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RELATÓRIO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CHAPA DE MDP E PRODUÇÃO DE OSB

Por:   •  27/11/2017  •  Relatório de pesquisa  •  3.421 Palavras (14 Páginas)  •  449 Visualizações

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ANA CARLA RODRIGUES DA COSTA

RELATORIO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CHAPA DE MDP E PRODUÇÃO DE OSB.

Prof. Drª Cristiane Inácio de Campos.

Itapeva - SP 2016


  1. INTRODUÇÃO

A produção de painéis à base de madeira é de grande importância para a economia brasileira, isto porque o país possui tecnologia que possibilita o uso de resíduos de processamento da madeira em diversas áreas.

A disponibilidade de matéria prima e existência de um mercado são fatores importantes no processo decisivo para a localização dos novos investimentos. Os painéis de madeira têm como principal intuito a substituição da madeira maciça, atendendo assim, a uma necessidade gerada por sua escassez e devido a seu encarecimento, além de melhorar o aproveitamento de madeiras menos nobres e seus resíduos (BNDES, 2016).

IWAKIRI (2005) os define como produtos obtidos a partir da redução da madeira sendo compostos por elementos como lâminas, sarrafos, partículas e fibras em que são reconstituídos através da ligação adesiva. Os painéis de madeira abrangem quatro grandes grupos: compensados, aglomerados/MDP, MDF e chapas de fibras, podendo ter diferentes usos, como na fabricação de móveis e de pisos.

Os painéis de madeira aglomerada, comercialmente denominado de “aglomerado”, é um painel produzido com partículas de madeira, com a incorporação de um adesivo sintético e reconstituídos numa matriz randômica e consolidados através de aplicação de calor e pressão na prensa quente. Outros materiais podem ser utilizados na fabricação de aglomerados. (IWAKIRI, 2005)

  1. REVISÂO BIBLIOGRAFICA

  1. Adesivos

Adesivo é um termo genérico que designa cola, pasta, goma, cimento, que denomina uma categoria de produtos cuja finalidade é juntar dois materiais. Um adesivo é toda substância com propriedades de aderir algo fortemente a um substrato igual ou diferente, formando uma ligação superficial forte e duradoura. Essa propriedade de aderir se desenvolve dentro de condições específicas, tais como calor, pressão, tempo. Aderentes são os materiais sólidos capazes de se ligarem através dos adesivos. (REMADE, 2008).

A utilização de adesivos aumentou, principalmente, com o surgimento de máquinas de beneficiamento de madeira e, posteriormente, para a colagem de


lâminas para a produção de compensados. A partir, deste período, houve um progresso gradativo com o desenvolvimento da química de materiais para produção e aperfeiçoamento de novos adesivos para madeira. (IWAKIRI, 2005).

Adesão é o fenômeno mais importante do processo da colagem. Pode ser entendido como a interação entre duas superfícies, causada por um forte campo de “forças atrativas” provenientes dos constituintes de cada superfície. Quando não é possível separar duas peças de madeira coladas, é porque há uma adesão adequada. Aderência é a resistência oferecida quando se pretende separar dois materiais colados. Pode ser medida através de testes de laboratório. (REMADE, 2008).

Segundo IWAKIRI, 2005, os mecanismos envolvidos no processo de adesão podem ser explicados de forma simplificada pelas seguintes teorias:

-Teoria mecânica: o adesivo líquido devido a sua fluidez penetra em substratos porosos (madeira), ocorrendo posteriormente à solidificação, com a formação de “ganchos” fortemente presos entre os substratos;

-Teoria da difusão de polímeros: de acordo com esta teoria, a adesão ocorre através da difusão de segmentos de cadeias de polímeros a nível molecular;

-Teoria da adesão química: a adesão ocorre através de ligações primárias, iônicas ou covalentes, e/ou por forças intermoleculares secundárias.

BOM, 2008 diz que independente das teorias envolvidas na adesão pode-se dizer que o desenvolvimento de uma boa colagem depende essencialmente de três requisitos:

  • Adequado umedecimento proporcionado pelo adesivo líquido;
  • Solidificação do adesivo líquido;
  • Suficiente capacidade de modificação da forma por parte do adesivo já solidificado.

Durante o processo de colagem podem-se atribuir ao adesivo as seguintes funções de movimento e mobilidade:

-Fluidez – refere-se ao escoamento da massa líquida do adesivo no plano da superfície do substrato, conforme a Figura 1- b ocorre a aproximação da superfície e o inicio da movimentação do adesivo, movimento de massa


inicia com fluidez no plano da linha de cola e, posteriormente, o movimento de transferência na superfície oposta.

-Transferência – refere-se ao movimento pelo qual o adesivo se transfere para o substrato;

-Penetração – movimento do adesivo no sentido de penetrar a estrutura capilar e porosa do substrato. Com o aumento da pressão inicia a penetração na superfície oposta e continua na superfície de aplicação, simultaneamente, ocorre o processo molecular denominado de umedecimento de acordo com a Figura 1- c.

-Umedecimento – movimento do adesivo no sentido de recobrir a estrutura submicroscópica do substrato, adquirindo maior proximidade e contato molecular;

-Solidificação – movimentos envolvidos na mudança do estado líquido, incluindo a migração/evaporação do solvente, orientação molecular, polimerização e “cross-linking”. A pressão é mantida até a solidificação completa quando a ligação e a linha de cola são consolidadas com paralisação de qualquer movimentação conforme a Figura 1- d.

[pic 1]

Figura 1: Sequencia de movimentos do adesivo na formação da linha de cola (MARRA, 1992) adaptado.

Os adesivos sinteticos termoendurecedores comportam se segundo IWAKIRI, 2005 sob aquecimento, com modificações quimicas e fisicas irreversiveis, que os tornam rígidos e insolúveis, atraves de reações de policondensação.

A melamina-formaldeído (MF), é uma resina classificada como de uso intermediario entre as uréia-formaldeído e fenol-formaldeído. Apresenta coloração branca leitosa, e com as vantagens de ter maior resistencia a umidade em relação à resina UF e cura mais rapida em relação a resina FF, e


de 20 a 25% maior que FF. Desta forma, a resina UF, na proporção de até 40:60 (M/U). Esta forma de utilização está disponivel no mercado com a denominação de melamina-ureia-formaldeído. (IWAKIRI, 2005)

No processo de fabricação do pré-condensado de melamina- formaldeído, o pH situa se em torno de 9, com a finalidade de não acelerar demasiamente a reação de condensação. Entretanto, a cura final ocorre no meio ácido, com a utilização de mesmos catalisadores da resina ureia- formaldeído. A temperatura de cura é na faixa de 65 a 130°C, sendo que, na temperatura de 130°C, não é necessario o uso de catalisador. (IWAKIRI, 2005)

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