Poluição Luminosa, um Inimigo “Desconhecido”

Poluição Luminosa, um inimigo “desconhecido”

É comum, em cidades pequenas, os moradores sentarem na porta de suas casas para bater um papo com vizinhos e admirar as estrelas, mas esse costume tem se tornado quase impossível em grandes metrópoles e não é por causa da falta de tempo ou por não se conhecer os vizinhos, mas sim pela chamada poluição luminosa. Nas grandes cidades é mais difícil observar a beleza noturna, devido ao excesso de iluminação artificial que causa um efeito “apagão” no céu.

Como surgiu

Com a invenção da eletricidade no século XIX, e com ela o surgimento das primeiras iluminações públicas, nosso mundo foi tomado pela luminosidade da luz artificial e assim consequentemente ficamos a mercê de mais um tipo de poluição, a poluição luminosa.

Segundo a Wikipédia, poluição luminosa é o tipo de poluição ocasionada pela luz excessiva ou obstrutiva criada por humanos. A poluição luminosa interfere nos ecossistemas, causa efeitos negativos à saúde, ilumina a atmosfera das cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas e interfere na observação astronômica.

Esse tipo de poluição pode ser emitida em diversas formas, como por exemplo, anúncios publicitários, luzes internas e externas e principalmente pela iluminação pública.

Essa poluição começou de fato a incomodar, em meados da década de 80, quando alguns astrônomos amadores dos Estados Unidos, começaram a reclamar da falta de visibilidade ao tentar observar as estrelas.

Desequilíbrio no ecossistema

Todo o ecossistema está sendo prejudicado pela poluição luminosa, pois alguns fatores naturais precisam da escuridão da noite para acontecer, como por exemplo, repouso, predação ou recarga dos sistemas. Por este motivo, a escuridão da noite é tão importante quanto à luz do dia, se tornando assim imprescindível, para todo e qualquer funcionamento dos organismos vivos e ecossistema.

Efeitos perigosos desta poluição envolvem o reino animal, o reino vegetal e a humanidade.

Aves com migrações noturnas tem seus mecanismos de orientação interferido, pois quando atravessam áreas iluminadas artificialmente, ficam gravemente desorientadas, podendo assim, se chocarem com prédios, solos e até outros pássaros.

A poluição luminosa tem interferido também na reprodução das tartarugas marinhas, pois elas fazem seus ninhos na praia e quando os filhotes nascem eles voltam para o oceano guiados pela luz da lua e das estrelas, porém o trajeto vem sendo prejudicado pelas luzes de bares e casas que fazem com que as tartaruguinhas fiquem vulneráveis aos predadores e a atropelamentos do trânsito urbano.

Em algumas espécies de plantas se a duração da noite for mais curta, seu florescimento é prejudicado, enquanto em outras espécies o florescimento ocorre prematuramente. A luz artificial induz a fotossíntese a produzir um crescimento anormal e uma discrepância nos períodos de floração e descanso das plantas.

O estudo sobre a poluição luminosa ainda se encontra no inicio e por isso os impactos deste problema não são, ainda, totalmente compreendidos.

A Engenharia e suas possíveis soluções

Felizmente comparada a outros tipos de poluição, a poluição luminosa é uma das mais simples de se corrigir.

Uma das soluções é a substituição por lâmpadas mais eficientes que iluminem mais e consomem menos, outra medida que vem sendo tomada em outros países, é o de desligar as luzes de lojas, escritórios e fachadas luminosas, no período entre 1h à 7h da manhã, exceto em áreas turísticas, essa medida colabora com a economia de energia, além de diminuir consideravelmente a luminosidade julgada desnecessária.

A iluminação correta é aquela que a luz ilumina apenas a área desejada, sem desperdiçar luminosidade, ou seja, deve-se planejar uma luminária onde a luz seja refletida para baixo evitando que essa luz se disperse para cima e para os lados, usando assim uma iluminação com menor potencia e consumo de energia.

O problema é que profissionais que estudam o assunto durante apenas um semestre na faculdade