Produção De Margarina

1. INTRODUÇÃO

Em 1869 a França atravessava uma grande crise econômica, o que fazia com a manteiga se tornasse cada vez mais cara e escassa e não permitia que o governo mantivesse o abastecimento do exército e das classes mais pobres. Dessa forma, o governo de Napoleão ofereceu um premio a quem descobrisse um produto similar à manteiga, porém com um preço mais acessível e com maior facilidade de preservação.

O grande ganhador foi Hippólyte de Mége Mouriés que depois de muitas experiências conseguiu produzir uma nova gordura, advinda da extração de um liquido oleoso, que viria a ser à base da margarina.

A denominação da palavra margarina advém do grego “margaron” que significa “pérola”, em virtude do aspecto perolado. A partir daí, o processo de fabricação da margarina passou por modificações. Com o surgimento da hidrogenação e, por meio de várias pesquisas e do avanço tecnológico, o produto passou a ser fabricado em larga escala.

Hoje, no Brasil, a margarina é classificada como uma emulsão de água em óleos, contendo gordura de origem vegetal e também leite.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1. Produção da margarina

A margarina é produzida através da gordura vegetal hidrogenada, que é um tipo especifico de gordura trans que são formados a partir da hidrogenação industrial de óleos vegetais (ácidos graxos).

A produção conhecida como Sabatier-Senderens se inicia com um processo químico conhecido como hidrogenação, na qual átomos de hidrogênio são inseridos aleatoriamente ao óleo vegetal. Dessa forma, a matéria-prima passa a ser gordura, ocorrendo com uma reação incompleta com a formação de ácidos graxos insaturados em vários estágios de hidrogenação.

O mecanismo abaixo demonstra a hidrogenação de um ácido oleico, principal base da margarina:

A hidrogenação é a conversão dos diversos radicais saturados dos glicerídeos graxos em glicerídeos mais saturados, ou completamente saturados, mediante a adição de hidrogênio em presença de um catalisador. O objetivo principal da hidrogenação não está apenas no aumento do ponto de fusão, mas também em melhorar a qualidade de estocagem das propriedades sápidas e aromáticas da margarina.

A fabricação de óleos hidrogenados envolve um equipamento gerador de hidrogênio, um equipamento de catalise, um equipamento para refinação do óleo antes da hidrogenação, um conversor para a hidrogenação e um equipamento para o tratamento da gordura depois da hidrogenação.

O hidrogênio necessário pode ser obtido por diversos processos, porém o método de hidrocarboneto e vapor d’ água é o mais indicado. A quantidade de hidrogênio necessário dependerá de uma função de redução de insaturação. No entanto, estudos mostram um consumo de 0,604 ft³ de hidrogênio por libra de óleo hidrogenado (3,77l/kg).

O catalisador utilizado é o Níquel (Ni), devido a redução nos custos de produção por ter uma facilitada estruturação do meio de produção.

Com o acréscimo de óleo saturado e formiato de níquel em um vaso fechado especial a temperatura é aquecida rapidamente podendo chegar até 464ºF (240ºC), mas em geral até 375ºF (191ºC). Na temperatura de 300ºF (149ºC), o formiato de níquel principia a reduzir-se:

Ni(HCOO)2 + 2H2 O