
      Dessa forma, se de um lado esvai-se as instituições e práticas voltadas para o planejamento regional é trago à tona as várias propostas de zoneamentos ecológicos. E, Curitiba, grita como sendo a capital da ecologia quando 50% dos domicílios não possuem esgotamento sanitário adequado.
      Faz-se muito emergente recuperar a crítica vigorada nas décadas de 70 e 80 ao planejamento autoritário-tecnicista-racionalista, que pretendeu sujeitar o conjunto do território a lógicas reducionistas que suprimiam a complexidade do tecido social.  

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